domingo, 18 de dezembro de 2011

O massacre catalão sobre o Santos



Cicĕro

Santos viveu momentos de terror numa batalha onde acreditavam estar enfrentado gigantes e não homens, o time do Santos se apresentou como doze covardes, sem brio, e de forma medíocre. Nesta partida deixaram-se ser imolado pelos pés dos carrascos da Catalunha, como cães amedrontados entraram em campo,... Tal vez seja, o Barcelona, o melhor time de futebol do mundo. Mas a verdade é que o Santos já entrou em campo derrotado, foram intimidados só pela presença de espírito do time do Barcelona. A equipe do Santos comportou-se como doze cães sarnentos bons de leva peia. Não foi uma partida de futebol, foi um passeio, uma brincadeira para o time catalão. Um jogo de um time só, o futebol brasileiro mais uma vez desonrado. Ainda tem algum asno que quera comparar Neimar com Messi. O Barcelona voltou a fazer história e confirmou neste domingo a sua supremacia no futebol. Atual vencedor da Liga dos Campeões da Europa, a equipe faturou o título do Mundial de Clubes ao golear um debilitado Santos, por 4 a 0 na decisão do torneio, disputada em Yokohama, no Japão.

UMA INTRODUÇÃO A LÍNGUA LATINA








Tyrtarion - Lugete, o Veneres (Catulli Carmen III.)

O latim não está morto



A língua de Ovídio, Júlio César e da Antiguidade Clássica está em franco renascimento, graças à internet e à curiosidade de jovens do mundo todo.
Acesse:
Lingva Latina morta non est
http://hypercubic.blogspot.com/2011/02/lingva-latina-morta-non-est.html

Latim




BREVIARIUM HISTORIAE ROMANAE AB URBE CONDITA
Eutropius
Romanum imperium a Romulo exordium habet, qui, Vestalis virginis filius et Martis, cum Remo fratre uno partu editus est. Is, quum inter pastores latrocinaretur, octodecim annos natus, urbem exiguam in Palatino monte constituit.

Condita civitate, quam ex nomine suo Romam vocavit, haec fere egit: multitudinem finitimorum in civitatem recepit; centum ex senioribus elegit, quorum consilio omnia ageret, quos Senatores nominavit, propter senectutem. Tum quum uxores ipse et populus non haberent, invitavit ad spectaculum ludorum vicinas Urbis nationes, et earum virgines rapuit. (...)

O Império Romano tem seu início a partir de Rômulo, que, filho da virgem Vestal e de Marte, com o irmão Remo nasceu de um só parto. Este, como assaltasse nas estradas junto com pastores, aos 18 anos constituiu uma pequena cidade no Monte Palatino.

Fundada a cidade, que chamou Roma a partir do seu nome, fez estas coisas: recebeu uma multidão de vizinhos na cidade, elegeu cem dentre os mais velhos, com o conselho dos quais fizesse tudo, que chamou senadores em virtude da velhice. Então como ele próprio e o povo não possuíssem esposas, convidou as nações vizinhas de Roma para o espetáculo dos jogos e raptou-lhes as virgens.

POR QUE ESTUDAR LATIM?
O latim deveu sua importância, no passado, ao prestígio de Roma.

Tendo surgido como pequena aldeia, fundada por pastores albanos no coração do Lácio, em meados do séc. VIII a.C., Roma se tornou a capital de um dos maiores impérios que a civilização conheceu, da Lusitânia ao Oriente, dos areais da Líbia às terras da Britânia e da Germânia, ao Ponto e à Cítia. No mundo romano, o Latim era a língua de comunicação.

E hoje? Qual seria a importância do conhecimento do Latim? De um lado temos a rica literatura deixada pelo mundo romano, que estende seu alcance por outras áreas de conhecimento: pela historiografia, antropologia, filosofia, teoria literária, ciência e teatro, dentre outras. De outro, há o interesse lingüístico pelo Latim, sendo uma das mais antigas línguas indo-européias, de acordo com o registro escrito, oferece-nos a solução referente ao conhecimento das línguas; sendo, por fim, a língua mãe dos idiomas românicos, fornecendo explicações para fenômenos aparentemente inexplicáveis do português e das línguas irmãs: o Espanhol, o Italiano, o Romeno, o Francês.

Por um paradoxo curioso, esse idioma, que não o é de nenhum povo e desconhece fronteiras, pois é ensinado, falado e escrito em toda a Europa, sem falar dos outros continentes, dá à luz uma literatura não brotada de solos étnicos, mas que supera em quantidade e qualidade qualquer uma das literaturas nacionais durante o mesmo período. Bastará lembrar as grandes obras da teologia e do hinário, as coletâneas de lendas cristãs, e, também, no lado profano, nomes como os de Dante, Petrarca, Boccaccio, Erasmo, Bacon, Descartes, Newton...

O latim serve-nos de trampolim para mergulhos mais profundos na nossa visão de mundo, no nosso modo de pensar, na nossa vida. Aquele que entende bem a mensagem que o latim passa em seus textos se questionará melhor e verá que antes de nossos valores, havia outros, muito distintos, mas perfeitamente coerentes, que merecem nossa admiração e respeito.

Então, por que não estudar o latim? De língua morta o latim não tem nada. Vejam, por exemplo, quantas expressões são usadas em Direito. Quem nunca ouviu falar de habeas corpus?De alibi? De data venia? O latim não está de forma alguma morto, está no nosso dia-a-dia: quem nunca mandou um curriculum vitae? Quem nunca ouviu falar de renda per capita? Ou pensou em fazer uma pós-graduação lato sensu? Ou ouviu que alguém é doutor honoris causa?

Essa antiga língua de Roma está nas tecnologias mais modernas, está na fecundação in vitro, nas invenções mais recentes: está, por exemplo, no fax (abreviação de fac simile, que significa "faça de maneira semelhante", não é isso que faz o fax?). Mesmo muitas palavras importadas do inglês remontam ao latim: na Informática usa-se o verbo deletar, do inglês to delete, que vem, por sua vez, do verbo deleo em latim, que significa "eu destruo". De tão entranhado na nossa língua, o latim até se confunde com ela: idem é latim, o supra summum, o et caetera...

Referências Bibliográficas:
CARDOSO, Zélia de Almeida. Iniciação ao Latim. São Paulo: Ática, 2004.

RÓNAI, Paulo. Não perca o seu Latim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s/d.

REZENDE, Antônio Martinez. Latina Essentia. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000.

VIARO, Mário Eduardo. A importância do Latim na atualidade. In Revista de ciências humanas e sociais, São Paulo, Unisa, v. 1, n. 1, p. 7-12, 1999.

O Núcleo de Ensino de Línguas em Extensão do Departamento de Línguas Modernas do Instituto de Letras da UFRGS.
http://www.nele.ufrgs.br/index.php?option=com_content&task=view&id=27&Itemid=47

sábado, 17 de dezembro de 2011

A ESTRANHA BELEZA DA LÍNGUA PORTUGUESA


Este texto é dos melhores registos de língua portuguesa que eu tenho lido sobre a nossa digníssima 'língua de Camões', a tal que tem fama de ser pérfida, infiel ou traiçoeira.


Um político que estava em plena campanha chegou a uma pequena cidade, subiu para o palanque e começou o discurso:

- Compatriotas, companheiros, amigos! Encontramo-nos aqui, convocados, reunidos ou juntos para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual me parece transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou junta é a minha postulação, aspiração ou candidatura a Presidente da Câmara deste Município.

De repente, uma pessoa do público pergunta:

- Ouça lá, porque é que o senhor utiliza sempre três palavras,para dizer a mesma coisa? O candidato respondeu:

- Pois veja, meu senhor: a primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como intelectuais em geral; a segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui; A terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele alcoólico, ali deitado na esquina.

De imediato, o alcoólico levanta-se a cambalear e 'atira':

- Senhor postulante, aspirante ou candidato: (hic) o facto, circunstância ou razão pela qual me encontro num estado etílico, alcoolizado ou mamado (hic), não implica, significa, ou quer dizer que o meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou mesmo rasca (hic). E com todo a reverência, estima ou respeito que o senhor me merece (hic)pode ir agrupando, reunindo ou juntando (hic) os seus haveres, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir direitinho (hic) à leviana da sua progenitora, à mundana da sua mãe biológica ou à puta que o pariu!

de um autor desconhecido.
http://www.portugal-tchat.com/forum/langue-portugaise-subtilites/6027-a-estranha-beleza-da-lingua-portuguesa.html acessado em 16/12/11.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Códigos musicais ocultos encontrados em textos escritos por Platão.



Duplos textos como uma partitura musical do filósofo grego Platão, encontrado por pesquisadores.

de Bryan Nelson

Tradução de J. C. G.

"Livros de Platão desempenharam um papel importante na fomação da cultura ocidental, mas eles são misteriosos e terminam em enigmas," disse o Dr. Jay Kennedy da Universidade de Manchester Faculdade de Ciências da Vida.

Os enigmas estão finalmente sendo decifrados, graças ao estudo de Kennedy, completa cinco anos que estuda a obra de Platão mais conhecida como "A República". "É uma história longa e excitante, disse ele,”mas basicamente eu desvendei o código. Eu tenho mostrado rigorosamente que os livros contêm códigos e símbolos e que desvendar-los revela a filosofia escondida de Platão".

Então, qual o grande conhecimento por trás da mensagem secreta que está sendo revelada? Parte da resposta reside na forma como o código se apresenta.
Parte superior do formulário



Platão foi influenciado por Pitágoras, outro antigo filósofo e matemático grego que é talvez mais conhecido por descobrir o Teorema de Pitágoras. Pitágoras acreditava que o universo era fundamentalmente matemática por natureza, e que os planetas e as estrelas dançam ao longo da "harmonia das esferas".Basicamente, uma vez que as notas musicais podem ser traduzidas matematicamente, Pitágoras pensou o funcionamento da natureza marcharam ao som de uma sinfonia cósmica grande matemático.

Kennedy descobriu que Platão tinha colocado conjuntos de palavras relacionadas à música em sua obra-prima, que pode ser dividido em 12 partes iguais - um padrão que ele suspeita estava relacionado com as doze notas da escala musical grega.Se for jogado para fora como uma partitura musical - locais no texto associado com o amor ou o riso jogado para fora com notas harmônicas, enquanto as associações com a guerra ou a morte estavam marcadas com explosões de sons dissonantes.

Assim, é possível que os livros de Platão seja uma tentativa de imitar a visão pitagórica da natureza dobrando como uma partitura musical. No mínimo, a descoberta acrescenta mais profundidade e valor em texto que os estudiosos já consideram entre as obras mais elegante e engenhosa da filosofia já escritas.

"Esta é uma verdadeira descoberta, e não uma reinterpretação simplesmente da obra platônica," Kennedy insistiu. "O resultado foi incrível - era como abrir um túmulo e encontrar novo conjunto de evangelhos escritos por Jesus Cristo, Platão está sorrindo, ele nos enviou uma cápsula do tempo..."

"Livros de Platão desempenharam um papel importante na fomação da cultura ocidental, mas eles são misteriosos e terminam em enigmas," disse o Dr. Jay Kennedy da Universidade de Manchester Faculdade de Ciências da Vida.

Os enigmas estão finalmente sendo decifrados, graças ao estudo de Kennedy, completa cinco anos que estuda a obra de Platão mais conhecida como "A República". "É uma história longa e excitante, disse ele,”mas basicamente eu desvendei o código. Eu tenho mostrado rigorosamente que os livros contêm códigos e símbolos e que desvendar-los revela a filosofia escondida de Platão".

Então, qual o grande conhecimento por trás da mensagem secreta que está sendo revelada? Parte da resposta reside na forma como o código se apresenta.
Parte superior do formulário



Platão foi influenciado por Pitágoras, outro antigo filósofo e matemático grego que é talvez mais conhecido por descobrir o Teorema de Pitágoras. Pitágoras acreditava que o universo era fundamentalmente matemática por natureza, e que os planetas e as estrelas dançam ao longo da "harmonia das esferas".Basicamente, uma vez que as notas musicais podem ser traduzidas matematicamente, Pitágoras pensou o funcionamento da natureza marcharam ao som de uma sinfonia cósmica grande matemático.

Kennedy descobriu que Platão tinha colocado conjuntos de palavras relacionadas à música em sua obra-prima, que pode ser dividido em 12 partes iguais - um padrão que ele suspeita estava relacionado com as doze notas da escala musical grega.Se for jogado para fora como uma partitura musical - locais no texto associado com o amor ou o riso jogado para fora com notas harmônicas, enquanto as associações com a guerra ou a morte estavam marcadas com explosões de sons dissonantes.

Assim, é possível que os livros de Platão seja uma tentativa de imitar a visão pitagórica da natureza dobrando como uma partitura musical. No mínimo, a descoberta acrescenta mais profundidade e valor em texto que os estudiosos já consideram entre as obras mais elegante e engenhosa da filosofia já escritas.

"Esta é uma verdadeira descoberta, e não uma reinterpretação simplesmente da obra platônica," Kennedy insistiu. "O resultado foi incrível - era como abrir um túmulo e encontrar novo conjunto de evangelhos escritos por Jesus Cristo, Platão está sorrindo, ele nos enviou uma cápsula do tempo..."

Yoav Medan: A cirurgia de ultra-som - cura sem cortes



Yoav Medan: Imagine ter uma cirurgia sem facas envolvidas. No TEDMED, Yoav Medan partes uma técnica que utiliza ressonância magnética para encontrar pontos de conflito e ultra-som focalizado para tratar questões como lesões cerebrais, miomas uterinos e diversos tipos de tumores cancerosos.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

CORA CORALINA, QUEM É VOCÊ?

Sou mulher como outra qualquer.
Venho do século passado
e trago comigo todas as idades.

Nasci numa rebaixa de serra
Entre serras e morros.
“Longe de todos os lugares”.
Numa cidade de onde levaram
o ouro e deixaram as pedras.

Junto a estas decorreram
a minha infância e adolescência.

Aos meus anseios respondiam
as escarpas agrestes.
E eu fechada dentro
da imensa serrania
que se azulava na distância
longínqua.

Numa ânsia de vida eu abria
O vôo nas asas impossíveis
do sonho.

Venho do século passado.
Pertenço a uma geração
ponte, entre a libertação
dos escravos e o trabalhador livre.
Entre a monarquia caída e a república
que se instalava.

Todo o ranço do passado era presente.
A brutalidade, a incompreensão, a ignorância, o carrancismo.
Os castigos corporais.
Nas casas. Nas escolas.
Nos quartéis e nas roças.
A criança não tinha vez,
Os adultos eram sádicos
aplicavam castigos humilhantes.

Tive uma velha mestra que já
havia ensinado uma geração
antes da minha.
Os métodos de ensino eram
antiquados e aprendi as letras
em livros superados de que
ninguém mais fala.

Nunca os algarismos me
entraram no entendimento.
De certo pela pobreza que marcaria
Para sempre minha vida.
Precisei pouco dos números.

Sendo eu mais doméstica do
que intelectual,
não escrevo jamais de forma
consciente e racionada, e sim
impelida por um impulso incontrolável.
Sendo assim, tenho a
consciência de ser autêntica.

Nasci para escrever, mas, o meio,
o tempo, as criaturas e fatores
outros, contra-marcaram minha vida.

Sou mais doceira e cozinheira
Do que escritora, sendo a culinária
a mais nobre de todas as Artes:
objetiva, concreta, jamais abstrata
a que está ligada à vida e
à saúde humana.

Nunca recebi estímulos familiares para ser literata.
Sempre houve na família, senão uma
hostilidade, pelo menos uma reserva determinada
a essa minha tendência inata.
Talvez, por tudo isso e muito mais,
sinta dentro de mim, no fundo dos meus
reservatórios secretos, um vago desejo de analfabetismo.
Sobrevivi, me recompondo aos
bocados, à dura compreensão dos
rígidos preconceitos do passado.

Preconceitos de classe.
Preconceitos de cor e de família.
Preconceitos econômicos.
Férreos preconceitos sociais.

A escola da vida me suplementou
as deficiências da escola primária
que outras o destino não me deu.

Foi assim que cheguei a este livro
Sem referências a mencionar.

Nenhum primeiro prêmio.
Nenhum segundo lugar.

Nem Menção Honrosa.
Nenhuma Láurea.

Apenas a autenticidade da minha
poesia arrancada aos pedaços
do fundo da minha sensibilidade,
e este anseio:
procuro superar todos os dias
Minha própria personalidade
renovada,
despedaçando dentro de mim
tudo que é velho e morto.

Luta, a palavra vibrante
que levanta os fracos
e determina os fortes.

Quem sentirá a Vida
destas páginas...
Gerações que hão de vir
de gerações que vão nascer.

Cora Coralina

(Meu Livro de Cordel, p.73 -76, 8°ed, 1998)


CORA CORALINA



BIOGRAFIA

Cora Coralina , pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985), é a grande poetisa do Estado de Goiás. Em 1903 já escrevia poemas sobre seu cotidiano, tendo criado, juntamente com duas amigas, em 1908, o jornal de poemas femininos "A Rosa". Em 1910, seu primeiro conto, "Tragédia na Roça", é publicado no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", já com o pseudônimo de Cora Coralina. Em 1911 conhece o advogado divorciado Cantídio Tolentino Brêtas, com quem foge. Vai para Jaboticabal (SP), onde nascem seus seis filhos: Paraguaçu, Enéias, Cantídio, Jacintha, Ísis e Vicência. Seu marido a proíbe de integrar-se à Semana de Arte Moderna, a convite de Monteiro Lobato, em 1922. Em 1928 muda-se para São Paulo (SP). Em 1934, torna-se vendedora de livros da editora José Olimpio que, em 1965, lança seu primeiro livro, "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais". Em 1976, é lançado "Meu Livro de Cordel", pela editora Cultura Goiana. Em 1980, Carlos Drummond de Andrade, como era de seu feitio, após ler alguns escritos da autora, manda-lhe uma carta elogiando seu trabalho, a qual, ao ser divulgada, desperta o interesse do público leitor e a faz ficar conhecida em todo o Brasil.

Sintam a admiração do poeta, manifestada em carta dirigida a Cora em 1983:

"Minha querida amiga Cora Coralina: Seu "Vintém de Cobre" é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia ( ...)." Editado pela Universidade Federal de Goiás, em 1983, seu novo livro "Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha", é muito bem recebido pela crítica e pelos amantes da poesia. Em 1984, torna-se a primeira mulher a receber o Prêmio Juca Pato, como intelectual do ano de 1983. Viveu 96 anos, teve seis filhos, quinze netos e 19 bisnetos, foi doceira e membro efetivo de diversas entidades culturais, tendo recebido o título de doutora "Honoris Causa" pela Universidade Federal de Goiás. No dia 10 de abril de 1985, falece em Goiânia. Seu corpo é velado na Igreja do Rosário, ao lado da Casa Velha da Ponte. "Estórias da Casa Velha da Ponte" é lançado pela Global Editora. Postumamente, foram lançados os livros infantis "Os Meninos Verdes", em 1986, e "A Moeda de Ouro que um Pato Comeu", em 1997, e "O Tesouro da Casa Velha da Ponte", em 1989.

Texto extraído do livro "Vintém de cobre - Meias confissões de Aninha", Global Editora — São Paulo, 2001, pág. 174.
http://www.paralerepensar.com.br/coracoralina.htm

domingo, 11 de dezembro de 2011

www.LivrosGratis.net :Gramática da Língua Portuguesa - Pasquale Cipro Neto

Nome: Gramática da Língua Portuguesa - Pasquale Cipro Neto

Nome Original:

Autor: Pasquale Cipro Neto E Ulisses Infante

Gênero: Linguística

Ano de Lançamento: 2004

Editora: Scipione

Sinopse: Esta nova edição revista e atualizada acrescenta à Gramática da língua portuguesa a contribuição de todos os que, na sala de aula ou em outros ambientes de trabalho, utilizaram este livro e sobre ele refletiram. As críticas e sugestões recebidas de todos os que, de uma maneira ou de outra, têm interesse pelas questões da língua - particularmente professores e alunos - foram incorporadas pelos autores aos resultados do seu próprio trabalho no ensino médio e em cursos de aperfeiçoamento lingüístico para jornalistas e outros profissionais da comunicação. Desse conjunto de experiências e reflexões resulta este trabalho, que toma como objetivo de estudo e análise a língua portuguesa viva das salas de aula; das redações de jornais, rádios e redes de televisão; do dia-a-dia do país.



As semelhanças entre duas filhas do Latim

Comparação Português e Castelhano

Carlos Carrion Torres

Entre as línguas modernas mais faz faladas no mundo contemporâneo poucas apresentam tantas semelhanças, ambas são línguas inteligíveis, quanto o Espanhol (Castelhano) e o Português. As duas, que estão entre as cinco com mais falantes nativos, são Línguas ibero-ocidentais junto com as pequenas línguas regionais como o Galego, o Catalão, o Asturiano, o Aragonês, o Mirandês, o Leonês.

Esses idiomas, caso fossem um único, formariam a língua que seria hoje a segunda mais falada no mundo, a mais falada dentre as Indo-Européias, as do Hemisfério Ocidental, do Hemisfério Sul, das Américas, das que usam o Alfabeto Latino. Há inclusive uma interlíngua informal, denominada “Portunhol”, uma livre mistura das duas línguas praticada nas áreas de contato na Península Ibérica e na América do Sul.

A origem comum e a proximidade geográfica são as causas dessa enorme similaridade que permite que se possam listar algumas dessemelhanças, realçadas e tornadas significativas justamente como um contraponto das similaridades.

Semelhanças

Primeiramente, vejamos algumas significativas características comuns às duas línguas que as distinguem de outros idiomas, algumas delas com diversidade mesmo em relação às demais línguas românicas:

  • Diferença Ser - Estar - característica muito rara, exclusiva de poucas línguas latinas, as ibéricas e o italiano (essa em menor escala).
  • Característica de Língua "pro-drop" nas quais o pronome, o sujeito, não precisa ser explicitado na sentença, sendo intuído pela conjugação e pelo contexto.
  • Aumentativo e diminutivo sintéticos. (finais: ão-ona,ón, íon-ona; inho-inha, Ito, ita).
  • Plural de Substantivos, Adjetivos, com S final.
  • Passado perfeito é mais usado na sua forma simples, não na composta (embora, no espanhol, a forma composta seja bem mais usado que no português).
  • Terceira pessoa do plural diferenciada por gênero gramatical.
  • Riqueza de palavras simples para definir graus de parentesco, com diferenças mínimas (geralmente só uma letra) entre o masculino e feminino. Também, tais palavras são todas simples, sintéticas:

pai - mãe, padre - madre; filho - filha, hijo - hija; irmão - irmã, hermano - hermana; tio - tia, tío - tía; sobrinho - sobrinha, sobriño - sobriña; primo - prima, primo - prima; avô - avó, abuello - abuella, neto - neta, nieto - nieta; bisneto - bisneta, biznieto - biznieta; sogro- sogra, suegro - suegra; cunhado - cunhada, cuñado - cuñada; concunhado - concunhada, concuñado - concuñada; padrinho - madrinha, patrino - madrina; afilhado - afilhada, ahijado - ahijada;

  • Os numerais ordinais variam a terminação em todas as casas desde as unidades até os milhares, ao contrário do que acontece na maioria das línguas, onde a variação fica só nas unidades. Exemplos:
    • 7862º- O sete milésimo octingentésimo sexagésimo segundo (Port.);
    • 1443º - El Milésimo cuadringentésimo cuadragésimo tercero (Esp.).

Diferenças

Não se pretende apresentar aqui uma análise completa e exaustiva das diferenças entre as duas línguas, mas principalmente uma amostra de diferenças justamente em contraposição às semelhanças. Também não haverá comparações de vocabulário, dos aspectos léxicos. Os termos Espanhol (a) e Castelhano (a) serão usados alternativamente, sem uma regra fixa, visando apenas certo estilo para não evitar exaustão de palavras.

Cognatos

No caso de cognatos, palavras semelhantes e de mesmo significado nas duas línguas, percebe-se bem o fato de ambas as línguas derivarem da mesma família, a ibero-ocidental. Nota-se também a evolução do Espanhol para o Português via Galego.
Há casos como:

Vogais

  • Os ditongos crescentes foram desenvolvidos na língua castelhana, enquanto em português manteve-se a vogal única em silaba tônica, herdado do latim, assim como os ditongos decrescentes, na língua portuguesa. Ex.: miedo - medo -; siempre - sempre; tierra - terra; fiesta - festa; nieve - neve; hacienda - fazenda; nueve - nove; bueno - bom; cuerpo - corpo; muerte - morte; cuero - couro; puente - ponte; fuego - fogo; barrio - bairro; lluvia - chuva; fuente - fonte.
  • Vogal única do Castelhano, ou mesmo ditongo crescente, que no português é ditongo decrescente, que é bastante comum, em português. Ex.: toro - touro; oro - ouro; mucho - muito; leche - leite; pecho - peito; barrio - bairro; no - não; después - depois; moro - mouro; bandera - bandeira.

Conforme os aspectos informados acima, em Espanhol poucas são as palavras com ditongos decrescentes.

  • As formas do aumentativo e do diminutivo do português, cujos finais são geral e respectivamente ão (ona) e inho (a) equivalem às formas castelhanas respectivamente aumentativo ón (ona) / ión (iona) e diminutivo ito / ita.

Notas: a derivação ión / on para ão vale também para palavras com essas desinências, ainda que não sejam aumentativos. Em português de Portugal, usam-se mais extensivamente do que no Brasil os diminutivos em ito.

Consoantes

  • Algumas palavras que em português são iniciadas com ch equivalem às palavras iniciadas com ll no castelhano. Ex.: llorar - chorar, lluvia - chuva; llaga - chaga; llamar - chamar; llegar - chegar; llave - chave; lleno - cheio.
  • Muitas palavras que em português são iniciadas com f equivalem às palavras iniciadas com h no castelhano. Ex.: hacer - fazer; hablar - falar; hacienda - fazenda; harina - farinha; hermosa - formosa; hazaña - façanha; hembra - fêmea; herir - ferir; humo - fumo; hiero - ferro; higo - figo; hoje - folha; huracán - furacão; hurtar - furtar; hijo - filho; hondo - fundo; hiel - fel, huir - fugir.
  • Certas palavras do português iniciadas com z equivalem às palavras do espanhol iniciadas com c. Ex.: cebra - zebra, celador - zelador, celo/ celoso - zelo/zeloso, cero - zero, cerbatana - zarabatana, cinc/ circónio (há também zinc/ zircónio em castelhano) - zinco/ zircônio.
  • Palavras diversas, substantivos, advérbios, formas verbais que em Português terminam em m, em espanhol, onde não há palavras com final m, as similares terminam em n: joven - jovem; alguien - alguém; quien - quem; bien - bem; hacen - fazem; lloran - choram;

Escrita

Alfabeto

Ambos os idiomas usam variantes do alfabeto latino, havendo, porém, diferenças fonéticas e mesmo de grafia.

  • Os nomes das letras são masculinos em português, mas femininos em espanhol
  • Em português existem os dígrafos lh, nh e também o ç (C cedilha).
  • As vogais do português podem ter os diacríticos til, no a e no o (leão, anões) e os acentos agudos (café, também), circunflexo (ênfase), grave. Esse último somente nas crases, contrações da preposição a com os artigos a, as e os demonstrativos aquilo, aquele (a, es, as). Há também o apóstrofo que indica a elisão de uma vogal. Ex: pingo d'água.
  • No castelhano, os dígrafos ch e ll são considerados como letras do alfabeto, assim como também o ñ. Desde 1994, as palavras que contêm as letras ch e ll, são alfabeticamente ordenadas como se fossem letras diferentes.
  • Há letras e dígrafos cujos sons diferem entre o português e o espanhol. são os casos de ch, j, y, s, z, v que são citados no item Fonologia.

Interrogação e exclamação:

Somente em castelhano as sentenças interrogativas e exclamativas, além de terem o respectivo ponto de interrogação ou ponto de exclamação no final das mesmas, também apresentam, no início dessas sentenças, a mesma respectiva pontuação, porém invertida. Isso já prepara o leitor para essas características, interrogação ou exclamação, das sentenças.

  • Interrogativa: ¿Cuántos años tienes?
  • Exclamativa: ¡Cuidado con el perro!

Hífen

De forma diferente do que acontece em português, em castelhano não é usado o hífen para separar uma forma verbal de um pronome oblíquo átono que a segue. Nesse caso, ocorre a justaposição desses dois elementos, formando uma só palavra. Exemplos:

  • Português: sentir-se, compensá-lo, contar-lhe, explique-lhes, ir-me, fazê-lo.
  • Castelhano: "sentirse, compensarlo, contarle, expliqueles, irme, hacerlo.

Não são apresentados aqui exemplos partindo de uma colocação de hífen numa mesóclise em português, pois a mesóclise não existe em castelhano.

Frequência das letras

  • Há ligeiras diferenças entre a frequência com que as diferentes letras aparecem em textos gerais dessas duas línguas, aparir de diversas estatísticas:
  • As vogais correspondem em Português a um percentual maior (~50%) nos textos do que em Castelhano (~43,5%), masmo se incluído aí o "Y".
  • Em ambas, as duas letras mais usadas são "A" e "E", porém em Castelhano o "E" suplanta o "A", ao contrário do que ocorre em Português.
  • A letra "O" é mais usada em Português, enquanto que o "L" é bem mais usado em Castelhano em função do ''ll''.
  • Em Português "M" e "N" apresentam quase a mesma frequência de presença, mas em Castelhano o "N" é bem mais usado, por não haver aí palavras terminadas com "M", ao contrário do Português.
  • O "V" é menos usado em Português,enquanto que o "Y" é bem mais usado em Castelhano.
  • há muita similaridade entre as sete letras (ordem decrescente) mais usadas nas duas lìnguas:
    • Português - '''A E''' ''O S R'' '''I N'''
    • Castelhano - '''E A''' ''O S R'' '''N I'''

Fonologia

O inventário de fonemas do castelhano é menos rico do que o do português, talvez por isso seja mais difícil para os falantes de espanhol entender o português falado do que a situação inversa.

Vogais

A fonologia do português apresenta basicamente de doze a catorze vogais fonêmicas: ä, ɐ, ɐ̃, ɛ, e, ẽ, i, ɨ, ĩ, ɔ, o, õ, u, enquanto que no espanhol são apenas cinco vogais fonêmicas ä, e̞, i, o̞, u. Não há em espanhol vogais abertas como ɛ, ɔ(em português é, ó)

Consoantes

Existem sons consonantais no castelhano que não existem em português, porém, no total existem mais sons consoantes em português que não existem em espanhol.

Só em português

  • Não existe em espanhol a consoante fricativa palato-alveolar sonora ʒ do português - longe [ˈlõʒɨ], jacaré ʒakaˈrɛ. Existem, porém, as letras G (diante de i ou e), J e Y (Espanhol da América Latina) com outro som, dʒ.
  • Não existe em espanhol a consoante fricativa palato-alveolar surda ʃ do português - chance ˈʃɐ̃sɨ, chuva [ˈʃuvɐ]. Existe, porém o encontro consonantal CH (tʃ) com outro som.
  • Não existe em espanhol a consoante fricativa labiodental sonora v do português. Graficamente existem, em espanhol, b e v, mas a pronúncia é uma única, sempre b ~ β (bilabial sonoro).
  • Não existe fonemicamente em espanhol a consoante fricativa alveolar sonora [z] do português - zinco [ˈzĩku], mesa [ˈmezɐ]. Graficamente existem, em espanhol, s e z, mas a pronúncia é normalmente surda [s] - mesa [ˈmesa].

Só em espanhol

  • Não existe em português a consoante fricativa dental surda [θ] do espanhol europeu, facilmente confundível com o [s] ou [f]; é como o th da língua inglesa; a grafia é com c ou z- moza [ˈmoθa], ciento [ˈθiento]
  • Não existe em português o som da letra j espanhol e do g diante de e ou i, o [h] aspirado, como o h do Inglês;

Acentuação gráfica

As vogais do castelhano usam somente o acento agudo (Geografía). O trema ainda é usado em espanhol, tendo desaparecido do português no Acordo Ortográfico de 1990 aplicado a partir de 2009. Em castelhano o apóstrofo é arcaico e pouco usado.

Percebem-se repetitivas diferenças de acentuação gráfica em diversas palavras que contem encontros vocálicos,nas quais a grafia a menos da acentuação) e pronúncia, em português e espanhol, são idênticas (São os casos de máfia (português) e mafia (castelhano); geografia (português) e geografía (castelhano).

Em ambas as línguas é usada obrigatoriamente a acentuação gráfica em palavras proparoxítonas, ao passo que as palavras paroxítonas não apresentam acento gráfico. As diferenças apresentadas acima, máfia / mafia e geografia / geografía se devem ao fato desses encontros vocálicos finais (ia nos casos citados) serem considerados de forma diferente no português e no castelhano

Em português tal encontro vocálico (ia) é um hiato. É, portanto, formado por duas sílabas, i e a. A palavra (ex. máfia), para ter ma como sílaba tônica, é proparoxítona, exigindo assim acentuação gráfica. No caso de geografia, havendo duas sílabas, i e a, a palavra é paroxítona e para ter essa pronúncia, não precisa de acento gráfico

Em castelhano o mesmo encontro vocálico ia é um ditongo crescente, uma única sílaba, o que torna a palavra mafia uma paroxítona que não exige acentuação gráfica para ter o ma como sílaba tônica. No caso de geografía, para identificar o hiato, é preciso acentuar graficamente a sílaba tônica para não ser confundido com ditongo.

Exemplos diversos, conforme tonicidade do encontro vocálico final:

  • Tônico
    • Português (hiato) - geografia, biografia, biologia, rio, fotografia, astronomia, melodia
    • Castelhano (hiato) - geografía, biografía, biología, río, fotografía, astronomía, melodía
  • Átono
    • Português - (hiato) pátria, máfia, trégua, estátua, armário, glória, calvário, artéria
    • Castelhano - (ditongo) patria, mafia, tregua, estatua, armario, gloria, calvario, artéria

Em Português não há palavras com acentuação gráfica em sílaba anterior à antepenúltima. Em Espanhol, porém há as chamadas palavras ‘’sobreesdrújulas’’ (sobre esdrúxulas) que apresentam acentuação antes da antepenúltima sílaba.

  • É o caso dos advérbios de modo terminados em’’ _mente’’, derivados de substantivos ou adjetivos, em cuja raíz há um acento gráfico que é mantido no advérbio: químicamente, rápidamente difícilmente, esporádicamente.
  • Isso também ocorre nas formas verbais formadas pela composição do verbo conjugado com um pronome pessoal átono: dígamelo, permítaseme, dígaselo, cuéntamelo, corríjaselo, prepáreselo.

Gramática

Pronomes

Os sistemas de pronomes pessoais de ambos os idiomas se assemelham muito, diferindo, porém, nos seguintes aspectos.

  • Os pronomes da primeira a segunda pessoas do plural (nós, vós) do castelhano variam em gênero gramatical - nosotros, nosotras, vosotros, vosotras, o que não ocorre em português.
  • No espanhol da América não se usam vosotros, vosotras como plural de tu. Em seu lugar usa-se ustedes
  • Há mais pronomes pessoais (formais e informais) em português (tu, você, o senhor, a senhora, vós, vocês, os senhores, as senhoras) do que em castelhano (tu, vos, usted, ustedes);
  • As frases em castelhano, ao contrário do português, podem iniciar com pronome oblíquo - Ex. "Me" dijo que vendría mañana
  • Mesmo sendo ambas as línguas com característica de língua "pro-drop" (sujeito "nulo" - não precisa ser explicitado), em português é costume enfatizar o sujeito por pronome, enquanto que em castelhano essa ênfase vai para o objeto.
  • Em espanhol, não em português, existe a abundância de acompanhantes clíticos, sendo que pronomes se apresentam muitas vezes redundantes, na forma tônica e na forma átona, aparecendo duas vezes numa mesma sentença o "mesmo" objeto indireto:
    • Le di los libros a Juan. Literalmente - lhe dei os livros a Juan.
    • La llamaron a ella. Literalmente - lhe chamaram a ela.
  • Pronomes indefinidos:
    • Quem em português é invariável, mas em espanhol apresenta formas singular (quién) e plural (quiénes),
    • A forma a gente como pronome do português tem equivalente em espanhol que varia em gênero - uno, una;

Nota: gente em espanhol pode equivaler em português a gente (Hay mucha gente em la calle) ou a pessoas (La gente va para la fiesta).

Numerais

Há algumas diferenças mínimas

  • O numeral Dois (dos) não varia em gênero em espanhol (sempre dos), variando porém em português (dois, duas).
  • Embora ambas as palavras, bilhão (português) e billión (espanhol), pareçam ter o mesmo significado, em português bilhão corresponde a 1.000.000.000, enquanto que billión são um 1.000.000.000.000.

Formas verbais

A quantidade e as características (tempo, modo, formação, voz) de formas verbais do português e do castelhano são quase as mesmas, havendo algumas pequenas diferenças conforme segue:

  • Em castelhano não há o pretérito-mais-que-perfeito do indicativo simples (que existe em português), somente o composto
  • Em castelhano não há o infinitivo pessoal (que existe em português), somente o impessoal.
  • Em castelhano há duas formas para o pretérito imperfeito do subjuntivo, havendo uma só em português.

Contrações

A presença de contrações das preposições a, de, em, por com os artigos definidos ou indefinidos e com os pronomes demonstrativos (isto, este (a, es, as), isso, esse (a, es, as), aquilo, aquele (a, es, as)), que seguem as preposições, é muito mais generalizada em português. Em castelhano existem somente as contrações a + el = al e de + el = del.

Outros

Dias da semana

Há uma notável diferença de vocabulário entre o Português e o Castelhano, a qual, a qual, aliás, diferencia o Português das demais línguas ocidentais está nos nomes dos cinco primeiros dias da semana, os quais na Língua portuguesa, por iniciativa de Martinho de Braga em obediência à liturgia católica, não seguem nomenclaturas de origens pagãs.

Nas demais línguas européias ocidentais as denominações se referem a divindades Mitologia Greco-Romanas (Latinas) ou Germânicas, enquanto que no português são seqüenciais, como ocorre em línguas eslavas e em algumas asiáticas não indo-européias.

Assim temos, em Português: segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira; que correspondem respectivamente a palavras em:

  • Línguas românicas: Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter (Jove), Vênus;
  • Línguas germânicas: Lua, Tyr, Odin, Thor, Freya.

Sobrenomes

Tradicionalmente (hoje uma tradição em extinção), nos países de língua Espanhola o primeiro sobrenome (apellido - esp), aquele que vem logo após o nome da pessoa é aquele da família do pai (no caso o primeiro sobrenome do pai) e o seguinte, o último, é o da família da mãe (também é o primeiro sobre nome da mãe). Na Catalunha usa-se a conjunção y (ou i, em Catalão) entre os dois sobrenomes.

Nos países de língua Portuguesa a ordem é inversa daquela dos de língua espanhola, vindo primeiro o último sobrenome da mãe e depois o último sobrenome do pai.

Nos países de língua espanhola a mulher ao se casar adquire o primeiro sobrenome do marido, mantém seu primeiro, ficando o sobrenome adquirido em último lugar, antecedido pela preposição de.

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Carlos Carrion Torres comes from Vitória-ES in Brazil and can be contacted at:c.carrion.t@gmail.com

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