Minha Busca
Pus o meu sonho numa velha mala
e a mala num velho ônibus que se pois a rodar pelos sertões;
- depois, abri os sertões com minhas mãos,
para o meu caminho enxergar.
Minhas mãos ainda estão cheias
de poeira vermelha,
é a cor que escorre de meus dedos
e colore as estradas de minha existência.
O vento ainda bate em meu rosto,
frio e seco que chega até a partir meus lábios;
Vento que vem de longe e vai morrer nas marolas do Paranoá
meu sonho, continuava dentro de uma mala...
Cheguei na Plataforma Rodoviária,
para fazer baldeação,
e o meu ônibus chegou ao fim da sua viagem.
Mas meus sonho não desapareceu.
Não era ali naquela cidade futurista que se encontrava o meu futuro;
avenidas largar, curvas femininas,
meus olhos se enchiam de beleza
diante da genialidade da obra de Niemeyer.
Mas não era motivo suficiente para me deixar ficar no cerrado.
Cai o fim do dia embarco em um novo ônibus na plataforma B. Em busca de velhos sonhos que trazia comigo em minha velha mala.
Eu sobrinho que sou de Candango,
não persegui os mesmos sonhos.
Como um tio-avô alagoano busquei um velho sonho Arigó
de encontrar meu futuro num porto chamado esperança.
Atravessei noites e dias
nos sertões de Goiás e Mato Grosso.
Se meus sonhos aqui encontrei,
- não sei, só sei que os busquei.
E nas sobras das três Marias me encontrei.