Diógenes
(404-323 a.C.)
Diógenes ficou nos anais da história, como o pensador grego que desprezou com veemência o poder e os poderosos, e as convenções sociais do seu tempo. Nasceu em Sínope. Foi discípulo de Antístenes (444-365 a.C.), fundador da filosofia cínica. Como todos os cínicos desprezavam as ideias gerais e as convenções sociais, negando a possibilidade da própria ciência. Diógenes ficou associado a diversos episódios que exprimem as suas ideias éticas, as únicas a que dava verdadeira importância. A única forma de vida aceitável seria a conforme a natureza, tudo o mais não passava de vento. Conta-se que Alexandre da Macedônia, o grande imperador da antiguidade, ao encontrá-lo lhe teria perguntado o que mais desejava. Acontece que devido à posição em que se encontrava Alexandre, fazia-lhe sombra. Diógenes, então olhando para o sol afirmou: "Não me tires o que não me podes dar!". Levando ao extremo esta atitude de desprezo pelas convenções sociais, Diógenes, tinha como casa um barril e vestia-se de trapos. Andava pela cidade com uma lamparina acesa, mesmo de dia, afirmando a quem o interrogava que procurava "um verdadeiro homem". Aquele que vivia de acordo com a natureza.
"Na casa de um rico não há lugar para se cuspir, a não ser em sua cara."
—Diógenes de Sínope
A temática do cão
Diógenes passou a sofre chacotas e criaram anedotas que referem-se ao seu comportamento semelhante ao de um cão, e seu elogio as virtudes dos mesmos. Não é sabido se Diógenes se considerava insultado pelo epiteto "canino" e fez dele uma virtude, ou se ele assumiu sozinho, tal temática do cão para si, Os termos modernos cínico e cinismo derivam da palavra grega kynikos, a forma adjetiva de kynon, que significa cachorro.[3] Diógenes acreditava que os humanos viviam artificialmente de maneira hipócrita e poderiam fazer bem ao estudar o cão. Afinal o cão é capaz de realizar suas funções corporais naturais em público sem constrangimento, um cachorro comerá qualquer coisa, e não fará estardalhaço sobre que lugar dormir. Cachorros vivem o presente sem ansiedade, e não possuem as pretensões da filosofia abstrata. Somando-se ainda a estas virtudes, cachorros aprendem instintivamente quem é amigo e quem é inimigo. Diferente dos humanos que enganam e são enganados uns pelos outros, cães reagem com honestidade frente à verdade.