Se a nossa humanidade se afere por uma produção cultural capaz de ser universal, e nossas ações humanitárias pelo nosso desprendimento, estão nós, os brasileiros somos humanos humanitários.
José Cícero Gomes
Por incrível que pareça todos os problemas existentes onde o Brasil está presente existe aqui, seja no moro ou no mangue, na cidade ou no campo... Mas nosso povo está lá onde precisam, representado pelos nossos militares através da força de paz das Nações unidas ou pelos civis voluntários missionários por excelência, sejam religiosos ou leigos, Católicos romanos ou protestantes, cristãos ou ateus... Todos têm uma missão de leva paz e bem, uma nobre missão franciscana que só um povo que já teve uma Irmã Duce, um Dom Helder, um Padre Cícero, um frei Galvão, um Francisco de Paula Cândido Xavier, um Betinho - Herbert José de Sousa, Zilda Arns e muitos outros. Propõe-se ajuda quem sofre lá fora, quando o Haiti, o Timor Leste, a Angola, a Bolívia estão aqui. Já que do Oiapoque ao Chuí, muitos ainda sofrem de fome, doenças, injustiças, violências e exclusão.
“O povo nunca é humanitário. O que há de mais fundamental na criatura do povo é a atenção estreita aos seus interesses, e a exclusão cuidadosa, praticada sempre que possível, dos interesses alheios”.
Fernando Pessoa
Segundo o poeta lusitano as pessoas são egoístas por natureza, e quando ajudam, elas estão é ajudando a se mesmas. Mas, eu discordo do poeta, há muitas pessoas que se ocupam com os interesses do próximo no meio popular. Talvez a minha visão de povo, não seja a mesma visão que teve o extraordinário Fernando Pessoa. Somos humanos passivos de erros e acertos, mas acima de tudo somos filhos da dor como os irmãos que buscamos ajudar. Tal vez os nossos homens públicos ao propor a ajuda do Brasil aos que sofrem no Timor Leste, no Haiti, na África. Estavam apenas voltados aos seus interesses diante da ONU e das nações que comanda a mesma, mas nosso povo não. São eles realmente desprendidos e solícitos. Entre a elite dominante brasileira há quem diga que empregado não presta de camisa nova, há uns pouco que foram pobres ascenderam socialmente e tornaram-se mais exploradores do que os nascidos em berço de ouro. Porém, há uma grande maioria do povo brasileiro que se tiver apenas um prato de comida, divide com o seu próximo que lhe bater a porta com fome. Os nossos soldados e voluntários civis não buscam gloria e nem holofotes. Uma admoestação do livro dos conselhos: “Se podes olhar, vê. Se pode ver, repara”. Muitos do nosso povo não conhecem este livro, e outros nos rincões do Nordeste e da Amazônia nem ler sabem, mas sabem olhar a dor do ouro com compaixão, e são capazes de ver e buscar reparar ou pelo menos amenizar a dor do outro.
“If God created people to love and to care for things. Why do we love things and use people!”[1]
Bob Marley
Cada pessoa tem um ponto de vista sobre a humanidade, não discordo do cantor e letrista Jamaicano. Mas eu ainda acredito na humanidade, nem tudo está perdido, mesmo entre os ricos ainda há um pouco de humanidade, apesar de a grande maioria dos ricos serem soberbos, egoístas e exploradores. Ainda existem pessoas que se preocupa com o outro.
[1] Marley, Bob. Se Deus criou as pessoas para amar, e as coisas para cuidar. Por que amamos as coisas e usamos as pessoas!
