sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A intolerância e o ódio de jovens franco-argelinos semeiam dores em solo francês





A França está vivendo os efeitos colaterais e correlatos de um mecanismo do capitalismo usado para se recompor, se refazer na Europa em países como França, Inglaterra e Alemanha na segunda metade do século XX.  A exploração de exércitos de mão de obra barata de pobres ‘importados’ de outros países, ainda nos anos 60 inicia-se a imigração argelina para o território francês. O governo francês convida os argelinos para irem viver é trabalhar na França, já que a Argélia foi colônia francesa por 132 anos de 1830 até 1962. Esta mão de obra de pobres argelinos por ser importada é duplamente estrangeira, primeiro por não ser nacional e segundo por ser ignorada pelas autoridades francesa que não tem compromissos com a radicalização dos miseráveis importados como demonstram ter com a radicalização da pobreza do francos brancos nativos (de origem latina, gaulesa ou germânica) e como se propõem a ter compromissos com o fim do problema da pobreza dos franceses nativos desafortunados (pobreza nacional). Excluídos e esquecidos nas periferias das grandes cidades francesas, os filhos e netos da geração dos primeiros imigrantes argelinos já não tem as mesmas chances que seus pais tiveram nos anos 60, 70 e 80. Hoje por diversos motivos de natureza econômica em uma França que já não vive dias de grandes prosperidades, eles estão cada vez mais pobres. Com. efeito, o desemprego e a exclusão social dos francos-argelinos somado ao desrespeito a sua cultura e credo de fé formaram os elementos explosivos que resultaram nas mortes de 12 pessoas e em 11 feridas na revista Charlie Hebdo em Paris no último de 07/01/2015. Logo em seguida, inicia-se uma caçada aos irmãos jihadistas Said Kouachi, 34, e Chérif Kouachi, 32, caçada esta que terminou hoje com a morte dos irmãos suspeitos do massacre da revista Charlie hebdo. Em uma empresa  onde os irmãos terroristas fizeram reféns e produzem pânico na comunidade de Dammartin-en-Goele, a cerca de 40 km ao nordeste da capital francesa,Paris, e na capital outros dois terroristas, um homem, terceiro suspeito do atentado a Charlie Hobdo, Amedy Coulibaly, 32, e uma mulher Hayat Boumeddiene que também auto intitulavam-se vingadores do profeta Maomé, fizeram reféns num mercado de produtos judáicos ao invadir-lo em Porte de Vincennes, em Paris, e também fizeram reféns no local. Segundo a Reuters, o sequestrador Amedy Coulibaly e mais quatro reféns foram mortos. De acordo com a agência AFP, Coulibaly seria ligado a um dos irmãos Kouachi. Coulibaly era suspeito do assassinato de uma policial municipal francesa nesta quinta-feira (8), em Montrouge. Por razões políticas e ideológicas, se faz necessário, fazer o mundo acreditar que a razão de tamanha violência é apenas fanatismo religioso - pois o objetivo essencial das autoridades não é a verdade. Mas nada justifica a barbaria, a irracionalidade e o sectarismo islâmico. Porém, não se pode esquecer que estes jovens pobres, excluídos e segregados se deixam ser recrutados pelos extremistas islâmicos é porque são humilhados, ignorados, esquecidos excluídos no país onde não pediram para nascer, mas nasceram, é fato, logo são franceses como os jovens brancos nativos, todavia não são vistos como tais, não possuem os mesmos direitos, liberdades e as mesmas oportunidades. Infelizmente é no fundamentalismo muçulmano e nos discursos históricos radicais do islã que estes se encontram como gente e filho de uma divindade vingadora, e ao tornassem vingadores do profeta, estão de uma certa forma se vingando da violência sofrida por aqueles que deveriam lhes ver como franceses. Viviam a margem da sociedade francesa e eram tidos como estrangeiros na terra onde nasceram. Estes três terroristas são tão vitimas quanto as 12 pessoas que morreram assassinados por eles no semanário Charlie Hobde, quanto a policial assassinada ontem e quanto os quatro reféns mortos hoje no mercado judaico. Não estou aqui justificando o terror porque creio que um crime não justifica outro. E tenho certeza que tudo isto é fruto da exclusão, exploração falta de humanidade, da ausência de respeito e direitos no mundo neoliberal capitalista para os filhos e netos de imigrantes árabes em país como a França e da nefasta formação fundamentalista radical e do discurso jihadista muçulmano. A Al-qaeda e outras organizações islâmicas terroristas se aproveitam do ódio e da revolta dos jovens excluídos e abandonados para recrutá-los para sua pseuda guerra santa contra os infiéis ocidentais. Não devemos esquecer que ódio e fanatismo religioso é nocivo e mata. É bom lembramos também que nem todos os muçulmanos são terroristas e nem todos odeiam o ocidente. Quando alguém generalizar está sendo preconceituoso e cruel e tão intolerante quanto os fanáticos fudamentalistas islâmicos.