Cicēro
Anualmente são muitos poucos os
jovens brasileiros que
entram nos concorridos cursos de medicina do país, além destes cursos serem
poucos, os que eram bons estão ficando ruins, e os que eram excelentes estão
perdendo sua excelência porque vem sofrendo o abandono e o sucateamento há
décadas. Estou falado dos cursos de medicina de nossas universidades federais
que desde a era Sarney até agora na era Dilma vem sendo sucateados por todo o
país, verbas públicas que deveriam ser canalizadas para o ensino público gratuito
de qualidade de medicina são desviadas para a escolas particulares de ensino
superior que digamos de passagem não são tão superior assim, os cursos são
ruins, não possuem uma infraestrutura boa e o material humano, no caso docente
acadêmico, são mal preparados para a tarefa de formar outros médicos. Além de faltar
um hospital universitário em muitos lugares do Brasil onde há cursos da área de
saúde. Sem falar no nível de formação profissional médico, humano e intelectual
dos médicos formados nestas empresas do saber que é muito ruim. Nos últimos
dias, alguns incautos alienados e analfabetos políticos vêm fazendo um alarido
nas redes sociais com a notícia da possível vinda de médicos cubanos para o
Brasil. Estão semeando o medo, dizendo até o absurdo que a medicina cubana não
tem toda a qualidade que dizem, chegaram a dizem que seria um risco ser
atendido por um medico cubano devido o problema da comunicação, já que esses
profissionais não falam português. Quanto a qualidade da formação médica cubana
é inegável, mas é inegável que os cubanos estão alguns anos atrasados devido ao
embargos norte-americanos a economia da ilha, os centros médicos cubanos não
puderam acompanhar os últimos avanços tecnológico da área médica e da industria
farmacêutica e etc. Porém nossos cursos de medicina de nossas universidades
federais não estão numa situação melhor, faltam lhes tudo nas bibliotecas, nos laboratórios
e no hospital universitário, isso nas poucas que tem um hospital. É bom
lembrarmos que não passamos por nenhum embargo econômico. Mas quanto ao nível de
formação do profissional cubano não podemos duvidar. O medo devido o não domínio
da nossa língua materna pelos médicos vindos de Cuba, não poderia ser um motivo
porque os formandos das faculdades de medicina do Brasil na maioria dos casos
também não dominam sua própria língua. Nossos médicos em sua grande maioria não são
capazes de escrever um receituário legível, os balconistas de farmácia que os
digam, o que eles têm que decifrar diariamente neste país. Temos que baixar a
bolar e pararmos com esse preconceito com os cursos de medicinas de países como
cuba, Bolívia, Paraguaio e Argentina. É bem verdade que temos aqui uma medicina
de primeiro mundo, mas não são todos os centros médicos do país que são de
qualidade. Não podem esquecer que no Brasil há ilhas de excelências, e poucos
brasileiros tem o direito de fato de adentrar para se tornar um médico de
qualidade. Estes depois de formados ficam nos grandes centros do Sudeste e não
vão para os rincões do Brasil. Não só esses poucos privilegiados filhos da
classe A que estudaram nessas poucos centros de excelência que não querem ir
para o interior do país, mas os de formação meia boca, também não desejam ir
para o interior, quando encontram colocação nas grandes e medias cidades
preferem ficar por lá que sair da vida cômoda. Isso se dar por vários fatores, entre
eles podemos cita a falta de estrutura e os baixos salários encontrados nos
lugares onde a corrupção ou a pobreza é mais marcante. Diante deste quadro caótico
a muito que os mais pobres deste país de mãe preta e pai João tem uma medicina
de segunda porque só agora o Conselho Federal
de Medicina veio se manifestar quanto a preocupação com os mais pobres, o
presidente Roberto Luiz d’Avila do CFM chegou a afirmar no último dia
16/05/2013: “não admitimos uma medicina de segunda para os mais
carentes. Até porque quem está no governo, quando adoece, vai para os hospitais
de primeira linha e não se submete aos cuidados dos médicos importados aos
lotes”. É bem verdade,nossos políticos quando precisão de um médico, vão a um médico formado por um dos poucos centros de excelência, com anos de experiência, renome e know-how em sua especialidade médica. O senhor Luiz d'Avila deveria está mais preocupado com o sucateamento sucessivo de décadas dos cursos de medicina de nossas universidades federais, e com a má qualidade do ensino de medicina das faculdades caça niqueis que se espalharam pelo Brasil.