“Muitas espécies. Um planeta. Um futuro”. Esse é o slogan que marca o Dia Mundial do Meio Ambiente, que é comemorado em 5 de junho. A preocupação com a vida selvagem tem como objetivo reforçar a reflexão sobre o Ano Internacional da Biodiversidade, celebrado em 2010.
Um acordo assinado numa conferência mundial em Johannesburgo capital da África do Sul em 2002 previa o comprometimento das principais nações do planeta em reduzir em 90% o número de espécies ameaçadas de extinção em 8 anos. Nenhum país conseguiu cumprir a meta – atualmente milhares de espécies estão ameaçadas de extinção – quase 300 delas apenas no Brasil. Contribuem para este quadro deplorável a exploração comercial, expansão populacional desordenada e desastres ambientais – o vazamento de petróleo no Golfo do México, fora de controle desde abril, é a maior catástrofe ambiental da história, com a morte de milhões de animais, entre aves e espécies marinhas em águas dos Estados Unidos.
O Dia Mundial do Meio Ambiente tem suas ações concentradas em Ruanda, na África, país que luta para preservar sua excepcional fauna da extinção, que conta com 50 espécies ameaçadas. No mundo todo serão realizados eventos, concertos e palestras para celebrar a data. Em São Paulo, o Parque Villa Lobos e o Jardim Botânico estão sendo realizadas programações especiais desde da manhã de hoje e se estenderá até o fim do dia.
O dia Mundial do Meio Ambiente foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, durante a Conferência Mundial do Clima em Estocolmo, para estimular ações mundiais para preservação da fauna e da flora. Por falar na ONU o que ela está fazendo para pressionar os EUA para solucionar seus crimes ecológicos. A morte de varias espécies marinhas já dura dias. Se a medidas tomadas até agora pela British Petroleum funcionam, só sabemos mais tarde. Nem todo o dinheiro ganho pela BP pagaria as percas para os biomas marinhos e para a população costeira que depende do mar para viver. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse semana passada que o vazamento contínuo é "tão enfurecedor quanto doloroso". Obama afirmou esta semana que vai a segurar que a população seja ressarcida de prejuízos. Mas o meio ambiente que irá ressarcir de sua percas vitais?
Não se ver crítica ou comentários duros na mídia estadunidense sobre o vazamento de óleo da plataforma Deepwatar Horizon danificada da BP que afundou a 47 dias nas águas profundas do Golfo do México produzindo um desastre de grande impacto ambiental. O que se ver e ouvir é a impressa marrom tentando amenizar a tragédia. O poço está vazando 42 mil litros de óleo por dia. O que é visível e a cobertura deste desastre por parte das empresas de jornais como o New York Time se mostram amigáveis dizendo: "Não é o pior derrame na história E.U. A..." mencionando o desastre Exxon Valdez o que resultou em 10,8 milhões de galões de óleo sendo derramado. O Times aponta que teria que continuar escapando por 262 dias para igualar a esse montante. Mas há controvérsias, afirmou Carol Browner "Isso quer dizer que há mais petróleo vazando no golfo do México que em qualquer outro momento de nossa história. E isso significa que há mais petróleo que durante a mancha negra provocada pelo Exxon Valdez no Alasca (1989)", Browner é conselheira do presidente americano Barack Obama para temas ambientais.
A quantidade de óleo derramado até agora é duas a três vezes maior do que no desastre do Exxon Valdez. Washington já tinha sido advertida por Sylvia Earle[1]: "Em nome da energia barata, nós estamos destruindo os oceanos e o planeta Terra" e reitera em seu grito por socorro aos políticos estadunidenses que receberam doações substanciais das companhias petrolíferas: "O Golfo não é um esgoto na indústria petroquímica, ou um maná inesgotável para a pesca. É o Mediterrâneo norte-americano, um laboratório vivo". E de forma corajosa convidou tais políticos, para viajarem com ela para ver o mar profundo do Golfo, o "santuário" do Jardim das Flores em águas Texanas e para ver os recifes de coral de Chaves na Florida. Earle se deparou com a surpresa de alguns e com a ignorância de muitos, mas ela vez questão de lembrar-los: "O mal que causamos aos oceanos é um dano que causamos a nós mesmos ..."
Por quanto tempo mais a natureza irá suportar as agressões da humanidade. Vamos salvar o nosso planeta.
[1] EARLE, Sylvia. Oceanógrafa estadunidense. Em 1966, recebeu seu Ph.D. de Duke. Sua dissertação foi "Phaeophyta do golfo do México oriental" Nunca antes tinha um cientista marinho feito tal um longo e detalhado estudo em primeira mão de plantas aquáticas. Desde então, ela fez um projeto ao longo da vida de catalogar todas as espécies de plantas que podem ser encontradas no Golfo do México. Com ela teve conquistas notáveis em sua carreira levou primeiro a Harvard, como bolsista de investigação, em seguida, para a diretoria residente do Cabo Haze Marine Laboratory, íon Florida.