Lúcio Annaaeus Séneca (4-65)
Séneca era natural de Córdoba, Espanha e viveu a maior parte da sua vida em Roma. É representante da cultura dos primeiros anos do império. Foi exilado na Córsega por Cláudio e chamado a Roma em 49 por Agripina, tornando-se então preceptor de Nero, que mais tarde, não podendo resistir às censuras do filósofo, ordenou a sua morte.
Forma com Epíteto e Marco Aurélio um trinómio de filósofos estóicos que viam na serenidade íntima o fim último do homem.
De Séneca restaram muitos escritos: Dialogorum libri, De providentia, De vita beata, De tranquillitate animi, De breviate vitae, Ad Helvian matrem de consolatione; De beneficiis; Ad Lucilium; Algumas tragédias imitadas de modelos gregos: Hécuba, Medeia, Fedra, Édipo, Agamémnon e outras.
Ad Lucilius (Cartas a Lucilius), obra composta por 124 cartas em 20 livros, é um conjunto de dissertações estóicas sobre a consolação, a cólera, a clemência, a brevidade da vida, a tranquilidade da alma, a felicidade. As cartas contêm preciosas observações morais e ensinamentos delicados que não envelhecerão jamais. Séneca formulou máximas que atravessam os séculos:
*Mostra-te surdo às palavras daqueles que te amam muito.
*O trabalho é o alimento das almas generosas.
*Uma árvore isolada não provoca admiração num lugar em que a floresta é muito alta.
*O mal não está nas coisas, está nas almas.
*Faz descer a filosofia no fundo do teu coração; alicerça a experiência de teu progresso não sobre a coisa dita ou escrita, mas sobre a firmeza da alma e a redução dos desejos.
Estas cartas foram lidas e meditadas por muitos espíritos nobres da Idade Média e Renascença tais como Abelardo, Erasmo, Montaigne ou Roger Bacon, e entre os segundos, .