Time vitorioso enfim se livra do rótulo de "amarelão" com ouro em Pequim
Lello Lopes em Pequim (China)
As derrotas para a Rússia na semifinal dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 e na decisão do Mundial-2006 e para Cuba na final dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro-2007 deixaram a seleção brasileira feminina de vôlei com uma fama: a de perder o controle nos momentos decisivos. Agora, com o inédito ouro obtido em Pequim neste sábado, em vitória por 3 sets a 1 (25-15, 18-25, 25-13, 25-21) sobre os Estados Unidos, esta equipe consegue a sua redenção e tira qualquer dúvida de que tem uma das melhores gerações na história.
Ao longo da competição, a equipe verde-amarela havia passado sem maiores desafios por seus outros adversários. Um a um, caíram Argélia, as temidas Rússia, Sérvia e Itália, Japão nas quartas-de-final, China na semi e, por fim, os Estados Unidos.
Mas a última vitória foi a mais suada de todas. Depois de terem vencido os sete jogos anteriores sem perderem sets, as brasileiras perderam a segunda parcial do jogo ante as norte-americanas e ainda sofreram para fechar a quarta etapa. Mas conseguiram, e se livraram do estigma de ‘amarelonas’.
Trajetória da seleção
Fase de Grupos
3 x 0 Argélia
Fase de Grupos
3 x 0 Rússia
Fase de Grupos
3 x 0 Sérvia
Fase de Grupos
3 x 0 Cazaquistão
Fase de Grupos
3 x 0 Itália
Quartas-de-final
3 x 0 Japão
Semifinal
3 x 0 China
Final
3 x 1 Estados Unidos
“Esse é um dos times mais vencedores de todos os tempos”, - técnico José Roberto Guimarães, antes da final contra os Estados Unidos
“A cor da nossa medalha é amarela, sim. Mas é amarelo de ouro.”, - técnico José Roberto Guimarães, depois da final contra os Estados Unidos
Desde que José Roberto Guimarães assumiu o time, em 2003, o Brasil se acostumou a disputar decisões. O grupo foi quatro vezes campeão do Grand Prix, tornando-se uma potência da modalidade. Nos principais campeonatos, porém, a seleção falhava.
O pior deles foi nas Olimpíadas de 2004, quando teve uma campanha parecida com a de Pequim. Foi à fase final invicta, com apenas quatro sets cedidos até as semifinais. No time, a ponta Mari se destacava. Era novata na seleção, mas uma das preferidas da levantadora Fernanda Venturini.
Saiba Mais
Você acreditava na medalha?
Envie uma mensagem ao time
Seleção sem Fofão após 17 anos
"Montinho" e choro na vibração
Conheça mais do elenco
Tabela do torneio feminino
Veja mais da modalidade
China fica com o bronze
Na semifinal com a Rússia, veio o rótulo. Com erros sucessivos, quando precisava apenas de um ponto para ir à decisão do ouro (24-19 era o placar no quarto set), o elenco perdeu a chance de uma final inédita. Mari, a mais acionada, foi considerada uma das culpadas.
O técnico Zé Roberto se manteve no cargo e proporcionou à Mari, sempre uma das jogadoras de melhor desempenho nas estatísticas, novas chances de redenção. Após a pressão de 2004, o novo revés no Mundial de 2006 aumentou o drama. Naquela final, a mesma Rússia voltou a atrapalhar o Brasil. A seleção estava a dois pontos de ganhar o título, mas levou a virada das russas.
O que parecia mera coincidência se repetiu em 2007. Já vista como uma das mais fortes no mundo, a seleção não “amarelava” até a fase final das competições. Ganhava os jogos, assumia a posição de favorita ao título, mas depois vinha a decepção. No Pan de 2007, não foi diferente. Depois de atropelar as rivais, o Brasil desperdiçou uma série de match points na decisão contra Cuba. Resultado: medalha de prata em casa.
O título nas Olimpíadas poderá servir, então, para apagar qualquer imagem de derrota do time. Para o técnico, o ouro é uma resposta a uma geração que merecia mais prestígio. “Esse é um dos times mais vencedores de todos os tempos”, disse o técnico Zé Roberto, antes da final contra os Estados Unidos.
"Aqui a gente estava muito tranqüilo porque todo o trabalho foi planejado e feito. Muitas das críticas que recebemos nós merecemos, porque a gente não conseguia fechar algumas partidas. Aquilo doía na gente porque a gente não queria admitir. Eu sabia que o time tinha caráter, tinha brio, tinha garra, que poderia ganhar de qualquer time do mundo, mas as derrotas aconteceram. Acho que a gente aprendeu, não adianta de sair batendo em todo mundo. Tem que se trabalhar. Só fica a história e essa medalha vai ficar pra sempre", encerrou o treinador.
Publicado no dia 23 de agosto de 2008
Ao longo da competição, a equipe verde-amarela havia passado sem maiores desafios por seus outros adversários. Um a um, caíram Argélia, as temidas Rússia, Sérvia e Itália, Japão nas quartas-de-final, China na semi e, por fim, os Estados Unidos.
Mas a última vitória foi a mais suada de todas. Depois de terem vencido os sete jogos anteriores sem perderem sets, as brasileiras perderam a segunda parcial do jogo ante as norte-americanas e ainda sofreram para fechar a quarta etapa. Mas conseguiram, e se livraram do estigma de ‘amarelonas’.
Trajetória da seleção
Fase de Grupos
3 x 0 Argélia
Fase de Grupos
3 x 0 Rússia
Fase de Grupos
3 x 0 Sérvia
Fase de Grupos
3 x 0 Cazaquistão
Fase de Grupos
3 x 0 Itália
Quartas-de-final
3 x 0 Japão
Semifinal
3 x 0 China
Final
3 x 1 Estados Unidos
“Esse é um dos times mais vencedores de todos os tempos”, - técnico José Roberto Guimarães, antes da final contra os Estados Unidos
“A cor da nossa medalha é amarela, sim. Mas é amarelo de ouro.”, - técnico José Roberto Guimarães, depois da final contra os Estados Unidos
Desde que José Roberto Guimarães assumiu o time, em 2003, o Brasil se acostumou a disputar decisões. O grupo foi quatro vezes campeão do Grand Prix, tornando-se uma potência da modalidade. Nos principais campeonatos, porém, a seleção falhava.
O pior deles foi nas Olimpíadas de 2004, quando teve uma campanha parecida com a de Pequim. Foi à fase final invicta, com apenas quatro sets cedidos até as semifinais. No time, a ponta Mari se destacava. Era novata na seleção, mas uma das preferidas da levantadora Fernanda Venturini.
Saiba Mais
Você acreditava na medalha?
Envie uma mensagem ao time
Seleção sem Fofão após 17 anos
"Montinho" e choro na vibração
Conheça mais do elenco
Tabela do torneio feminino
Veja mais da modalidade
China fica com o bronze
Na semifinal com a Rússia, veio o rótulo. Com erros sucessivos, quando precisava apenas de um ponto para ir à decisão do ouro (24-19 era o placar no quarto set), o elenco perdeu a chance de uma final inédita. Mari, a mais acionada, foi considerada uma das culpadas.
O técnico Zé Roberto se manteve no cargo e proporcionou à Mari, sempre uma das jogadoras de melhor desempenho nas estatísticas, novas chances de redenção. Após a pressão de 2004, o novo revés no Mundial de 2006 aumentou o drama. Naquela final, a mesma Rússia voltou a atrapalhar o Brasil. A seleção estava a dois pontos de ganhar o título, mas levou a virada das russas.
O que parecia mera coincidência se repetiu em 2007. Já vista como uma das mais fortes no mundo, a seleção não “amarelava” até a fase final das competições. Ganhava os jogos, assumia a posição de favorita ao título, mas depois vinha a decepção. No Pan de 2007, não foi diferente. Depois de atropelar as rivais, o Brasil desperdiçou uma série de match points na decisão contra Cuba. Resultado: medalha de prata em casa.
O título nas Olimpíadas poderá servir, então, para apagar qualquer imagem de derrota do time. Para o técnico, o ouro é uma resposta a uma geração que merecia mais prestígio. “Esse é um dos times mais vencedores de todos os tempos”, disse o técnico Zé Roberto, antes da final contra os Estados Unidos.
"Aqui a gente estava muito tranqüilo porque todo o trabalho foi planejado e feito. Muitas das críticas que recebemos nós merecemos, porque a gente não conseguia fechar algumas partidas. Aquilo doía na gente porque a gente não queria admitir. Eu sabia que o time tinha caráter, tinha brio, tinha garra, que poderia ganhar de qualquer time do mundo, mas as derrotas aconteceram. Acho que a gente aprendeu, não adianta de sair batendo em todo mundo. Tem que se trabalhar. Só fica a história e essa medalha vai ficar pra sempre", encerrou o treinador.
Publicado no dia 23 de agosto de 2008