terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Pão, futebol e carnaval.

Muitas de nossas superestruturas político-ideologicas são heranças históricas e culturais da sociedade e do estado romano que deixou para o mundo como modelo de organização político-social.
Todavia, dentre todos esses instrumentos ideologicos herdados de Roma, há um que até hoje é mais utilizado, principalmente aqui no Brasil, é a "política do pão e circo" ou (panis et circenses). Por essa política, o Estado buscava promover os espetáculos como um meio de manter os plebeus afastados da política e das questões sociais. Era, em suma, uma maneira de manipular a plebe e mantê-la distante das decisões governamentais.
Bem sucedida ou não, a política de Lucius Aelius Aurelius Commodus virou referência a toda e qualquer ação dos governos que usam deste artifício para minimizar os problemas sociais, explorando a diversão e "alimentando" aos mais pobres. Se faz necessário refletirmos sobre os dois lados desta questão num período de folia de momo. Vamos trazer para a realidade brasileira o programa realizado na Antiga Roma no início do século I d.C
Será que os vandalos do sabódromo de São Paulo tem ideia que fazem parte desta política do pão( Se prevê R$ 19,3 bilhões para o bolsa família) e circo (futebol[ na copa do mundo serão gastos entre 40 bilhões e 50 bilhões de reais] e foram gastos mais ou menos 9,3 milhões do governo federal no carnaval 2012), será porque eles não agem com a mesma furia bestial quando se deparam com o Impostômetro no centro da capital paulista revelando como o povo brasileiro é lapidado. Deveria usar todo este ímpito para lutar por justiça social, e pelo fim da corrupção.
Portanto devemos ter cuidado ao citar que política de pão e circo é usada para calar a boca da população mediante os problemas sociais. De certo eles existem, como por exemplo, a realidade caótica do sistema público de saúde e do sistema público de educação, e a realidade socioeconômica, que beira a miséria, dos que fazem a saúde e a educação pública no Brasil. Não é possível admitir que brasileiros são capazes até de morrer por uma escola de samba ou por um time de futebol quando pecebem ou suspeitam que sua agremiação está sendo lograda como no episodio de hoje a tarde no sabódromo de São Paulo, mas não se manifestam contra as aves de rapinas que dilaceram os erários dos Municípios, Estados e da União nas cinco regiões deste país.
Desde o séculos XIX que os políticos brasileiros descobriram que as classes menos favorecidas da nossa sociedade necessitava de “PÃO e CIRCO". Seria leviano afirmar que a rapinagem e o uso do dinheiro público em festas para tirar o foco do povo dos problemas nacionais é algo novo, e que é uma realidade nova, implantada pelos PTistas articuladores e neoliberais. É sabido que a rapinagem é uma herança colonial, e o primeiro homem público a fazer uso da política do pão e circo no Brasil foi D. Pedro I, está claro na história do primeiro reinado quele ofereceu o pão e o circo, mas o pão nunca chegou. Os militares soberam muito bem fazer uso deste política do pão e circo, quando no final dos anos 60 e nos anos 70, insentivaram seus prefeitos da famigerada ARENA, a construíren estados de futebol por todo o país com o dinheiro da união. Realmente não é justo afirmar que só agora há corrupção e mal uso de dinhero público, e que o PT inaugurou no Brasil a política do "pão e circo".