sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O professor virou refém do medo




Professores do ensino público são reféns da violência que toma conta da sala de aula. Os professores são reféns dos atos de desumanidade dos alunos, agressões verbais e se tem notícias de até agressões físicas em alguma unidade escolar da periferia, Ser professor tem se tornando um misto de profissão de risco e insistência masoquista. Quase um ato suicida. Do pior tipo. Do tipo que, aos poucos, lentamente, envenena o corpo e mata a alma. O corpo físico do docente vai morrendo aos pouco, não é bom nem falar das mazelas que são acometidos a maioria dos professores. Poderia falar das muitas estatísticas que apontam o alarmante número de professores doentes no Brasil, em nosso Estado de Rondônia não é diferente. Mas por acaso alguém se alarma com isso? Quando ouve ou ler sobre casos de educadores com sérios problemas de saúde de ordem neuro/físico/emocional/psicológicas, em decorrência das péssimas condições de nosso trabalho, da violência sofrida por alunos, gestores e pelos pais dos alunos muitas vezes.

O salário indigno e o desrespeito de todos já é uma grande violência, mas somam-se tantas formas de violência, fazendo o educador carregar um fardo muito pesado: as salas de aula sujas e criminosamente superlotadas, as (inúmeras) escolas fisicamente ainda mal aparelhadas, a falta de recursos, o que nos força a aulas semimedievais, ainda na base da saliva, quadro e picel; o barulho ensurdecedor, lancinante, destrutivo, que emana de todos os recantos da escola.

A sala de aula se tornou um campo minado para o professor de um lado está os alunos que em sua grande maioria vêem o professor como indivíduo que não merece seu respeito e fazem de tudo para afrontá-lo buscando se impor pela tirania. Aos professores que aceitam esta conjuntura dialética e humilhante, dá-se o antigo preceito da suserania/vassalagem; aos que não aceitam, resta o embate, sempre desgastante, quando não perigoso. Por falar em embate, a escola tornou-se, com raras exceções, um local de batalhas, onde o professor está acuado sobre campo minado e desarmado, do outro lado, entrincheirados estão os alunos e na retaguarda na defesa destes alunos estão gestores e corpo técnico. Literalmente falando. Ensinar nunca foi tão perigoso. Somamos a tudo dito acima, o ensinar a quem simplesmente, não quer aprender e algo tão louco quanto lutar contra muinhos de ventos. E muitos não o querem não por desvio de caráter ou por indolência íntima, mas porque foram ensinados que não precisam estudar para vencer na vida. Ao professor, esse que abraçou a educação lhes atribuiu vários clichês como “sacerdote”, “missionário”, “profissional que veste a camisa”, “tiozinho” e agora um mais novo “CNPJ” ou “personificação do estado”. Além das múltiplas funções que querem atribuir ao professor, tais como: pai, mãe, irmão, psicólogo, guia espiritual e médico. Chegamos ao absurdo de começar a admitir o conceito da “agressividade aceitavelmente permitida”, já que todos que estão a frente da escolar, não se cansam de nos lembrar que temos muito a perder, o aluno não, a este tudo é permitido. Os palavrões, os desacatos, os desrespeitos em sala de aula, nos corredores, nos pátios, nas áreas livres; as ameaças, veladas ou não, dirigidas aos professores que eles consideram chatos, tornam-se a cada dia fatos comum, “naturais e perfeitamente aceitáveis” a desumanidade dos alunos sobre professores, portanto, deve ser por todos aceito. Tem se tornado o professor um refém do medo dentro de seu local de trabalho. Todos os dias com medo entramos em nossas escolas, com medo nos sentimos, ao sair delas, um vergonhoso e inaceitável sentimento de alívio nos toma conta do espírito. Aqueles que nos deveriam dar apoio logístico e moral. Revelam-se nossos inimigos declarados, principalmente se não fazemos parte do cordão dos puxa-sacos.

Prof. Cícero

o poder opressor na formação de oprimidos contentes






O PODER OPRESSOR NA FORMAÇÃO DE OPRIMIDOS CONTENTES

Paulo Rogério Ribeiro de Carvalho*

RESUMO

A história está repleta de pessoas que formam a classe dominante, esta que determinam as ações e pensamentos dos oprimidos da época. Dominam como personalidades indestrutíveis. Oprimidos e opressores participam de um jogo preestabelecido. Onde o ganhador sempre será o dominante e o derrotado é a grande maioria que se acomodam e se conformam com a falsa felicidade. Sem preocupar-se com o seu contexto social.

PALAVRAS-CHAVE: classe dominante, falsa felicidade, jogo preestabelecido.

INTRODUÇÃO

Em “O Juiz de Paz na Roça” é relatado a opressão por parte do juiz, em detrimento do bem pessoal. Os cidadãos dão a autoridade a uma pessoa, o juiz, que faz o que bem quer. É com o intuito de mostrar a real situação do poder opressor na contemporaneidade que este artigo é apresentado. A fim de discutir se realmente ainda os cidadãos se comportam como meros espectadores de um filme. Este trabalho tem como finalidade levar à reflexão sobre as ações aparentemente boas do poder. Seja ele qual for, na construção de máquinas pensantes, e à medida que é pressionada abre a boca e faz um belo sorriso de contentamento. Tem-se como base a obra de Martins Pena que retrata a situação das injustiças, do uso do poder sem limites.

Juiz - É verdade, Sr. Tomás, o que o Sr. Sampaio diz?

Tomás - É verdade que o leitão era dele, porém agora é meu.

Sampaio - Mas se era meu, e o senhor nem mo comprou, nem eu lho dei, como pode ser seu?

Tomás - É meu, tenho dito.

Sampaio - Pois não é, não senhor. (Agarram ambos no leitão e puxam, cada um para sua banda.)

Juiz, levantando-se - Larguem o pobre animal, não o matem!

Tomás - Deixe-me, senhor!

Juiz - Sr. Escrivão, chame o meirinho. (Os dous apartam-se.) Espere, Sr. Escrivão, não é preciso. (Assenta-se.) Meus senhores, só vejo um modo de conciliar esta contenda, que é darem os senhores este leitão de presente a alguma pessoa. Não digo com isso que mo dêem.

Tomás - Lembra Vossa Senhoria bem. Peço licença a Vossa Senhoria para lhe oferecer.

Juiz - Muito obrigado. É o senhor um homem de bem, que não gosta de demandas. E que diz o Sr. Sampaio?

Sampaio - Vou a respeito de dizer que se Vossa Senhoria aceitar, fico contente.

Juiz - Muito obrigado, muito obrigado! Faça o favor de deixar ver. Ó homem, está gordo, tem toucinho de quatro dedos. Com efeito! Ora, Sr. Tomás, eu que gosto tanto de porco com ervilha!

Tomás - Se Vossa Senhoria quer, posso mandar algumas.

Juiz - Faz-me muito favor. Tome o leitão e bote no chiqueiro quando passar. Sabe aonde é?

O opressor utiliza do poder para conseguir o que deseja. Faz com que os opressores sintam-se felizes sem darem conta da real situação. São enganados e apóiam a própria desgraça.

FELICIDADE INDUZIDA

O meio social é cheio de interações entre os agentes. As relações de um com o outro possibilitam o aparecimento do poder. Este que pode ser transformado em crescimento coletivo ou em opressão. A História é repleta de poderosos que usaram o seu poder econômico, intelectual, discursivo, entre outros para persuadir àqueles que não possuíam. Além de possibilitar uma falsa felicidade aos dominados. A acomodação tornou-se uma maneira de ser “feliz”. E a aceitabilidade de tudo que vem de cima está cada vez mais ampla no mundo contemporâneo, e todos preferem dizer que “está bem assim”, para não ter o trabalho de pensar e refletir sobre o que está em sua volta.

Será que a grande massa capitalista não está a mercê do poder e não vêem que sua felicidade é uma felicidade imposta? “Na Literatura, no cinema, na historia, numerosas figuras personificam o fenômeno do poder em sua grandiosidade e nos lembram que se trata de uma questão concreta e sempre atual”. (CHALITA; 2005; p.11).

Sabe-se que o poder só existe a partir de uma relação entre pessoas. É sempre um fenômeno social, e ocorre na troca e confronto de idéias, na qual prevalece a idéia dominante. Não é de se espantar com este fenômeno, pois a sociedade necessita do poder. Porém o uso exagerado pode levar a mutilações de pensamentos. Trata-se de ideologias impostas, a fim de enganar uma grande quantidade de pessoas. Na antiguidade oriental os Faraós eram os donos do saber, eram monarcas absolutos cujas decisões tinham caráter de leis, eram considerados deuses. Alexandre Magno, na Grécia tinha o poder descentralizado, dominava várias polis. O Império Romano continuou a dominar através de várias guerras civis. Percebe-se que o Poder foi e será presente na História humana. Antes o poder era concebido a uma única pessoa. Hoje com a evolução do homem e suas tecnologias também houve uma ampliação do poder. Este que se materializa, subjetiva em muitas formas, na política, no comércio, na educação, nos meios de comunicação. Este último desencadeia uma opressão disfarçada, coberta de belas e boas vontades.

Na sociedade contemporânea, a luta pelo poder ocupa lugar em cada casa, em cada bairro, dentro de uma pequena empresa, em cada grupo social. A partir do momento em que se inserem na vida em sociedade, os homens já participam do jogo do poder. (CHALITA; 2005; p.26)

Um jogo que o ganhador já tem em mãos o troféu, e os perdedores conformados levanta-se para aplaudir a própria derrota.

Em “O Juiz de Paz da Roça”, obra de Martins Pena, o poder do juiz é usado para impor suas vontades. Há uma grande conformidade por parte dos homens pobres que reivindicam seus direitos, são a todo o momento enganado pelo juiz. De uma forma cômica, Pena retrata a situação vivida na época, uma época cheia de injustiças, no qual prevalecem as leis injustas. O Poder é usado de modo a oprimir todos aqueles inferiores. Estes que não dão importância e preferem continuar oprimidos contentes. Visto que no final da história o contentamento é expresso com uma festa, oprimidos e opressores bebem e comem numa felicidade momentânea e ilusória.

Na escola, em casa, no discurso político, em qualquer lugar existem relações de poder. Na prática educativa é comum o professor se intitular o “dono do saber”, e põe a sala de aula a seus pés. A todo o momento ele centraliza as atenções para si. Pouco se ver alunos questionadores, e quando perguntam, são perguntas superficiais. Não veem além do transmitido pelo professor ditador. Em casa a relação de poder é mais afetuosa, mas não deixa de ser poder, pois os filhos obedecem às regras. A obediência já vem desde o nascimento. À medida que normas são colocadas, há uma internalizaçao do certo e errado. Na política é muito grande o uso do poder. Com o auxilio da má educação, os políticos sentem-se à vontade para fazer o que querem. Os eleitores embaixo e o candidato sobre eles. Uma multidão de ouvintes surdos. Aplaudem anestesiados pela euforia e no momento não conseguem enxergar a dominação. O poder seduz quem domina e quem é dominado. No palanque, toda aquela massa eufórica seduz o candidato. Na medida em que os ouvintes sentem-se seduzidos pelo discurso persuasivo. “A ânsia pelo poder é a mais fundamental do ser humano, e jamais poderá ser saciada”. (CHALITA; 2005; p. 25). Nunca é demais. O homem sempre irá buscar mais e mais o poder. Este que é atraente, pois dar ao homem mobilidade, ação. Conseguinte sente-se dono do saber, dono do seu destino e do destino dos dominados. Começa a pensar por todos e fazer o que acha proveitoso e lucrativo para o crescimento individual. Pouco importa o bem coletivo.

A mídia também faz sua parte, seu papel de transmitir a felicidade em todos os lares. Apresenta-se como revolução da comunicação. Porém não faz jus da designação. A comunicação é envolvente, entre um e outro ou outros. A televisão é um espaço apenas informativo e não deveria ser considerado como meio de comunicação efetiva. Seria mais correto dizer que a mídia televisiva está mais para um meio de dominação, opressão do que para comunicação. O ditador da contemporaneidade não é mais o ser humano em representação, mas o ser humano que usa de um instrumento para camuflar suas ideologias. Transmite tudo que é desnecessário à vida humana. E pouca coisa para o bem da humanidade é divulgado. O ideal de vida é prometido pelas grandes indústrias. A felicidade encontra-se nas marcas, nos artistas, no bem material. Um mundo inventado para atrair e destruir. “Sabemos que a vontade de impor “o melhor dos mundos” pode ser o pretexto das piores ditaduras”. (LEVY, Pierre; 2007; p. 79). Por este motivo, os cidadãos devem tomar uma posição mais crítica diante de tudo e de todos. Pesquisar e analisar os fatos aparentemente bons. Não ficar acomodado e aceitar tudo, sem antes investigar. Pois se não investiga não tem como discutir suas idéias. E ser feliz de fato.

A lucratividade é o ponto em questão. Todos correm atrás de lucros, sem se preocupar com o mundo em sua volta. Dificilmente um tema importante é colocado nos programas de TV, e quando passa, é no momento que ninguém assiste. Programas sensacionalistas não faltam, prendem os telespectadores pela emoção e comoção. Entretém toda a massa consumidora para não pensarem no real e apenas consumirem. Impõem uma realidade ilusória e uma felicidade sem sentido.

Desde a época do Renascimento, após a Idade Média, o homem começou a sentir-se superior e suas tecnologias ampliaram também se ampliou o modo de pensar. A estética tomou dimensões inacreditáveis. E a sociedade atual está voltada para ela. Como dar lucros, a mídia não deixou de manipular os pensamentos. Mostram belezas a serem alcançadas. Tanto bem material como bem subjetivo. São enganados e preferem continuar sendo. Pois é bem melhor continuar no sonho que abrir os olhos e ver o real, a calamidade, o caos que a humanidade se encontra.

Para quem deseja mudança o ideal é repudiar as ações sem sentido e tentar mudar seu modo de ser e de ver o mundo, a fim de encontrar uma felicidade concreta. Mas para quem quer continuar com a felicidade enganosa, é preferível juntar-se com o opressor e comemorar a derrota. A sua e a do opressor, que não visa o futuro, só o presente. Fazer como os oprimidos do livro “O Juiz de Paz da Roça”, comer e beber da fonte do prazer tirânico.

Juiz - Assim, meu povo! Esquenta, esquenta!...

Manuel João - Aferventa!

Tocador,

cantando - Em cima daquele morro

Há um pé de ananás;

Não há homem neste mundo

Como o nosso juiz de paz.

Todos - Se me dás que comê,

Se me dás que bebê,

Se me pagas as casas,

Vou morar com você.

Juiz - Aferventa, aferventa!...

CONCLUSÃO

À medida que o homem evolui, também segue o mesmo rumo todo pensamento anterior. Poderosos e oprimidos sofrem mudanças em cada época histórica. E uma nova era surgirá, esta contém marcas da opressão e continua a produzir uma nova. No século XXI como em tempos atrás, uma minoria comanda a multidão de pessoas oprimidas e contentes da situação em que se encontra. Martins Pena utiliza de temas vividos na época e que hoje ainda está presente no meio social. Seja de como a obra apresenta ou de forma disfarçada.

REFERÊNCIAS

CHALITA, Gabriel. O Poder: Reflexões sobre Maquiavel e Etieme de La Boétie. ed. 3. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.

LÉVY, Pierre. A Inteligência Coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. ed. 5. São Paulo: Loyola, 2007.

PENA, Martins. O Juiz de Paz na Roça. http://vbookstore.uol.com.br/nacional/misc/juiz.PDF

1ª postagem em o poder opressor na formação de oprimidos contentes, em 11 de Abril de 2010 http://www.infoeducativa.com.br/index.asp?page=artigo&id=265

domingo, 8 de agosto de 2010

O latuscultus deseja um feliz dia dos pais a todos os pais !

Luiz Gonzaga - Arquivo Trama/Radiola 03/11/08

Luiz Gonzaga e Gonzaguinha - "A Vida do Viajante"

Luiz Gonzaga e Gonzaguinha - "Não vendo nem troco" (1981)

Que todos os pais sejam amorosos com seus filhos como gonzagão foi amoroso com o seu filho gonzaguinha,havia uma cumplicidade entre pai e filho.Hoje estão unidos no céu, num ajuntamento, festejando este dia.

Motivaçao com Rolando Boldrin

sábado, 7 de agosto de 2010

O Vocabulário do Homem do Sertão Nordetino

Abigobel - Leso, sem atenção.

Abilolado - Com o miolo mole, sem juízo.

Abufelado - Chateado, com raiva.

Abusado - Chato

Achinchelar - Usar o tênis como chinelo.

Acochar - Apertar.

Acoitar = Dar apoio a determinada(s) pessoa(s); permitir o

Acolá - Ali.

Acunhar - Correr, fugir. "Acunha rapaz!"

Adonde - onde

Afolosar - Afrouxar.

Aí vareia - Depende.

Ajuntamento - reunião

Alpercata - Sandália de dedo.

Alvoroçado - Aperreado, nervoso.

Amarrado - Pão-duro, mesquinho.

Amuquecado - Quieto, desanimado.

Aparelho - Vaso sanitário.

Apartar - Separar.

Apercurar – à procurar

Aperrear - Encher o saco, pertubar. "Deixe de aperreio aí!"

Apetrechada - Dotada de beleza física.

Apombalhado - Leso.

Arenga - Briga pequena.

Aresia - Conversa besta, sem fundamento.

Arribar - partir

Argueiro - Cisco no olho.

Ariado - Desnorteado.

Arranca-rabo - Confusão grande.

Arremedar - Imitar.

Arretado - Algo muito bom.

Arrudiar - Dar a volta.

Arrumação - Tanto teimosia ("Menino! Deixa de arrumação!") quanto agito.

Avexado - Com pressa.

Avia - "Venha, ande logo".

Azougue - Ímã.

acumulo de um determinado grupo de indivíduos.

Aperriar = Incomodar.

Aracatí = Vento do norte que chega nos periodos mais secos

Arribar = Levantar.

Artista = Ator principal de um filme.

Ataiar = Impedir que passe; segurar.

Atarentado = Lunático

Aturar = Suportar; aguentar quaisquer tipo de ofença.

Azuclinar = Atrapalhar.

Bagana - Balas, biscoitos, chocolates, pirulitos, chicletes... Alimentos para um lanche rápido, para se comer no cinema, etc.

Baitola - Veado, bichinha.

Baixa da égua - Lugar onde ninguém quer ir, lugar muito longe.

Baladeira - Estilingue, atiradeira.

Balaio de gato - Desorganização, confusão.

Baludo - Cheio da grana.

Banda - Pedaço de alguma coisa.

Bater a caçuleta - Morrer.

Beréu - 1. puteiro, 2. bagunça.

Bilau - Pênis.

Biloca - Bola de gude.

Blimba - Estalo na orelha com o dedo.

Boga - Ânus.

Bôjo - Sanitário.

Bora li - Vamos ali.

Borréia - Sem qualidade.

Boyzinha - Menina novinha.

Bozó - Dados.

Breado - Sujo, melado.

Brecheiro - Sabe da vida alheia, observando às escondidas.

Brega - 1. puteiro, 2. cafona.

Brenha - Local longe de difícil acesso. "Rapaz, esse lugar é lá nas brenhas!"

Brocoió - Matuto, caipira.

Brotinho - Mocinha bonita.

Bruguelo - Bebê.

Bubu - Chupeta.

Bufa - Peido.

Bufento - Aquilo que perdeu a cor.

Buliçoso - Pessoa que mexe em tudo.

Búxo = Barriga

Cabido - Intrometido.

Caboré - Homem esquisito.

Cabreiro - Desconfiado.

Cacareco - Coisa velha guardada.

Cacoete - Mania.

Caga-lona - Quem anda na carroceria de uma caminhonete.

Cagado - Sortudo.

Cagado e cuspido - Muito parecido.

Cagou o cibazol - Errou, não teve sucesso.

Caixa bozó - Lugar muito longe.

Caixão e vela preta - O melhor, o máximo.

Califon - Sutiã, porta-peitos.

Calundú – raiva, enfezamento

Cambada - Grupo de malandros.

Cambito - Perna fina.

Cangapé - Capotagem.

Cangote - Nuca, parte detrás do pescoço.

Cangueiro(a) - Aquele que não dirige bem.

Canhão - Mulher feia.

Caningar - Chatear.

Canjerê - Tumulto.

Cantiga de grilo - Algo repetitivo.

Cão chupando manga - Pessoa muito feia.

Capilé - Estalo com o dedo atrás da orelha.

Caquear-se - Gestos à procura de algo.

Caraca - Sujeira de nariz.

Carecer - Precisar.

Caritó - Moça velha que não casou.

Carregado - 1. Alimento que pode fazer mal ao organismo. 2. Comida "pesada", que deixa a pessoa se sentindo muito cheia (alguns pratos da comida regional).

Cascaviar - Remexer, procurar.

Catinga - Mau cheiro.

Catereté – ação violenta de que está enraivecido

Catoco - Pedaço de coisa.

Catôta - Sujeira de nariz.

Caxaprego - Lugar distante.

Cevado - Fortinho, quase gordo.

Ceguêra = Mania; vício.

Chapéu de touro - Chifre.

Chafurdo = Baderna; Bagunça.

Chegue - Venha, acompanhe-me.

Cheio de onda - Pessoa com muita conversa, enrolação.

Cheio de toddynho - Bêbado.

Chulipa - Tapa na orelha com um dedo no sentido vertical.

Churumingar - Reclamar.

Cigarreira - Banca de revista.

Cipuada - Porrada, chibatada.

Cocorote - Cascudo.

Coisar - "Verbo" multifacetado utilizado sempre que uma palavra mais apropriada não é encontrada.

Coletivo - Ônibus.

Com a bexiga - Com raiva, puto.

Comí que fiquei triste - Quando a pessoa comeu demais, até o limite.

Confeito - Balas, doces.

Corralinda - Coisa linda, pessoa bonita.

Corrida de ganso - O que não vale a pena.

Crica - Criança.

Cuma – como

Cumê que ofende - Comida que pode provocar algum tipo de reação ou alergia.

Custar - Demorar. "O ônibus está custando muito".

Danada - Pessoa inquieta, que não fica parada. "Ô menina danada!"

Dando siu - Chamando "psiu".

Dar cabimento - Dar liberdade, intimidade.

Dar o grau - Caprichar ao fazer algo. "Eu vou dar o grau na sua casa"

Dar o prego - Enguiçar.

Dar pitaco - Dar opinião.

Dentequeiro - Dente siso.

Derradeiro - Último.

Derrubado - 1. Sem ânimo, doente; 2. Sem qualidade.

Desapartar - Separar.

Descansar - Parir, dar à luz.

Descatitar - Acelerar, correr.

Desembuchar - Confessar.

Desimbestar - Correr bastante.

Desmantelado - Maluco, muito doido.

Desmentir - Torcer o pé.

Desmilingüido - Muito magro, sem força.

Destrocar - Trocar dinheiro.

Din-din - Sacolé, chupe-chupe, gelinho.

Dirlechado - Desorganizado, sem cuidado.

Dispois – depôs

Doidim - Doidinho, pessoa simpática meio amalucada.

Dor de viado - Dor no baço.

É caixão! - É difícil, complicado.

É um porre! - Chato, péssimo.

Eita piula! - Interjeição de espanto.

Em riba - Em cima.

Embuchar - Engravidar.

Emburrado - Chateado, de cara feia.

Empanzinado - Quem comeu demais.

Encalifado - Desconfiado.

Encangado - Em cima, montado.

Encruado - Aquele que não cresceu.

Enfadado - Cansado.

Enfezado - Com raiva.

Engilhado - Enrugado.

Enguiçado - Quebrado.

Enredar - Entregar alguém. "Meu irmão me enredou para minha mãe".

Ensacar - Pôr a blusa dentro da calça.

Entojo - Enjôo.

Enxerido - Assanhado.

Esbugalhado - De olhos bem abertos.

Escanchado - Montado em algo ou alguém.

Escangalhado - Quebrado.

Escapulir - Escapar, fugir.

Esgotar - Secar a fossa.

Esmolé - Mendigo.

Esmulecer - Desanimar, esmorecer.

Espiar - olhar

Espichado - Esticado.

Espragatado - Pisado, amassado.

Esse(a) menino(a)! - Vocativo usado quando alguém que não se sabe o nome.

Estatalado - Caído e todo quebrado.

Estradar – sair estrada a fora; andar

Estribado - Pessoa com muito dinheiro.

Estribuchar - Debater-se.

Estrompado - Arrombado, arregaçado.

Eu cegue - Eu aposto, eu dou minha palavra.

Farda - Uniforme escolar.

Fastiado - Sem fome.

Fazer sabão - Sexo entre lésbicas. "As duas estavam fazendo sabão lá na casa de praia"

Fechar - Desligar. "Feche a luz aí por favor!"

Fechar a prova - Acertar toda a prova.

Fechicler - Zíper de calças, bolsas etc.

Fez mal - Engravidou alguém.

Fichinha - Coisa muito fácil.

Filé de borboleta - Pessoa muito magra.

Foi mal! - Desculpe-me!

Folote - Folgado.

Frangote - Moleque, adolescente.

Frechado - Chato.

Friorento ou friento - Aquele que sente muito frio.

Friso - Grampo de cabelo.

Frivião de gente - Multidão.

Fuá - Um cantinho bagunçado.

Fubento - Sem cor, desbotado.

Fuderoso - Muito, o máximo.

Fuinha - Rostinho engilhado.

Fuleiro - Sem valor.

Fulô – flor

Fumando numa quenga - Pessoa que tá puta da vida.

Fungar - Cheirar.

Furdunço - Bagunça.

Furico ou frinfa - Ânus.

Furnido - Forte, robusto.

Fuxico - Fofoca.

Fuzuê - Tumulto.

Gaia - Chifre.

Gala - Esperma.

Galalau - Rapaz alto.

Gale não - "Não faça essa sacanagem".

Galeto - Frango.

Galinha à cabidela - Galinha ao molho pardo.

Gastura - Enjôo, mal-estar.

Gastura - Mal estar.

Gente bonita que nem presta - Local onde há muitas pessoas bonitas.

Geréba = Casa feita de barro e madeira; taipa.

Graúdo = Alto; de grande estatura.

Ginga - Manjubinha, tipo de peixe.

Godela - Conseguir algo sem pagar.

Goipada - Cuspida.

Gorado - Ovo estragado.

Grade - Caixa de cerveja.

Graxa - Molho de carne.

Grosso que nem parede de igreja - Pessa grosseira.

Impatar = Ataiar; impedir que passe; segurar.

Ingembrado - Torto.

Inhaca - Mau cheiro no suvaco.

Ingurujado = Cheio de rugas

Invocado - Corajoso ou "muito bom".

Jerimum - Abóbora.

Judiar - Fazer mal, maltratar, torturar.

Leriado - Conversa fiada.

Liso - Sem dinheiro.

Mangar – Ridicularizar, Zombar. "Aquele cara vive mangando de mim por causa do meu cabelo!"

Marimbento = Bobo; pessoa que fala besteiras.

Masela – doença

Melado - Bêbado.

Moça - Mulher virgem.

Môco - Surdo, mouco.

Mói de chifre - Corno.

Morrer de... - Cansar de fazer algo. "Hoje eu vou morrer de dançar!"

Mundiça - Gente pobre, "povão". "Na praia só tinha mundiça"

Muriçoca - Pernilongo.

Não dá um prego numa barra de sabão - Não faz nada, é um preguiçoso.

Nome feio - Palavrão. "Menino, deixe de falar nome feio na frente das visitas!"

Nas brenhas – no interior do sertão

Netas bandas – neste lado

Ocê – você

Ova de Curimatã – Ovos do peixe Curimatã; Prato típico feito com curimatã, que é um peixe de água doce.

Paçoca - Carne seca socada no pilão com farinha de mandioca e temperos.

Papel de enrolar prego - Pessoa grosseira.

Pastorar - Vigiar. "Pastore aí meu carro"

Pé de pau - Árvore.

Peba - De má qualidade.

Pedir penico - Desistir.

Pelejar - Tentar várias vezes.

Pimbada - Sexo.

Punhado = Porção; mão cheia.

Queima raparigal! - Grito de guerra, incentivo para as meninas agitarem.

Quenga - Prostituta.

Quengo - Cabeça.

Racha - Pelada, jogo de futebol ou disputas em geral.

Remela - Secreção ocular.

Revestrez = Sentido contrário; oposto.

Se abrir - Sorrir, dar muitas risada.

Sem futuro - Mau negócio, pessoa despreparada ou algo que não trará benefícios. "Esse seu emprego é sem futuro!"

Sibite baleado - Pessoa pequena ("sibite" é um pequeno pássaro).

Sustança - Energia dos alimentos. "Rapadura tem sustança".

Sustância = Vitaminado.

Triscar - Tocar. "O menino triscou no bolo"

Vacilar - Cometer um erro. Enganar-se. "Rapaz, você vacilou no jogo ontem"

Varapau - Homem alto.

Vexado - Apressado.

Vexame - Aperreio, confusão.

Vigi! - Por pouco, quase!

Visse? - Certo? OK?

Vogar - Valer.

Xanha - Coceira na pele.

Xeleléu - Puxa-saco.

Xinim - Vagina.

Xodó - Amor, paixão, pessoa querida.

Xôxa - Sem graça, sem futuro.

Zambeta - De pernas tortas, Perpendicular; torto.

Zoeira - Bagunça.

Zonar - Zombar, tirar um sarro, curtir com o outro.

Zuadento - Barulhento.

Zambeta =

Zuada = Barulho