terça-feira, 29 de julho de 2008

Cultura

Prof. José Cícero Gomes
Humanismo
Corrente filosófica que se desenvolve a partir do Renascimento (séc.XV/XVI) e coloca o homem no centro da reflexão e que procura encontrar os meios da sua completa realização. A base da reflexão humanista foi o antropocentrismo.
A idade moderna, uma época do humanismo.
A construção de uma nova imagem do homem e do mundo.


Para fins de estudo, se faz necessário adotarmos a periodização histórica tradicional, que convencionou chama de Idade Moderna o período que vai de meados do século XV a fins do século XVIII. A História européia é a principal referência dessa periodização. É pré-requisito para a compreensão do pensamento humanista, destacarmos os contexto histórico que vai do século XV à segunda metade do século XVIII.
A partir do século XV, ocorreu uma série de mudanças sócio-política, econômica e cultural no continente europeu, que produziram a transformação histórica do ocidente. Entre essas mudanças, podemos destacar:
_ A passagem do feudalismo para o capitalismo, período no qual ocorre a criação do Estado nacional, e o florescimento do comércio e da vida urbana. Além do estabelecimento das grandes rotas comerciais, o descobrimento do novo mundo, o predomínio do capital comercial e a emergência da burguesia.
_ O surgimento de novas questões políco-econômicas com a formação do Estada nação, como a discussão sobre a forma do poder, que até então era descentralizando. Na idade média os reis reinavam, mas não governavam que realmente mandavam eram os senhores feudais. O poder do rei passa a ser legitimado pelo direito divino, e
ocorre a centralização do poder nas nações européias, os dois primeiros grandes Estados nações da era moderna fora Portugal e Espanha. E este centralismo do poder se afirma, e se consolida através da monarquia absolutista e do capitalismo mercantil (mercantilismo) que garante a sua manutenção.
_ O cisma na Igreja Católico Romano encabeçado por Martim Lutero (A Reforma Protestante), rompeu com a concepção passiva do home, entregue unicamente aos desígnios divinos, e reconheceu o trabalho humano como fonte da graça divina e origem legítima da riqueza e da felicidade, além de conceber a razão humana como extensão do poder divino, o que colocou o homem em condições de pensar livremente e responsabilizar-se por seus atos de forma autônoma;
_ Desenvolvimento da ciência natural, e a criação de novo métodos de construção do saber sistematizado (o conhecimento cientifico), tudo isso impulsionado na confiança que se criou entorno da humanidade.
_ Em meio a todas essas transformações surge a dialética na conjuntura sócio-política, econômica e cultural européia.
_ A busca do elo perdido com a cultura grego-romana (O Renascimento).
"Por que as ciências, filhas da filosofia, depois de
repartirem entre si a herança filosófica, lhe voltam
as costas, como as filhas do rei Lear¹,depois de
divido o seu reino?"
Will Durant²
Filosofia e ciência
Desde os filósofos pré-socráticos até a idade moderna, competia à filosofia explicar a realidade. Incrivel e impossível tarefa. Basta considerar o mundo, como uma parte da realidade circundante, dividido em três dominínio diferentes: a natureza, o pensamento e a criação humana. Reunir tudo isto num único tipo de conhecimento, só mesmo dentro de uma perspectiva muito ampla. Porém, se faz necessário focar a realidade mais de perto. E assim foram surgindo as diversas Ciências. A primeira delas foi a matemática. Com os jônios e com Pitágoras(para Pitágoras o número era a essência de todas as coisas), a Matemática ainda estava ligada à filosofia. Contudo, aproximadamente no ano 300 a.C., Com Euclides, já estava separada, possibilitando, em certo sentido, o aparecimento de especialistas nesta ciência. Todas as outras ciências só mais tarde tornaram-se autônomas: a Física na primeira metade do século XVII com Galileu, a Química com as pesquisas de Lavoisier e outros no século XVIII; a Biologia com os estudos de Lamarck e Claude Bernard no século XIX. No fim do século XIX e início do XX , surge as Ciências Sociais com Auguto Conte, Émile Durkheim e outros. E o aparecimento da Psicologia com o Dr. Sigmund Freud, bem como também o aparecimento de outras ciências.
Tudo isso veio destruir a noção de domínio absoluto do saber e dos saberes pela filosofia. Este saber absoluto foi repartido entre as diversas Ciências. Mas, por sua vez, as ciências não são capazes de explicar doda realidade. A relidade é extraordinariamente intrigante para ser revelada, por um método científico. Por isso, cabe ainda à filosofia, extrapolar o método cientifico e transceder o raio de ação da Ciência, criando uma visão racional e crítica da realidade para se chegar a desvelar a realidade.
________
1.Shakespeare,William. Rei Lear (King Lear, no original em inglês) é uma peça de . Escrita em torno de 1605, a tragédia do rei Lear foi encenada pela primeira vez perante a corte inglesa no dia 26 de dezembro de 1606 e impressa em 1608.
2.Durant,William James (5 de Novembro, 1885 - 7 de Novembro, 1981 foi um filósofo, historiador e escritor estadunidense.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Imagens do dia - Álbum de Fotos - UOL Notícias

Imagens do dia - Álbum de Fotos - UOL Notícias
O policial militar da reserva Luiz Carlos de Castro Martins (e), acompanhado de seu filho, Anderson de Castro Martins, ambos moradores de Cianorte (PR), mostra foto de seu outro filho, André Luiz de Castro Martins, de 25 anos, morto na madrugada de domingo pela polícia de Massachusetts (EUA) por não ter parado em uma fiscalização policialMaisDirceu Portugal

domingo, 27 de julho de 2008

Cultura














Movimento Nacional em Defesa da Língua Portuguesa

A verdadeira importância do Latim


“Há uma espécie de efeito de multiplicação: os jovens que agora se entusiasmam pelo estudo do latim transmitirão esse sentimento aos que os cercam, ...

sábado, 26 de julho de 2008

Animadverto

“A resignação é um suicídio cotidiano”.
Honoré de Balzac

É verdade que o brasileiro é acomodado, busca sempre o que lhe é cômodo, teme sempre correr riscos, e a muito perdeu a capacidade de se indignar com alguma coisa. Será mesmo que o povo brasileiro conforma-se com suas desgraças. Demonstra que é acostumado ao dizer que “ah, o Brasil sempre foi assim, nunca vai mudar”. Isto recebe o nome de confordismo para os simples e iletrados, mas para os letrados, isto recebe o nome de covardia, já que os letrados deveriam formar opinião e buscar a devida transformação.

Nostri lingua portuguesa



A nossa língua portuguesa é muito importante, sim! É a sexta língua mais falada do mundo no globo terrestre e tem uma grande importância, não só na história da humanidade como no nosso dia-a-dia.Pena que as autoridades brasileiras ainda não acordaram para a importância de divulgarem a variante brasileira nos demais países lusófonos, e no restante do mundo. Você sabia que...1) O Português foi a última língua que se formou a partir do Latim?2) Que o primeiro texto em Língua Portuguesa data de 1190?3) Que o Português já foi uma língua mundial, assim como o inglês é hoje?4) Que entre os séculos XV e XVII nenhum navio saía mar a dentro sem ter pelo menos 2 falantes de português, a fim de estabelecer relações comerciais nos quatro cantos do mundo?5) Que a variante brasileira do português é a predominante no ensino escolar do Timor Leste, sendo escolhida como Língua Oficial?6) Que o português é uma das línguas que compõem o Papiamento, língua oficial de alguns países da América Central? http://pt.wikipedia.org/wiki/Papiamento
A nossa bela língua portuguesa é ou não é uma língua importante?
O português, como primeira língua, à frente de muitas línguas "de nações do primeiro mundo", como o Francês e o Alemão. Ela está atrás, por ordem, do chinês, árebe, espanhol, inglês e hindu. O idioma tem pouca importância econômica, devido às fracas economias dos países lusófonos, à exceção do Brasil. Mas, este ainda não despertou para impor a presença de sua língua no mundo.
O senhor Luís Inácio Lula da Silva tem que acorda para a importância da divulgação da nossa língua portuguesa como um instrumento geopolítico que nos leve à nos impormos como um povo que faz a diferença no mundo lusófono ou não.
___________
LÍNGUA PORTUGUESA
Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: «Meu filho!»
E em que Camões chorou, no exílio amargo
O génio sem ventura e o amor sem brilho!

Nostri lingua portuguesa






http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252005000200015&script=sci_arttext
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/07/25/materia.2008-07-25.4475065325/view

Fonética histórica
IntroduçãoAs chamadas leis fonéticas, proclamadas pelos linguistas da escola Neo-Gramática do século XIX, são mudanças regulares que se observam na evolução de todas as línguas, motivadas pela configuração fonética das palavras. Não sendo, como se julgava inicialmente, maciças e inobserváveis, acabam, aos poucos, por afectar a quase totalidade do léxico de cada língua em determinada secção de tempo. São eventos históricos, sujeitos às mesmas contingências regionais, políticas, culturais e sociais dos outros eventos que atingem a vida de uma comunidade, o que significa que têm uma actuação limitada a um passo da história daquela mesma comunidade. Na evolução do latim falado no início do Império para o falado na România Ocidental (Norte de Itália, Gália, Récia e Hispânia) e desse para o romance galego-português, verificaram-se consideráveis mudanças regulares, determinadas pelo contexto fonético e que são, resumidamente, estas:Símbolos1. A mudança ocorrida entre duas formas separadas pelo tempo indica-se inscrevendo entre elas o parêntese angular >.2. As formas latinas, para imediato reconhecimento, escrevem-se em caracteres maiúsculos.3. Quando uma vogal acentuada latina é longa, a sua notação vem seguida do sinal : e, quando é breve, não é assinalada.4. Recorre-se aos parênteses rectos para incluir, no seu interior, uma letra, ou letras que interessa considerar pelo seu valor fonético. Se estiver em causa o seu valor fonológico, ou seja, a entidade abstracta a que correspondem no sistema de uma língua, já se recorre às barras oblíquas.5. O hífen no final de uma forma latina indica que naquela posição esteve uma desinência (normalmente -m para os substantivos e adjectivos, -t para as formas verbais) que caiu muito cedo em latim vulgar e da qual não guardam memória as línguas românicas.Exemplificação: AMA:RE>amar PIRA->peraÀ esquerda dos parênteses angulares estão as formas latinas e à sua direita as formas portuguesas resultantes. No primeiro caso, a palavra latina tem [a] longo na sílaba tónica e, no segundo, um [i] breve. Estas vogais, na mente dos falantes são, respectivamente, /a:/ e /i/, ao passo que nas suas bocas são [a:] e [i].AssimilaçãoPor assimilação, entende-se a modificação de um som por influência do som vizinho que com ele passa a partilhar traços articulatórios (i.e. torna-o foneticamente parecido ou igual a ele). Esta é uma mudança sintagmática, assim chamada por ocorrer entre elementos de uma cadeia sintagmática (sons articulados sucessivamente na pronúncia das palavras). A assimilação de um som pode verificar-se por influência do som anterior (será uma assimilação progressiva), do som seguinte (uma assimilação regressiva), por influência simultânea dos sons anterior e seguinte (assimilação dupla) e por influência de um som não contíguo (assimilação à distância). Os contextos fonéticos (i.e. palavras concretas onde ocorrem as mudanças fonéticas) mais propícios à assimilação são os nasais, os anteriores e os intervocálicos.Contextos nasais: - Uma vogal vizinha de [m] e [n], sons que são consoantes nasais, tem tendência para deixar de ser vogal oral e passar a ser vogal nasal. Isto ocorre universalmente na história das línguas e, no caso do português, verificou-se na passagem do latim hispânico para o romance galego-português (séculos VI-VII), talvez por influência das línguas celtas que na Península se chegaram a falar. As vogais que antecediam o [n] passaram a ser vogais nasais (ex: PONTE->p[õ]te, LU:NA->l[ũ]a, NON>n[o~]), pelo que se diz que foram nasalisadas por assimilação regressiva. Na época nossa contemporânea, observam-se nasalizações, já de sentido progressivo, sempre que os falantes pronunciam, na primeira sílaba da forma muito, um ditongo nasal e, na primeira sílaba de mesa, uma vogal nasal (esta última nasalização progressiva apenas ocorre dialectalmente, mas a primeira é geral em português europeu, brasileiro e africano, pelo que deve ser bastante antiga, mas não anterior ao século XVI, já que Camões rimava muito com fruito).Contextos anteriores ou palatais: - Outras assimilações podem dar-se junto de vogal anterior, tradicionalmente chamada palatal [i] ou [e], ou junto de semivogal anterior, ou palatal, [j]. Estas mudanças chamam-se palatalizações e podem também ser regressivas ou progressivas. Em latim vulgar, a língua falada no Império Romano do Ocidente entre os séculos III a.C. e V d.C., ter-se-á iniciado, no século I da era Cristã, uma palatalização regressiva que afectou as consoantes não contínuas, [-cont], tradicionalmente chamadas oclusivas, [k] e [t], antes de som anterior. Nos contextos [ke], [ki], [kj] e [tj] as consoantes evoluíram para uma sequência com iode (a semivogal anterior) [tj] e mais tarde, só na România Ocidental, para a africada dental [ts], forma antepassada daquelas consoantes que hoje em português se escrevem ou então (este último num contexto especial, intervocálico, que possibilitou a evolução [ts]> [dz]). Assim, temos CENTU->[tj]ento>[ts]ento>cento, FACERE>fa[tj]ere>fa[ts]er>fa[dz]er>fazer, CISTA->[tj]esta>[ts]esta>cesta, FACIE->fa[tj]e>fa[ts]e>face. Mais antiga, foi a evolução de [tj]: FORTIA->for[ts]a>força.Outras palatalizações regressivas, desencadeadas no latim vulgar da mesma época pela presença da semivogal anterior [j], afectaram consoantes contínuas (ou fricativas), líquidas e nasais:CASEU->queijo, VINEA->vinha, FILIU->filho.Mais tardias, foram as palatalizações regressivas típicas do romance galego-português, ocorridas pelo século VI, que modificaram a articulação das consoantes não contínuas, ou oclusivas, [p], [k] e [t], antes da líquida [l]; esta evoluiu para a semivogal anterior [j] e, a partir daí, palatalizou em africada [tS] a consoante precedente, a qual, a seu tempo, simplificou na consoante contínua anterior [S], sempre escrita com : PLORA:R(E)>[tS]orar>chorar,CLAMA:R(E)>[tS]amar> chamar, FLAGRA:R(E)>[tS]eirar>cheirar.Mas este tipo de assimilação também pode ser progressivo, o que se vê igualmente no latim, mas já só na Hispânia, pelo que terá ocorrido mais adentro da era Cristã: CAPSA->ca[j]sa>caixa, COXA- ou seja ['koksa]>co[i]sa>coixa>coxa, ACUC(U)LA->agu[j]la>agulha.Contextos intervocálicos: - Aqui já se observa a assimilação dupla. Por assimilição dupla entende-se aquele tipo de influência simultânea que as vogais exercem sobre uma consoante que ocorra entre elas na cadeia sintagmática. Este contexto, chamado intervocálico e simbolizado VCV (vogal+consoante+vogal), é extremamente debilitante para a consoante, a qual ora é fricatizada, se for uma consoante oclusiva (segundo uma terminologia mais moderna, passa de não contínua a contínua), ora é sonorizada se for surda (passa de não vozeada a vozeada), ora, se for já de si mais instável (uma contínua, uma líquida ou uma nasal), pode deixar totalmente de ser articulada (fenómeno que tem o nome de assimilação total). Esta é a tendência universal da mudança e, em galego-português, pelo século VII, ocorreu uma assimilação dupla que muito caracteriza esta língua medieval de origem latina (este romance). Com efeito, só em galego-português é que o [l] simples intervocálico latino deixou de ser articulado e só em galego-português (e gascão) é que o [n] simples, no mesmo contexto, deixou também de ser articulado:PALA->paa>pá, DOLO:RE->door>dor, BONU->bõo>bom, ANELLU->ãelo>elo(Repare-se que a assimilação dupla de [n] simples intervocálico foi precedida de uma assimilação regressiva, em que a mesma consoante nasalizou a vogal anterior; note-se também que o [l_G] de anel ainda persiste porque tem origem numa líquida latina geminada [ll])
Outras assimilações duplas, anteriores a estas, afectaram consoantes do latim vulgar a partir do início da era Cristã, mas raramente culminaram no respectivo desaparecimento porque foram travadas por factores sistemáticos, neste caso, fonológicos (ver Fonologia Histórica do Português). Entre os séculos I e V d. C., uma assimilação dupla provocou, na România Ocidental, aquilo a que tradicionalmente se chama sonorização, ou seja, vozeamento das consoantes não vozeadas intervocálicas. As vozeadas intervocálicas também foram atingidas por este processo de assimilação dupla, tendo começado por passar a consoantes contínuas, e acabando duas delas por deixarem de ser articuladas. Da mesma forma, as geminadas sofreram simplificação. O português conservou o resultado deste latim vulgar já evoluído:APICULA->abelha MUTU->mudo LACU->lagoFABA->fava NU:DA->nua STRI:GA->estriaCIPPU->cepo GUTTA->gota PECCA:RE>pecarABBA:TE>abade ADDUCERE>aduzerarcO facto de o mesmo tipo de assimilação ter ocorrido entre vogal e consoante líquida /r/ conduz a uma reflexão sobre o estatuto particular das consoantes líquidas que, em certos aspectos, se aproximam dos segmentos vocálicos. Exemplos: PATRE->padre, MA:TRE->madre, LACRIMA>lágrima.DissimilaçãoPor dissimilação entende-se a modificação de um som por influência de um som vizinho, articulatoriamente próximo que, com ele, e por sua influência, deixa de partilhar traços articulatórios (i.e. torna-se foneticamente diferente). Esta é também, tal como a assimilação; uma mudança sintagmática, que envolve elementos da mesma cadeia sintagmática (i.e. sons da mesma palavra), mas é muito menos regular, ocorrendo apenas esporadicamente, pelo que é difícil também calcular uma data precisa para a sua ocorrência.Os sons que preferentemente sofrem dissimilação são os vocálicos, orais e nasais, e os consonânticos que constituam líquidas ou nasais.Dissimilação entre vogais:LOCUSTA->lagosta ROTUNDA->redondaVENTA:NA->ventãa>venta CAMPA:NA->campãa>campaDissimilação entre consoantes:MEMORA:RE>nembrar>lembrar ANIMA->alma LOCA:LE->logar>lugarMetáteseTal como a dissimilação, a metátese, que é a transposição de sons dentro de uma mesma cadeia sintagmática, é irregular, de difícil datação e muito frequentemente envolve consoantes líquidas, aquelas que menos estabilidade têm. Também pode envolver semivogais postónicas que, por metátese, passam a ocorrer junto da vogal tónica. O padrão silábico parece aqui funcionar como um rastilho para este tipo de mudança.Metátese de semivogais: O latim vulgar sofreu em época bastante recuada, uma vez que a generalidade das línguas românicas a testemunha, a metátese de semivogal anterior nos sufixos -A:RIU>airo, -A:RIA>aira. Em português, as formas herdeiras desses sufixos revelam ainda uma assimilação para -eiro, -eira, que deverá ter ocorrido em latim hispânico, já que em castelhano as formas paralelas são -ero, -era.DIA:RIA->jeira PRIMA:RIU->primeiroMetátese de consoantes: Como se disse, são sobretudo as consoantes líquidas [l] e [r] que sofrem o processo da metátese. É uma tendência universal que pode testemunhar-se pelo destino de uma forma latina ARBORE-, a qual em português não deu origem a metátese (árvore), mas em italiano e castelhano provocou duas diferentes soluções de metátese envolvendo as mesmas consoantes, respectivamente, alberoit e árbolcast. Para exemplificar metáteses com líquidas portuguesas, podem observar-se as formas FLO:RE->frolmedieval ou TENEBRAS>teevras>trevasEpênteseEste é um fenómeno contrário ao da assimilação total, uma vez que consiste na adição de sons no interior da cadeia sintagmática. Tutelado pela estrutura da sílaba, que tende frequentemente para o padrão universal CV (consoante+vogal), o fenómeno da epêntese consonântica reestruturou notoriamente as sílabas do português medieval que continham o hiato (encontro de duas vogais) -i~o, -i~a e que, a partir dos séculos XIV-XV, passaram a terminar em -inho, -inha, com epêntese da consoante nasal [J]:VI:NU->vi~o>vinho GALLI:NA->gali~a>galinhaQuando diz respeito à inserção de vogais, a epêntese tem o nome mais particular de anaptixe, e observa-se frequentemente no português do Brasil, que reestruturou sílabas com grupos consonânticos, sílabas CCV, em sucessões de sílabas obedecendo ao padrão universal CVCV:opção>opição ritmo>ritimo pneu>pineu~peneuBibliografiaGramáticas históricasALI, Manuel Said, 1921-23, Gramática Histórica da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Edições Melhoramentos, 1971 (7ª edição).DIAS, A. Epiphanio da Silva, 1918, Syntaxe Historica Portugueza. Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1970 (5ª ed.).HAADSMA, R. A. e NUCHELMANS, 1963, Précis de Latin Vulgaire. Groeningen, J. B. Wolters.HUBER, Joseph, 1933, Altportugiesisches Elementarbuch. Trad. port. de Maria Manuela Gouveia Delille: Gramática do Portugês Antigo. Lisboa, Gulbenkian, 1986.LLOYD, Paul M., 1987, From Latin to Spanish. Vol. I Historical Phonology and Morphology of the Spanish Language. Philadelphia, The American Philosophical Society.MAIA, Clarinda de Azevedo, 1986, História do Galego-Português. Estado Linguístico da Galiza e do Noroeste de Portugal desde o Século XIII ao Século XVI. Coimbra, INIC.NUNES, José Joaquim, 1919, Compêndio de Gramática Histórica Portuguesa. Fonética e Morfologia. Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1975 (8ª ed.).RAMOS, Maria Ana, 1983, "Nota linguística", Elsa GONÇALVES e Maria Ana RAMOS, A Lírica Galego-Portuguesa. Lisboa, Editorial Comunicação.SILVA, Rosa Virgínia Mattos e, 1989, Estruturas Trecentistas. Para uma Gramática do Portugês Arcaico. Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda.SILVA, Rosa Virgínia Mattos e, 1991, O Português Arcaico. Fonologia. São Paulo - Baía, Contexto - Editora da Universidade Federal da Bahia.SILVA, Rosa Virgínia Mattos e, 1994, O Português Arcaico: Morfologia e Sintaxe. São Paulo - Baía, Contexto - Editora da Universidade Federal da Bahia.WILLIAMS, Edwin B., 1938, From Latin to Portuguese. Historical Phonology and Morphology of the Portuguese Language. Trad. port. de Antônio Houaiss: Do Latim ao Português. Fonologia e Morfologia Históricas da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1975 (3ª ed.).VÄÄNÄNEN, Veikko, 1957, Introduction au Latin Vulgaire. Paris, Editions Klincksieck, 1981 (3ª edição, revista e aumentada).Linguística históricaANDERSON, James M., 1973, Structural Aspects of Language Change. Trad. esp. de José L. Melena: Aspectos Estructurales del Cambio Lingüístico. Madrid, Gredos, 1977.FARIA, Isabel Hub et alii (orgs.), 1996, Introdução à Linguística Geral e Portuguesa, Lisboa, Caminho. HOCK, Hans Henrich, 1986, Principles of Historical Linguistics. Berlim, Mouton de Gruyter.MATEUS, Maria Helena e XAVIER, Maria Francisca (eds.), 1991, Dicionário de Termos Linguísticos, vol. I. Lisboa, Cosmos.
ATENÇÃO - Para o valor das convenções fonéticas, consulte
http://www.phon.ucl.ac.uk/home/sampa/x-sampa.htm
http://www.phon.ucl.ac.uk/home/sampa/portug.htm

sexta-feira, 25 de julho de 2008

nostri lingua portuguesa
























A última flor do lácio, nossa língua Portuguesa é uma língua que resulta dos varios falares nativos ibéricos e do contato entre as diversas línguas invasoras que passaram a serem faladas na Península Ibérica. Como o latim também era falado ali e serviu de base para a formação do Português, nossa língua é neolatina, quer dizer pertence ao grupo de línguas que se originaram do latim. Daí o porque de Olavo Bilac chamala de a última flor do Lácio.No decorrer da longa história de sua formação, o Português tornou-se uma língua própria e independente.
Você sabe, por exemplo, por que aparece "feira" nos nomes dos dias da semana usados por nós? E mesmo falando a mesma língua, temos diferença com relação a Portugal, como quando falamos sobre futebol? Você saberia dizer o que significa "auto-golo" ou "balneário" em Português de Portugal?
Nomes dos dias da semana em Português
Em Português, os nomes dos dias da semana são diferentes dos nomes nas outras línguas de origem latina. Em algumas línguas, os nomes estão relacionados ao satélite natural da Terra e aos planetas. Em Espanhol, por exemplo, lunes (segunda-feira) é formado de Lua; martes (terça-feira), de Marte; miércoles (quarta-feira), de Mercúrio, e assim por diante. Em Francês, é lundi, mardi, mercredi etc. E em Português, por que aparece “feira” nos nomes dos dias da semana? Vamos ver?Por volta do século VI (não se esqueça de que estamos no século XXI), foram denominados, em latim, os dias da semana santa como dias feriados ou dias de férias. Como se sabe, nos dias de férias não se trabalha. Então, depois do domingo, que é o “dies dominicus”, ou “dia do Senhor”, e também o primeiro dia da semana, vem o “feria secunda”, que significa segundo dia de feriado ou de férias; depois, “feria tertia”, e assim por diante. Com o tempo, houve mudança na grafia das palavras, e o -i- passou para antes do “r”. Mas o interessante é que “feira” também significava “repouso”, “férias”, que, no uso popular, passou a significar “feira”, porque os dias de festa religiosa eram aproveitados para comércio no local daquelas manifestações. Portanto, num dia de féria era dia para ir à feira. A semana em Português é assim denominada: domingo, segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira e sábado, que é nome judaico, em vez de ser sétima-feira, por ser o sétimo dia da semana. Como era necessário organizar o calendário, os sete dias foram denominados “semana”, originário de “setmanas”, e qualquer dia da semana passou a ser considerado ‘dia útil’, menos o domingo e os dias de feriado.
De onde vêm as palavras?
Somos, por natureza, curiosos! Queremos saber como surgem as coisas e como são denominadas. Queremos saber também como surgem as idéias, os conceitos, como se elaboram as definições e como esses conceitos e definições são sintetizados em um nome. Enfim, a curiosidade em torno das palavras e da força que elas têm na comunicação nos levam aos dicionários.
Há, porém, muitas palavras, expressões ou frases que são engenhos da mente humana e que, por isso, não se encontram prontinhas nos livros que consultamos, porque nascem de situações em que a percepção de atitudes e comportamentos das pessoas estimula um bom observador a conceituar e a denominar.
Como já sabemos, há um grupo de línguas que são originárias do latim, entre elas, o português. Podemos, então, dizer que, para descobrir o significado de uma palavra, vamos recuando no tempo até chegar ao latim. Dessa forma, estaremos fazendo o estudo da origem das palavras. Como o mundo das palavras é disciplinado, desenvolveu-se uma área de estudo, chamada etimologia, que, metodologicamente, trata da descrição de uma palavra em diferentes estados de língua anteriores por que passou, até chegar ao étimo, que, no português, é, em grande parte, latino. Por isso dizemos que o português é uma língua latina. Por vezes, porém, o latim pegou a palavra por empréstimo do grego. O étimo é, justamente, a base para a formação de uma palavra. Agora, atenção: no Brasil, o português, em sua formação, também recebeu influências, principalmente, das línguas indígenas e das africanas.
Então, quando perguntamos - de onde vêm as palavras? - no português, lançamos o primeiro olhar ao latim. Mas muitas palavras entraram, na nossa língua depois, porque vieram com as coisas e com os nomes que têm nas línguas irmãs. Assim, o francês nos emprestou muito, o espanhol também, o italiano e até mesmo línguas que não são de origem latina, como o japonês, o árabe, o alemão e o inglês, entre outras.
No momento, a língua que mais empresta às outras é o inglês. Ora, esse movimento de ‘vai palavra’, ‘vem palavra’ é natural. O que vale observar é que muitas palavras do inglês que entram nas outras línguas são de origem latina, portanto de étimo latino.
E aí, vamos viajar? Procurar saber de onde vêm as palavras é o mesmo que se deslocar no tempo, no espaço e penetrar nos costumes dos povos. Boa viagem!
► Escola, do grego ao português

A palavra escola seguiu um longo caminho até chegar ao português. No grego, seu berço de origem, escola significava lazer ou tempo aproveitável para o exercício de atividades prazerosas. Quando entrou no latim, a forma schŏla passou a significar que "as crianças deviam dedicar-se aos estudos próprios de pessoas livres, deixando de lado as demais ocupações". Os Antigos deram-se conta de que era preciso preencher o tempo livre das crianças com o estudo. Assim, elas eram confiadas a um mestre que, em classes (classis juniōrum, o mesmo que chamada, chamamento dos jovens), lhes ensinava a leitura e a declamação.
O local onde havia classe recebeu o nome de escola, que é hoje estabelecimento público ou privado no qual se ministra ensino coletivo.
Referência bibliográfica
FAULSTICH, E. et alii. Ensino da Língua Portuguesa para Surdos. Caminhos para a prática pedagógica. Brasília, MEC/SEE, 2003, vol. 2, p. 104
GALEY, B. C. L'Etymo-jolie. Origines surprenantes des mots de tous les jours. Paris, Tallandier, 1991
HOUAISS, A. e VILLAR, M. S. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.
► Vai de bicicleta ou de velocípede?

Podemos dizer que o velocípede é uma espécie de pai da bicicleta. Antes desta surgir, os antigos veículos, de duas ou três rodas, eram chamados de velocípede. Até recebeu o apelido, na Inglaterra, de chacoalhador de ossos, por causa da rigidez dos aros e das rodas unidas por ferro. No século XVI, o português conhecia a forma veloc-, que significava veloz, rápido. Mas é por volta de 1874 que a palavra velocípede, formada de veloci (veloz) + pede (pé, pedal) se fixa no português. Atualmente, esse veículo de três rodas, que se move impelido por dois pedais ligados à roda dianteira, em tamanho reduzido, serve para uso de crianças.
Em 1880, surgem os veículos de duas rodas com as características que hoje conhecemos e que passou a chamar-se bicicleta. E sabe como se formou a palavra? Assim: bi- 'dois' + cycle 'roda', 'círculo' + sufixo diminutivo ‘–eta’. Por volta de 1899, pronunciava-se biciclêta, com e fechado, depois fixou-se a pronúncia que conhecemos hoje.
Uma curiosidade que vale a pena assinalar é que a palavra vem do francês bicyclette: o sufixo diminutivo francês –ette passou para o português como o sufixo diminutivo –eta. Há, na nossa língua, algumas palavras com o sufixo –eta, com o mesmo significado do francês – ette, como roleta (pequena roda), banqueta (pequeno banco), naveta (nau pequena), plaqueta (pequena placa metálica). Você deve ter percebido que todas têm a pronúncia do e fechado. O significado de –eta continua a ser ‘pequeno’.
Referência bibliográfica
FIGUEIREDO, Cândido. O que se não deve dizer. 6 ed., Lisboa, Clássica Edit., Vol. II, 1953
HOUAISS, A. e VILLAR, M. S. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001
LE PETIT ROBERT. Dictionnaire de la langue française. Canada, Isacsoft – CD-Rom, 2004
Sites consultados: http://www.tudosobrerodas.pt/i.aspx?imc=2489&ic=5785&o=3919&f=5785
http://www.trilhanorte.com.br/historiabike.htm
► As fases da lua-de-mel

A lua tem fases, e a mudança entre uma e outra acontece no espaço de um mês. Entre os anos 384–322 antes de Cristo, Aristóteles revelou - já naquela época - que as fases da Lua resultam do fato de que ela não é um corpo luminoso, e sim um corpo iluminado pela luz do Sol. Para compreender melhor: a fase da lua representa o quanto dessa face iluminada pelo Sol está voltada também para a Terra. As quatro fases desse ciclo mais conhecidas são lua nova, quarto-crescente, lua cheia e quarto-minguante, mas a porção que vemos iluminada da Lua, que é a sua fase, varia de dia para dia.
O que lua-de-mel tem a ver com lua? E com mel? Ora, é do conhecimento de todos que mel é uma substância açucarada. Então, vamos tentar juntar os conceitos de lua e de mel pra compreender o significado que buscamos. Antes disso, é preciso saber como a expressão chegou até nós.
A expressão lua-de-mel, segundo diversos autores, chegou ao português pelo francês lune de miel. Por sua vez, o francês tomou emprestado do inglês honeymoon. Nesse percurso internacional, o que todos dizem é que a expressão lua-de-mel corresponde aos primeiros tempos do casamento.
Ora, vamos deduzir. A lua tem quatro fases que se sucedem no período de um mês; lua é, portanto, uma expressão de tempo que corresponde a um mês. Para os casados, o primeiro mês do casamento é a primeira lua. Mel, por extensão de significado, pode simbolizar coisas muito doces, suaves, muito agradáveis. Podemos entender, então, que lua-de-mel é o primeiro doce mês do casamento, mas que pode durar quantas luas o casal quiser.
Vale lembrar que nós podemos estar em lua-de-mel com as coisas boas que acontecem em nossas vidas, com a escola, com o trabalho, com as novas amizades.
Referência bibliográfica
FIGUEIREDO, Cândido. O que se não deve dizer. 5 ed., Lisboa, Clássica Edit., Vol. III, 1955
HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001
LE PETIT ROBERT. Dictionnaire de la langue française. Canada, Isacsoft – CD-Rom, 2004
Site consultado: http://astro.if.ufrgs.br/lua/lua.htm
► Pois sim e Pois não

Durante uma conversa, o pois designa vários significados. Pode indicar que quem fala i) entendeu o que o outro disse; ii) está de acordo com o que foi dito e, nesse caso, o pois tem sentido de sim; iii) relaciona idéias com função conclusiva; iv) relaciona idéias com função explicativa. Vamos exemplificar cada uma dessas situações:
i) Pois... eu também já havia pensado nisso.
ii) Pois leve o livro, é seu.
iii) O rapaz entregou o documento, pois está livre para entrar e fazer a prova.
iv) A criança está feliz, pois ganhou o concurso.
Mas o que é divertido, no português, é dizer pois sim, quando se quer dizer não e dizer pois não, no momento de um sim. Normalmente, o ‘pois sim’ é usado com um certo tom de ironia que reforça o desejo de não realizar o que está sendo esperado por outra pessoa: Pois sim, não pago nem um centavo por isso! Já a expressão ‘pois não’ carrega o sentido de concordância, de desfazer qualquer dúvida na fala de quem a emite: Pois não, entre que o médico já vem.
E como surgiram essas expressões? Podemos dizer que ambas têm origem no discurso, na conversa. Assim, pois não resulta de uma frase abreviada, cortada, com vistas a concordar brevemente com o que pergunta outra pessoa num diálogo. Um exemplo seria: Pois não [deixaria você falar comigo]? Pois [eu] não [daria licença de você entrar]?
Por outro lado, quando queremos indicar dúvida ou discordância, a frase abreviada, cortada, traz a expressão pois sim, como no exemplo: Pois [pensa] sim [que não conheço essa história]! Às vezes, para exprimir impaciência ou reforçar a dúvida ou o menosprezo vem acompanhada de ora: ora, pois sim!
Tanto no uso de uma quanto da outra, a entonação serve para alterar-lhes o sentido, por isso na escrita a pontuação é quem dá o tom:
Pois não? Pois não! Pois não... Pois sim! Pois sim... Ora, pois sim!
Referência bibliográfica
HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001
NOGUEIRA, Julio. Indicações de Linguagem. Rio de Janeiro, Org. Simões, 1956
SAID ALI, M. Meios de Expressão e Alterações Semânticas. 2 ed. rev. Rio de Janeiro, Org. Simões, 1951
► Nojo de quê?

Hoje, quando dizemos Que nojo!, estamos querendo expressar que temos repulsa por alguma coisa ou situação. Mas a palavra nojo tem outro significado, que vem lá do passado e que somente é usado em situação muito específica: nojo é o mesmo que luto.
E qual é a relação entre repulsa e luto? As derivações que seguem explicam. A língua portuguesa conhece o adjetivo nojado e este deu origem a dois outros adjetivos:
• anojado = a+noj(o)+ado, que é adjetivo e, ao mesmo tempo, particípio do verbo anojar. Anojar é abater-se pela morte de alguém;
• enojado = in+odio+are (inodiare>inodiar>inojar>enojar) é a forma latina que resultou no português enojar. De enojar, que é sentir nojo, surgiram o particípio e o adjetivo enojado.
Assim, as expressões ‘causar nojo’ e ‘fazer nojo’ significam ‘provocar a reação de asco, repugnância’; a expressão ‘estar de nojo’ é o mesmo que ‘guardar luto; estar de luto’.
O significado de nojo, relacionado à morte, encontra-se na linguagem jurídica, na expressão licença-nojo, que é licença por falecimento de esposo(a) e de familiares, determinada por lei.
Por fim, para ampliar seus conhecimentos, veja como a forma latina inodiare resultou em algumas línguas românicas:
Anojar: no português, no galego, e no asturiano.
Enutjar: no catalão
Enojar: no castelhano e no português
Anuxar: no leonês
Enuyar: no antigo aragonês
Enjoar: no português
Ennuyer: francês
Referência bibliográfica
CUNHA, Antonio G. da. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1987
FAULSTICH, E. Anotações de aula de História da Língua Portuguesa, Universidade de Brasília (UnB), Instituto de Letras (IL), Departamento de Lingüística, Português e Línguas Clássicas (LIP), 2006
GARCIA DE DIEGO, Vicente. Dicionário etimológico espanol e hispânico. 2. ed. Madrid: Espasa-Calpe, 1985. 1091p
HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001
Sites consultados:
http://revistajuridica.fafibe.br/arquivos/13.pdf
http://www.lexterm.unb.br
► Quando dizemos - o açúcar -, estamos repetindo o artigo definido?

Em italiano, açúcar é zucchero e, em francês, é sucre sem o a inicial, que aparece em açúcar, no português, e em azúcar no espanhol. A forma sukkar, de origem árabe é a base do português, do espanhol, do italiano e do francês. Os contatos entre os árabes e os romanos, na península Ibérica, possibilitaram ao latim a criação da forma saccharum, mas a que prevaleceu, na formação da palavra açúcar, em outras línguas de origem latina, foi succharum, com a sílaba inicial ‘su’.
O árabe possuía uma partícula inseparável – al –, que funcionava como prefixo ou como artigo. Muitas palavras do árabe que entraram em outras línguas levaram esta partícula junto de si. Embora esta regra não tenha sido rigorosamente seguida por todas as línguas românicas, no português, o al- já entra incorporado ao nome que lhe segue, como al+sukkar = açúcar, al+catara = alcatra, e indica que tal palavra do português é de origem árabe. Aí, passamos a desconfiar se todas as palavras iniciadas por a- ou al- são de origem árabe. Ora, nem sempre as palavras iniciadas por a ou al, no português, são de origem árabe. Para garantir se estes elementos resultem de incorporação, é preciso consultar dicionários.
A incorporação é um fenômeno que não se dá igualmente em todas as línguas românicas, mas, no português, a incorporação do artigo al- aos substantivos se dá ora de forma plena (al-), ora de forma abreviada (a-), por causa da perda do -l-. Mesmo escrito a-, podemos inferir que ali existe um al-, como em arroz. Para ilustrar mais, vejamos a origem de arroba e de algodão. Arroba, que significa a quarta parte, deriva-se do verbo rabaá cuja forma de origem deve ter sido *al-rabaá, em que o «l» se assimila à consoante seguinte, resultando daí a forma atual; algodão, que são pêlos macios secos, é palavra formada com base em al-qutun, que passou a significar a planta e o produto do 'algodão'.
Quer conhecer mais? Então, leia, em seguida, uma pequena lista palavras de origem árabe que usamos no português:
• na área político-social: alcaide, alferes, almoxarife,alfândega
• no vocabulário comum: argola, alicate, alfaiate, alcova
• na área da agricultura: açafrão, alecrim, alfazema, algodão
• no vocabulário de frutos: laranja, lima, limão, tâmara
• na área de pesos e medidas: alqueire, arrátel, arroba, quintal
• na área de alimentos: açúcar, aletria, almôndega, arroz
• na área de toponímia: Alfama (refúgio), Alcântara (ponte), Almada (mina)
• na área de ciências: algarismo, álgebra, cifra.
É interessante observar que, em palavras relacionadas a açúcar ou a coisas que contenham açúcar, ora aparece a partícula al/a, ora não aparece. Quer ver? Vamos conferir algumas palavras: sacarose, sacaróide, sacarívoro, sucroquímica; açucarado, açucareiro. Outras: algodoeiro, cotonete. Esta já apresenta uma história própria porque entrou no português pelo inglês assim: qutun (latim) > cotton (inglês) > cotonete (coton+ete), no português. Cotonete é uma marca registrada do inglês que entrou no português, mas saiba que o inglês foi buscar no francês, que também pegou emprestado do árabe qutun.
De volta ao início desta história, perguntamos se você respondeu à questão que aparece no título: quando dizemos o açúcar, estamos repetindo o artigo definido? Bem, a resposta pode ser sim e não. Se voltarmos à origem das palavras, àquelas do árabe que começam por al/a e que entraram no português, vamos ter a impressão de que estamos sim usando o artigo duas vezes. Mas, como já se passaram muitos e muitos séculos, nós já nos esquecemos desse traço original do árabe e podemos então dizer que não, porque a partícula se incorporou de tal forma às palavras, que usamos o artigo definido próprio da língua portuguesa o ou a , sem que nos lembremos da peculiaridade do árabe.
Referência bibliográfica
HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001
LE PETIT ROBERT. Dictionnaire de la langue française. Canada, Isacsoft – CD-Rom, 2004
SAID ALI, M. Meios de Expressão e Alterações Semânticas. 2 ed. rev. Rio de Janeiro, Org. Simões, 1951
WEBSTER’S THIRD NEW INTERNATIONAL DICTIONARY. 3 vols., Chicago, Encyclopaedia Britannica, 1986
Site consultado: http://www.riterm.net/revista/n_2/faulstich_araujo-carvalho.pdf
► Não entendi patavina

E afinal, patavina é o mesmo que nada? E se for, qual a relação de significado entre nada e patavina? Que história!
Patavina provém de uma expressão construção patavina, que quer dizer, escrita rebuscada, de difícil compreensão, de que não entendemos quase nada ou nada. Mas não acabou aqui a explicação. Há séculos, viveu um escritor latino, chamado Tito Lívio, que era patavino, porque nasceu na cidade de Patavium/Patávio, na Itália, e que possuía um estilo de escrita próprio e típico da região, difícil de os outros compreenderem. Para esclarecer que não entendiam o que estava escrito, os leitores repetiam que ‘não entendiam o patavino’, ou seja, não entendiam o escritor.
A expressão vulgarizou-se, tomou a forma impessoal de ‘não entender patavina’.
Patavino, que era um adjetivo e indicava o natural da cidade de Patávio, mudou de classe e passou a pronome indefinido com o significado de nada, de coisa alguma, admitindo, assim, a forma terminada por -a (patavina e não patavino) para manter a regularidade com nada.
A cidade italiana de Patávio hoje se chama Pádua, e quem nasce lá é paduano.
Referência bibliográfica
CASTRO LOPES. Origens de Anexins, Prolóquios e Locuções Populares, Siglas etc., 2 ed. aum., Rio de Janeiro, Francisco Alves & Cia., 1909
HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001
NASCENTES, A. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. Primeira e única edição. Rio de Janeiro, Livr. Francisco Alves, 1932
► AFOGAR OU REFOGAR?

Há pessoas que afogam a comida. Há outras que refogam. É comum ouvirmos alguém dizer a cozinheira refoga a comida, mas não a cozinheira afoga a comida, embora na área da culinária as duas palavras sejam usadas no Brasil. A primeira faz parte do uso comum, mas a segunda tem o uso restrito a algumas regiões do interior do país. Observe que, nas duas palavras, há uma base fog- que significa, no português comum, fogo, daí deduzirmos que refogar e afogar significam passar comida pelo fogo de maneira adequada. De fato, refogar é passar temperos ou outro alimento por gordura fervente. Este procedimento culinário é conhecido por todos que cozinham, por isso podemos dizer simplesmente “refogar a comida”.
Não costumamos, por outro lado, dizer “afogar a comida”. Quando empregamos o verbo afogar, é preciso completar a frase e dizer afogar a comida em azeite, na manteiga, no óleo quente, pois só assim o significado lingüístico de afogar deixa de ser “morrer ou matar-se por ter submergido em água” e passa a ser o mesmo de refogar.
O interessante é que afogar é uma palavra que entrou no português por volta do século XIII, proveniente do verbo latino *affocāre 'apertar (a garganta), estrangular, sufocar'. Por sua vez, o verbo refogar surge no português no século XIX. No português atual, há uma convergência de significado no vocabulário da culinária, pois tanto afogar quanto refogar são ações que exigem que o alimento elimine o líquido pelo vapor no processo de passar por gordura fervente.
Referência bibliográfica
GUEDES, Inês G. Estudo de Alguns Verbos da Culinária Arcaica. Dissertação de Mestrado. LIP/IL/UnB, Brasília, 2001
MORAES SILVA. A. de. Diccionario da Língua Portugueza. 2 tomos, Lisboa, Typographia Lacerdina, 1813
HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001
► Do arco da velha

O ditado popular “coisa do arco da velha” parece não fazer parte, atualmente, do vocabulário dos mais jovens, mesmo assim não está abolido da Língua, porque todos os povos guardam usos lingüísticos, mesmo que, muitas vezes, se torne difícil de explicar o significado por causa do distanciamento da criação na linha do tempo.
Diversos autores afirmam que o arco-da-velha é o arco-íris, porque remonta a um arco nas nuvens, à época de Noé. Façamos, aqui, uma outra reflexão. Vamos entender arco como arca, que significa o caixão onde se encerram os mortos. Então, uma velha, que se fingia de morta, entrava na arca (caixão) e os jovens faziam brincadeiras e travessuras, em volta da arca, impossíveis de serem feitas em volta de uma pessoa falecida.
Então, como, na fala popular, arca virou arco e a pessoa que se fingia de morta era uma velha, fixou-se o dito popular “coisas do arco da velha” com significados próximos de praticar coisas extravagantes, travessuras, impossíveis de se acreditar, ou coisa antiga, fora de moda, ultrapassada.
Referência bibliográfica
CASTRO LOPES. Origens de Anexins, Prolóquios e Locuções Populares, Siglas etc., 2 ed. aum., Rio de Janeiro, Francisco Alves & Cia., 1909
HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001
Site consultado:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arco-da-Velha
► SKI, ESQUI, PATIM

Estamos diante de três palavras que provocam curiosidade pelo significado, pela diferença entre a forma escrita de cada uma e pelo funcionamento dos objetos que denominam.
A palavra esqui é fácil de ser reconhecida, porque nada mais é do que uma forma decalcada de ski. Escrevemos, em português, como pronunciamos es-qui, apenas foi-lhe dada a forma gráfica das duas sílabas na nossa língua. Dizemos, por isso, que esqui é uma palavra aportuguesada, porém, se é aportuguesada, logo deduzimos que a forma original vem de outra língua. É verdade! A palavra ski surgiu na Dinamarca, no fim do século XIX, para designar ‘utensílio que serve pra andar sobre a neve’ e logo foi adotada pelos ingleses e pelos franceses; chegou ao português pelo francês. Ski ou esqui, que é um utensílio para ser calçado ou preso no calçado, foi criado para deslocações sobre a neve; é composto por uma longa lâmina de madeira, metal ou plástico, com a frente arrebitada. Torna-se, portanto, um objeto patinador ideal para pessoas que vivem em países com neve duradoura.
E patim, que parentesco tem com esqui? De início, podemos dizer que é a semelhança do objeto. Esqui e patim são tipos de calçado que servem para andar sobre a neve. A palavra patim, que já existia no francês desde o século XIII, entrou no português em meados do século XIX. Por sua vez, esqui aparece no português somente no início do século XX. Com relação às datas de surgimento, podemos dizer que, nessa família, patim é mais velho que esqui.
A palavra esqui reflete, no conceito, uma realidade geográfica, daí que recebeu a designação inicial de “ski nórdico ou alpino”. A criação da palavra patim está diretamente relacionada à pata (patte, no francês), que significa pé, com o conceito de parte terminal do corpo humano. Assim sendo, patim é uma espécie de galocha que se transforma em patim de andar no gelo, com o acréscimo de um ferro para deslizar ou de buracos para evitar que o usuário escorregue.
Referência bibliográfica
ALIANDRO, H. (org.) Dicionário Inglês-Português. 7 ed., New York, Pocket Books, 1969
FIGUEIREDO, Cândido de. O que se não deve dizer. 5 ed., Lisboa, Clássica Edit., Vol. III, 1955
HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001
LE PETIT ROBERT. Dictionnaire de la langue française. Canada, Isacsoft – CD-Rom, 2004
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"ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO, INCULTA E BELA"
A expressão "Última flor do Lácio, inculta e bela" é o primeiro verso de um famoso poema de Olavo Bilac, poeta brasileiro que viveu no período de 1865 a 1918. Esse verso é usado para designar o nosso idioma: a última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim. O termo inculta fica por conta de todos aqueles que a maltratam (falando e escrevendo errado), mas que continua a ser bela.

LÍNGUA PORTUGUESA

Olavo Bilac


Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...


Amo-te assim, desconhecida e obscura
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!


Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,


Em que da voz materna ouvi: «Meu filho!»
E em que Camões chorou, no exílio amargo
O génio sem ventura e o amor sem brilho!



Sobre o Autor




1865-1918. Poeta brasileiro, Olavo [Brás Martins dos Guimarães] Bilac,
nascido no Rio de Janeiro, foi um dos mais representativos parnasianos do
seu país. Publicou "Crônicas e Novelas" (1893) e "Poesias" (1902). Membro
funndador da Academia Brasileira de

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Camena: pelas ondas do rádio

http://www.radios.com.br/play/1_vale999cariri-br.htm
http://www.impactonews.com.br/new/radios/radio6.html
http://www.impactonews.com.br/new/radios/radio13.html
http://www.impactonews.com.br/new/radios/radio12.html
http://playersradios.band.com.br/?r=rb_bandfm_sao
http://www.verdevale103.com.br/
http://www.transafm.net/radio.php
http://www.99fm.com.br/
http://www.tvcultura.com.br/radiofm/

futurus incertus - EUA


Obama supera McCain entre latinos, diz pesquisa
WASHINGTON (Reuters) - Os eleitores hispânicos dos Estados Unidos preferem o democrata Barack Obama ao republicano John McCain, mas aquele ainda não alcança, dentro dessa comunidade, os índices de popularidade registrados por sua ex-rival de partido Hillary Clinton, mostrou na quarta-feira uma nova pesquisa Reuters/Zogby.
Duas semanas depois de conquistar a vaga democrata para as eleições presidenciais de novembro, Obama apresentava nacionalmente uma pequena vantagem em relação a McCain, de 47 por cento das intenções de voto contra 42, segundo revelou a enquete.
Entre os eleitores de origem hispânica, Obama conta com 54 por cento de apoio, contra 44 por cento para McCain.
Pesquisas do instituto Gallup realizadas em maio e dados divulgados no começo deste mês mostraram Obama em uma posição mais confortável entre os eleitores latinos (62 por cento das intenções de voto contra 29 por cento para o republicano).
Hillary conseguiu mais de dois terços dos votos hispânicos durante as prévias do Partido Democrata, e a campanha de Obama, que pode se transformar no primeiro presidente negro dos EUA, começou a adotar medidas para angariar os votos desse grupo.
O voto latino, que somaria 8 por cento do total do país, é considerado crucial em Estados que podem definir a disputa, como a Flórida, o Novo México, Nevada, o Colorado e o Arizona.
"Obama sabe que Hillary é uma 'marca' reconhecida entre os hispânicos, ao passo que muitos deles ainda não o conhecem", afirmou à Reuters Andres Ramírez, vice-presidente para assuntos hispânicos da NDN, um centro de pesquisa identificado com o Partido Democrata.
McCain, de outro lado, exibe um antigo histórico de envolvimento com temas de interesse dos latinos e, ao menos inicialmente, defendeu uma reforma para legalizar a situação dos imigrantes ilegais. Porém mais tarde, de olho nas alas mais conservadoras de seu partido, o candidato republicano adotou uma postura menos flexível a respeito da questão.
Desde então, Obama vem reforçando sua estratégia para conquistar os eleitores hispânicos, que poderiam somar mais de 18 milhões de votos neste ano, segundo projeções.
Na terça-feira, o democrata reuniu-se com representantes da bancada hispânica do Congresso norte-americano, em busca de aliados capazes de fazer aumentar sua popularidade dentro dessa comunidade, e anunciou a contratação de Patti Solís para sua campanha.
Solís trabalhou durante anos com Hillary, de quem foi chefe de campanha até a ex-primeira-dama começar a perder votos nas prévias para Obama e reestruturar sua equipe.
Durante essas prévias, o democrata gastou mais de 10 milhões de dólares com peças de divulgação voltadas à comunidade latina, disse Ramírez. E Obama deve continuar investindo dinheiro e contratando especialistas com vistas a adotar uma estratégia de comunicação mais eficiente, acrescentou.
McCain, de sua parte, também deu início a sua ofensiva, divulgando anúncios de TV em espanhol, falando sobre temas de interesse dos latino-americanos e concedendo entrevistas a meios de comunicação de língua hispânica, entre outras atividades.
A pesquisa Reuters/Zogby foi realizada nacionalmente e consultou 1.113 eleitores em potencial entre a quinta-feira e o sábado, possuindo uma margem de erro de três pontos percentuais para cima ou para baixo.
(Reportagem de Adriana Garcia)

futurus incertus - ecologia

Revista VEJA Edição 2070 23 de julho de 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Cultura






Quand on pense à pain baguette, béret, de cafés et de la charmante petit 2cv voiture à Paris vient à l'esprit. Il n'ya rien de plus Parisienne que tout cela ensemble.


Toda história do 2CV (deux chevaux, ou dois cavalos em francês) tem iniciu em 1936. Os técnicos da Citroën tinham de fazer um carro pequeno, seguro, robusto, estável e relativamente confortável que transportasse quatro passageiros e suportasse mais 50 quilos de carga. Era uma exigência do Diretor Geral da marca,o senhor Pierre Jules Boulanger (um dos pais do projeto Citroën 11 Légère, o conhecido Traction), e de Pierre Michelin, filho de Edouard Michelin. Este famoso fabricante de pneus havia passado a controlar a Citroën em 1934.
Eles desejavam um carro que fosse algo como "um guarda-chuva sobre rodas". O nome de código do projeto era TPV (Toute Petite Voiture, ou seja, carro muito pequeno). O primeiro protótipo foi construído em 1937. Fabricado em alumínio, tinha só um farol na dianteira, partida por manivela e motor de dois cilindros opostos (boxer) refrigerado a água. Seguindo a tradição da marca, a tração era dianteira.
Em segredo, 250 protótipos foram feitos em 1939. Tinha o menor motor automobilístico da época: 375 cm3. Mas chegava a guerra, e todos os protótipos eram destruídos a mando dos alemães. Todos, menos um, que ficou na garagem de uma fábrica da Citroën -- e existe até hoje.
Com o fim da guerra, o 2CV era lançado oficialmente no Salão de Paris de 1948, realizado no Grand Palais. Os modelos, cobertos por uma lona, foram descobertos pela primeira vez na frente do presidente da República, Vincent Auriol. Não se tinha notícia de nada mais feio na industria automobilística... Dizem que um jornalista que estava por perto perguntou se ele já vinha com o abridor de latas, ou se era um acessório opcional.
O sarcasmo era geral e ainda diziam que o tom de cinza da carroceria era horrível. As rodas eram pintadas na cor alumínio. A potência real não era de 2 cv, como o nome faz supor, mas de 9 cavalos, que o faziam chegar a 55 km/h. O motor boxer era refrigerado a ar, a bateria de 6 volts, não havia trava de portas (que se abriam em sentidos opostos) e sequer tinha chave de ignição! Só a metade inferior dos vidros das portas dianteiras se abria. Esta era virada para cima e travada.
O 2CV do nome se referia à potência fiscal. Na França, a potência do motor é expressa em "ch", ou chevaux. Ele estava longe de ser bonito -- mas era simpático. Era o carro mais barato do mercado e o mais acessível para a população arruinada pela guerra.

Mas é impossível pensamos em Paris, sem vim a nossa mente baguete,boiná,cafés e o carrinho 2cv. Não há nada mais charmoso e parisiense que tudo isso junto.


terça-feira, 15 de julho de 2008

futurus incertus - Política Nacional.


Candidato "ficha suja"
TSE autoriza políticos condenados a disputar eleições
Manuela Martinez*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liberou todos os políticos que sofreram condenações em primeira instância para participar das eleições municipais de 2008. A manifestação do TSE foi uma resposta à solicitação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCEE), que entregaram ao presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, o texto de um projeto de lei de iniciativa popular que tenta criar uma barreira para os chamados "candidatos de ficha suja".O projeto de lei da CNBB e do MCEE (composto pela Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, e mais 35 entidades civis) é uma tentativa de remendar a Lei das Inelegibilidades (que estabelece quais cidadãos não podem se candidatar a cargos políticos). Essa lei, de 1990, não leva em conta a vida passada dos candidatos, proibindo apenas as candidaturas dos que já foram condenados em última instância (quando não há mais possibilidade de qualquer recurso junto ao Poder Judiciário).Os cerca de 400 mil candidatos a prefeitos e vereadores nos 5.564 municípios brasileiros (dados do IBGE, em 2007) acompanham com interesse essa proposta polêmica, afinal, dos 88 congressistas (deputados federais e senadores) que são candidatos nas eleições municipais de 2008, 11 são réus em ações penais que ainda não foram definitivamente julgadas. O movimento iniciado pela CNBB e pelo MCEE teve o apoio da Associação dos Magistrados Brasileiros (Amab), que encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação pedindo que os candidatos "ficha suja" sejam impedidos de participar das eleições.Em resposta à determinação do ministro Carlos Ayres Britto, os 26 presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) apresentaram uma carta reforçando a necessidade de a Justiça Eleitoral considerar a "ficha suja" dos candidatos a cargos eletivos - e orientando os juízes e funcionários da Justiça no sentido de que facilitem o acesso aos documentos que revelam os antecedentes criminais dos candidatos.
Senado quer modificar a lei
Quando a CNBB e o MCEE encaminharam a solicitação de inelegibilidade dos candidatos "ficha suja" para o TSE, 21 projetos que tratam do assunto estavam sendo discutidos no Congresso Nacional. Depois de muitas reuniões, esses projetos foram transformados em um único texto, que proíbe a candidatura de políticos já condenados pelo Poder Judiciário em qualquer instância, por crimes eleitorais, corrupção e improbidade administrativa - ou que tenham penas superiores a dez anos de detenção para cumprir.Em reunião ocorrida no dia 8 de julho de 2008, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a alteração da Lei de Inelegibilidades, a fim de proibir que candidatos com "ficha suja" disputem as eleições.Pelo projeto, que ainda precisa ser votado no Senado e aprovado pela Câmara Federal para entrar em vigor, candidatos condenados em qualquer instância judicial não podem participar de eleições. No entanto, apesar das promessas de senadores e deputados, o texto não deve ser aprovado a tempo de entrar em vigor antes das próximas eleições: no dia 5 de outubro de 2008, o primeiro turno, os brasileiros vão às urnas para escolher prefeitos e vereadores. Em alguns municípios, a escolha do prefeito somente será decidida no segundo turno, marcado para 26 de outubro.
Partidos e Constituição
Para evitar que os candidatos "ficha suja" sejam prejudicados, o projeto em discussão no Senado obriga o Poder Judiciário a julgar todos os processos envolvendo políticos até a data das convenções partidárias (quando os candidatos são escolhidos oficialmente pelos partidos). Em 2008, as convenções aconteceram no final de junho. Se a lei aprovada pela CCJ estivesse em vigor, os 11 congressistas que são réus em ações penais estariam impedidos de participar das eleições. Para justificar sua decisão, autorizando os candidatos "ficha suja" a concorrer às eleições municipais de 2008, o TSE recorreu à Constituição Brasileira, promulgada em 1988. Pela Constituição, até o julgamento final da ação, ninguém pode ser considerado inocente ou culpado.Ao menos um partido, no entanto, se antecipou à aprovação do projeto no Congresso Nacional. O Democratas (DEM), antigo Partido da Frente Liberal (PFL), baixou uma resolução na qual proíbe a candidatura de filiados ao partido que tenham "ficha suja".Segundo o documento, não poderão se candidatar: (a) os políticos que respondam a processos por crimes hediondos ou dolosos contra a vida; (b) os que, no exercício de cargos públicos, tiveram suas contas rejeitadas pela Justiça (desde que o acusado não possa mais recorrer da decisão); e (c) todos os que tenham sido julgados, em primeira instância, por atos de improbidade administrativa ou por crimes contra a economia popular, a administração pública, a fé pública, o patrimônio público e o sistema financeiro.
*Manuela Martinez é jornalista e publicitária.


http://educacao.uol.com.br/atualidades/candidato-ficha-suja.jhtm

futurus incertus - Eleição 2008 para o pode executivo municipal.


Nenhum provérbio popular explica tão bem os problemas de nossa Porto Velho e de muitas outras cidades brasileiras "Em terra de cego quem tem um olho é rei". Ele mostra por que existe tanta gente incompetente dirigindo nossos municípios ao longo de décadas e décadas. Mostra também por que é tão fácil chegar ao legislativo e executivo municipal, estadual e federal sem muita visão ou competência. Basta ter um mínimo de conhecimento para sair apregoando sofrível soluções palanques afora, de leste a oeste, de nossa Porto Velho.
Todo mundo se deixa cativar pelo candidato populista e demagogo que entra em seus lares toma café em sua cozinha e beijam suas crianças, e que buscam fala sua língua, usa chapéu, e faz questão em dizer que veio de baixo. Mas devemos termos muito cuidados com a falácia destes populistas que recheiam o nosso município e o nosso estado de Rondônia, nunca confundam candidato popular com populistas como se fosse a mesma coisa. Em dezembro de 1989 o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva era um típico candidato popular. Já o candidato do minúsculo PRTB, Fernando Collor de Mello foi tido como self-made man da política brasileira, tremendo de um picareta com um populismo atípico. Neste pleito municipal em Porto Velho devemos ter muito cuidado com os pseudos amigos do povo (comunicadores, médicos e ex-garçon). Estes populistas ao chegarem ao poder, logo revelam sua face de ditador. Temos um exemplo clássico no atual pode executivo estadual.
Se você é dos muitos portovelhenses que têm dois olhos, tome cuidado. Em terra de cego, você corre perigo. Por isso não permita que o reizinho catarinense faça o prefeito de Porto Velho. A maioria dos dois-olhos que conheço em Porto Velho já desistiram de lutar e optoram pela covardia. Eles se fingem de mortos, pois sabem que, se agirem de modo diferente, poderão tornar-se vítimas. Mas há saídas melhores. Vamos dizer um não para os reizinhos de um olho só, sejam eles nativos ou imigrantes do sul ou do nordeste. Vamos dizer sim para propostas, idéias e projetos empoou de todos que vivem nesta cidade. Nunca tivemos um prefeito com dois olhos em Porto Velho, já está na hora de buscarmos este homem para governar nosso município. Nem que seja ao meio dia com um candeeiro aceso.
Precisamos ter mais coragem e juntos lutarmos por uma Porto Velho melhor. Vamos combater esta mediocridade rondoniense de vivermos cultuando a memória de reizinhos de um olho só como Jorge Teixeira e Chiquilito. Nosso povo tem dois olhos, sim, e é muito mais esperto do que se imagina. Ele está é sendo enganado há tempos, enganado por gente com um olho só.
Foi-se o tempo de uma elite pensante comandar a massa ignara. Hoje, a maioria do povo tem acesso à informações. Se informação é poder, ela não é mais restrita a um pequeno grupo de bem formados. Nosso povo só precisa acreditar mais em si mesmo e perceber que cegos são os outros, aqueles com um olho só.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

futurus incertus - segurança pública


Rondônia sem os polícias militares nas ruas: Fica um caos generalizado, e só aumenta o pavor dos portovelhenses que a muito são reféns do medo. Meliantes não identificados metralharam portas de vidros das agencias do Itaú e Banco do Brasil.
A fachada e as portas de vidros dos bancos Itaú e Banco do Brasil, em Porto Velho, localizada ao lado do Palácio Getúlio Vargas, sede administrativo do Governo do Estado de Rondônia, atualmente em reforma. O ataque foi feito por volta das 4 horas da manhã e os autores não levaram nada. O prejuízo foi apenas material. Os tiros atingiram em cheio as portas de vidros que não suportaram o impacto dos projéteis. Governo de Rondônia em nota oficial vem a público esclarecer que tem tomado todas as medidas cabíveis no intuito de por fim ao movimento deflagrado no dia 08 de julho de 2008 pelas esposas de policiais e bombeiros militares, que paralisam os serviços desenvolvidos pela Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar, provocando uma crise no setor da Segurança Pública e prejudicando a população em geral.
Agora eu pergunto como o Senhor governador Ivo Cassol tem buscado solucionar o problema. Se ele é intransigente, sectário, autoritário,... E se orgulha de não negociar sobre pressão com servidores grevistas. Os servidores da educação e da saúde que os diga. Por falarmos em servidores, as senhoras do PMs ao impedirem a saída dos seus maridos dos quartéis, estão dado um grande exemplo de coragem e tenacidade para muitos que se acovardam diante do autoritarismo do governador de nosso Estado.

sábado, 12 de julho de 2008

futurus incertus - Magister





Piso nacional
Plenário do Senado aprova piso de R$ 950 para professores. Projeto vai à sanção presidencial

BRASÍLIA e RIO - O plenário do Senado aprovou na noite desta quarta-feira, em votação simbólica, o projeto de lei que cria o piso nacional de R$ 950 para os professores da rede pública de educação básica em todo o país, inclusive para aposentados. O Ministério da Educação estima que, em 2005, 41% dos docentes em atividade recebiam menos de R$ 850, valor do piso inicial proposto inicialmente pelo governo. Pelos cálculos do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), autor do projeto original que foi apresentado em 2004, cerca de 1,5 milhão de professores recebem menos de R$ 950 por mês. A matéria agora segue para a sanção presidencial. (Vote: O que você acha do valor do novo piso? )
Mais cedo o projeto foi aprovado na Comissão de Educação. O novo piso vale para profissionais que tenham uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. A proposta do piso salarial havia sido aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado no início da tarde de quarta .
Também nesta quarta, o Plenário do Senado aprovou, em dois turnos, a proposta de emenda à Constituição (PEC) - de autoria da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) - que acaba com a incidência da Desvinculação de Receita da União (DRU) sobre os recursos da educação . Com isso, a pasta terá R$ 7 bilhões a mais no seu orçamento.
Professores da 1ª a 4ª série têm salário inferior ao piso no Rio
No caso do Rio de Janeiro, para a mesma carga horária estipulada pelo projeto de lei, o piso salarial dos docentes do 6ª ao 9ª ano - 5ª a 8ª série pela antiga nomenclatura - do ensino fundamental, e docentes do ensino médio é R$ 1.405, cerca de 30% superior ao estabelecido pelo piso. Para os professores do 1ª ao 5º ano - 1ª a 4ª série - do ensino fundamental o piso fica em R$ 896, um pouco abaixo do novo piso.
Já na rede municipal de ensino, a média salarial dos professores é inferior ao piso previsto pela comissão em 11 estados - Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Tocantins. Nesse casos, o projeto de lei estabelece que a união deve complementar o valor restante.
A média na rede municipal só é superada em cerca de 20% em 8 estados - Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina São Paulo e Sergipe. O que você acha do valor do novo piso salarial dos professores?
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