sexta-feira, 24 de abril de 2009

Realitate - Câmara Federal num terrível impasse irá ou não irá formalizar o corte na corta das passagens aéreas.

Câmara ainda não formalizou corte na cota de passagens
José Cícero Gomes

Decepção, raiva, vergonha, indignação e revolta. É esse o misto de sentimentos que povoa a mente de alguns poucos cidadãos brasileiros que fazem partem de uma geração que ousou sonhar com uma grande nação democrática onde o Estado deveria existir a serviço do povo, e não o povo existir a serviço do Estado. Houve um tempo neste país em que notícias sobre políticos desavergonhados eram raras. Não é que não havia mau uso dos recurso públicos, é que a pouca vergonha ainda não tinha se banalizado e disseminando no meio da sociedade brasileira. Ainda havia homens como Rui Barbosa que em seu tempo já profetizava, “haverá um dia neste país em que o homem terá vergonha de ser honesto”¹. Infelizmente este dia chegou. Para comprovar é só dar uma olhada no clima predominante nas reuniões da Mesa Diretora da Câmara federal, em que a divisão interna acaba agravada pela dificuldade que o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP) vem enfrentado. Lembrado Rui Barbosa, podemos afirmar que o senhor Michel temer, precisará ser muito forte e conseqüente no bem, para não ver seus esforços se degenerar-se em males inesperados por ele, mas infelizmente já esperado pelo povo. Há um sentimento e uma convicção generalizada na população brasileira que tudo neste país acaba em pizza. Este nobre parlamentar vem enfrentando muitas pressões por parte daqueles que acreditam que não devem satisfações ao povo brasileiro e acreditam piamente que a coisa pública é privativa à classe política, e que podem fazer o que querem com os recursos públicos. Chegam a dizerem em rede nacional, “a cota de passagens é minha eu dou a quem eu quiser”. Para assumir sua condição de "voto de minerva Temer terá de ser forte. Neste cenário, nem a medida anunciada na semana passada, de redução de 20% das cotas de passagens aéreas de cada deputado, foi formalizada até hoje. Não por acaso. Quando decidiu economizar em bilhetes aéreos, diminuindo as cotas dos parlamentares, o colegiado se dividiu. Um dos integrantes da Mesa lembra que, enquanto o primeiro secretário, Rafael Guerra (PSDB-MG), o corregedor Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) e o terceiro secretário e responsável pelo controle das passagens, Odair Cunha (PT-MG), queriam um corte de 50%, o primeiro vice, Marco Maia (PT-RS), o segundo secretário, Inocêncio Oliveira (PR-PE), e o quarto-secretário, Nelson Marquezelli (PTB-SP), defendiam apenas 20%.Temer, que inicialmente fechara com a tese do corte pela metade, acabou se rendendo à proposta mais tímida. E nem assim o anúncio virou decisão formal. Também há queixas no que se refere às negociações que começaram em Comandatuba (BA), no fim de semana e se estenderam até Brasília, na noite do feriado de Tiradentes. Integrantes da Mesa argumentam que o acerto fechado no jantar de terça-feira com Temer foi anunciar as restrições ao uso de passagens não como uma decisão isolada, mas dentro de um pacote que viria mais adiante, no contexto de uma reforma administrativa para reduzir gastos, que permitisse tratar de reajuste salarial. Na visão desses parlamentares, o presidente da Casa recuou e, pior, acabou perdendo o momento exato de baixar o tal conjunto de medidas que seria apresentado como "pacote moralizador". O pensamento do nosso grande Ruy Barbosa de Oliveira sobre as questões éticas e morais na política e na justiça deste país, nunca esteve tão atual como hoje.
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1. OLIVERA, Ruy Barbosa.( Nasceu em Salvador-BA, 05/11/1849 e morreu em Petrópolis-RJ, em 01/03/1923. Foi um grande jurista,filósofo, escritor, diplomata e político.)“De tanto ver crescer a INJUSTIÇA, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos MAUS, o homem chega a RIR-SE da honra, DESANIMAR_SE de justiça e TER VERGONHA de ser honesto”