Uma das constatações mais tristes que faço na vida é que as minhas professoras e meus professores passaram à vida inteira com um salário que não justificavam a rica contribuição que deram ao meu currículo(todos eles da rede pública Estadual), e hoje aposentados continuam num estado de penúria. Mesmo diante desta conjuntura nefasta, me apaixonei pela educação e procurei seguir os passos destes abnegados sofredores. Porém, nunca defendi que ser professor fosse um sacerdócio, um apostolado porque sempre tive a convicção que ser um professor é ser um profissional que deve ser respeitado e valorizando e acima de tudo bem remunerado. Diante de tal constatação eu deveria ter procurado seguir outra profissão, talvez quem ler este desabafo pense que é irracional seguirmos num caminho mesmo sabendo que iremos sofre e tendo outras opções a serem seguidas. Tudo bem, se fosse hoje. Teríamos outras opções. Mas nos idos anos oitenta não havia muitas opções para um jovem pobre filho de camponeses refugiados na cidade grande, a não ser, ser professor. Além do quê éramos uma geração utópica filha de uma geração revolucionaria, acreditávamos em mudanças conjunturais e estruturais capazes de produzires um país melhor não só para os educadores mas para todos os trabalhadores brasileiros. É muito triste! Constata que como os nossos pais continuaremos nos cortando em nossos cacos de sonhos, como nos lembrou sabiamente Alfredo Sirkis em seu livro os carbonários. Quarta-feira, 17 deste mês o meu Caríssimo amigo Professor Nazareno postou em seu blog Prof. Nazareno (Redação e Gramática) um artigo com o seguinte título “A corda sempre arrebenta do lado mais fraco!”, gostaria de falar que ele escreveu inverdades. Mas não posso, há verdade em suas palavras. E por isso, o endosso quando diz neste artigo que a culpa do estado de penúria dos professores não é apenas do nosso atual algoz, existiram outros antes deste e virão outros por aí. A culpa está em nossa falta de articulação, união, no nosso baixo grau de politização, falta de consciência de classe, em nossos comodismo, medos e covardia... Que já é algo notório, histórico e cultural. É em hora como esta que lembro o grande poeta português Fernando Pessoa: "Viver não é preciso, navegar é preciso", é preciso navegar nos mares da história, mas para isso se faz necessário se arriscar, está vivo sobre a carapaça da covardia não é tudo. Nós professores nos tornamos profissionais confusos em relação aquilo que realmente devemos objetivar em quanto profissionais e membro de uma classe social, somos massa de manobra nas mãos de governos, sindicatos e partidos. E o Governo do Estado Rondônia sabe disso. E este consciente que estamos em suas mãos como uma noz presa em um alicate de pressão, ele vem nos aperdando ao longo destes quase oito anos, e mesmo assim muitos se mantém resignados, por vários motivos superiores a nossa vontade que não convém comentar-los agora. Porém o nosso sindicato SINTERO sabedor disto, continua insistindo em ações não planejadas e pouco inteligentes. Diante do estado de penúria que se encontra os profissionais de educação do Estado de Rondônia, e o SINTERO já deveria ter criando um fundo de greve para dar suporte ao movimento grevista. Já mais direi que o meu sinticato está sem credibilidade porque é isso que o Sr. Ivo Cassol quer, mas a muito tempo que as direções executivas do nosso sindicato vem dando motivo para pensamos que somos massa de manobra e só prestamos para elegermos pseudo-companheiros. Mas até mesmos o nosso sindicato só chegou a esta realidade devido o nosso comodismo e a nossa covardia. Por isso, acredito que não podemos criticar-lo. Se não participamos, e se não fazemos nada para mudar-lo. Se continuarmos assim seguiremos até o fim de nossos dias na miséria.
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