sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Os EUA dez anos depois do 11 de setembro.



Prof. Cícero

Os ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001 mudaram o cenário mundial em questão de horas. A primeira reação foi questionar: por quê? O que levou dezenove eslâmicos a sequestrar aviões comerciais com 40 mil litros de combustível e transformá-los em bombas contra o símbolo do poder econômico Estadunidense ( The World Trade Center )? A ausência de explicações lógicas na cabeça dos alienados para o 11 de Setembro fez muitos destes olharem para Samuel Huntington como um novo Nostradamus . Já que este passou os anos 90 profetizando que o mundo pós-Guerra Fria seria marcado por conflitos regionais entre identidades culturais, entre as quais a muçulmana seria a mais conflitante. As democracias ocidentais, pluralistas e liberais, seriam sua nêmesis. O choque de civilizações foi a primeira sequela do 11 de Setembro: um surto de islamofobia.

Tragédia consumada, o ex-presidente George W. Bush responde barbaria com barbaria, alimenta a islamofobia no seio dos Estados Unidos para justificar por em prática um velho projeto do seu pai, George Bush, dominar o Oriente Médio e criar uma nova configuração para esta região do mundo. Mas como não tinha um adversário convencional como um Estado hostil que pudesse apontar como o inimigo da América. Na falta de um, ele declarou "guerra ao terror", anunciando sanções contra países que protegessem terroristas e prenunciando as primeiras ações no Afeganistão.

O ex-presidente Bush encontrou sua doutrina e, os EUA, o unilateralismo político, o maniqueísmo dos grupos religiosos fundamentalistas ditos cristãos da América, a barbaria e o sadismo dos soldados estadunidenses sobre populações mulçumanas, e a tortura em prisões americanas fora do território americano, como na prisão de Guantánamo, Cuba, até hoje um espinho na garganta daqueles americanos que sempre defenderam os direitos humanos. Após o 11 de Setembro os poucos homens americanos de senso e de valores se cobriram de vergonha devido a barbaria americana.

A vida dos americanos também nunca mais foi a mesma depois do 11 de Setembro. A Lei Patriótica deu ao presidente o direito de prender sem acusação prévia suspeitos de terrorismo. Pouco depois, Bush mandou grampear telefonemas e e-mails de cidadãos sem permissão judicial. Viajar de avião para EUA, ou dentro do seu território, virou uma via-crúcis para árabes, negros e latinos. A segurança nos aeroportos foi reforçada e a inspeção de passageiro não europeu branco ou judeu aumentou demais, os desrespeitos, atrasos e o desconforto também.

Hoje dez anos depois, o esforço de controlar o mundo muçulmano e suas riquezas, consumiu dos cofres americanos US$ 5 trilhões de dólares e contribuiu para o buraco nas contas públicas do país. Pior do que o déficit econômico, porém, foi o desgaste moral. No dia 04 de novembro de 2008, Barack Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos herdando todo o déficit negativo da era Bush.

Barack Obama foi eleito por ter prometido corrigir os erros do seu antecessor, mas nada tem feito de concreto, os soldados dos EUA ainda estão no Iraque e no Afeganistão, e Guantánamo ainda é uma realidade.