A França está vivendo os efeitos colaterais
e correlatos de um mecanismo do capitalismo usado para se recompor, se refazer
na Europa em países como França, Inglaterra e Alemanha na segunda metade do
século XX. A exploração de exércitos de
mão de obra barata de pobres ‘importados’ de outros países, ainda nos anos 60
inicia-se a imigração argelina para o território francês. O governo francês convida
os argelinos para irem viver é trabalhar na França, já que a Argélia foi
colônia francesa por 132 anos de 1830 até 1962. Esta mão de obra de pobres
argelinos por ser importada é duplamente estrangeira, primeiro por não ser
nacional e segundo por ser ignorada pelas autoridades francesa que não tem compromissos com a radicalização dos miseráveis importados como demonstram ter com a radicalização da pobreza do francos brancos nativos (de origem latina, gaulesa ou germânica) e como se propõem a ter compromissos com o fim do problema da pobreza dos franceses nativos desafortunados (pobreza nacional). Excluídos
e esquecidos nas periferias das grandes cidades francesas, os filhos e netos da
geração dos primeiros imigrantes argelinos já não tem as mesmas chances que
seus pais tiveram nos anos 60, 70 e 80. Hoje por diversos motivos de natureza
econômica em uma França que já não vive dias de grandes prosperidades, eles estão
cada vez mais pobres. Com. efeito, o desemprego e a exclusão social dos
francos-argelinos somado ao desrespeito a sua cultura e credo de fé formaram os
elementos explosivos que resultaram nas mortes de 12 pessoas e em 11 feridas na
revista Charlie Hebdo em Paris no último de 07/01/2015. Logo em seguida,
inicia-se uma caçada aos irmãos jihadistas Said Kouachi, 34, e Chérif
Kouachi, 32, caçada esta que terminou hoje com a morte dos irmãos suspeitos do
massacre da revista Charlie hebdo. Em uma empresa onde os irmãos terroristas fizeram reféns e produzem pânico na comunidade
de Dammartin-en-Goele, a cerca de 40 km ao nordeste da capital francesa,Paris,
e na capital outros dois terroristas, um homem, terceiro suspeito do atentado a Charlie Hobdo, Amedy Coulibaly, 32, e uma mulher Hayat Boumeddiene que também
auto intitulavam-se vingadores do profeta Maomé, fizeram reféns num mercado de
produtos judáicos ao invadir-lo em Porte de Vincennes, em Paris,
e também fizeram reféns no local. Segundo a Reuters, o sequestrador Amedy
Coulibaly e mais quatro reféns foram mortos. De acordo com a agência AFP,
Coulibaly seria ligado a um dos irmãos Kouachi. Coulibaly era suspeito do
assassinato de uma policial municipal francesa nesta quinta-feira (8), em
Montrouge. Por razões políticas e ideológicas, se faz necessário, fazer o
mundo acreditar que a razão de tamanha violência é apenas fanatismo religioso -
pois o objetivo essencial das autoridades não é a verdade. Mas nada justifica a barbaria, a
irracionalidade e o sectarismo islâmico. Porém, não se pode esquecer que estes
jovens pobres, excluídos e segregados se deixam ser recrutados pelos
extremistas islâmicos é porque são humilhados, ignorados, esquecidos excluídos
no país onde não pediram para nascer, mas nasceram, é fato, logo são franceses como
os jovens brancos nativos, todavia não são vistos como tais, não possuem os mesmos
direitos, liberdades e as mesmas oportunidades. Infelizmente é no
fundamentalismo muçulmano e nos discursos históricos radicais do islã que estes
se encontram como gente e filho de uma divindade vingadora, e ao tornassem vingadores
do profeta, estão de uma certa forma se vingando da violência sofrida por
aqueles que deveriam lhes ver como franceses. Viviam a margem da sociedade
francesa e eram tidos como estrangeiros na terra onde nasceram. Estes três terroristas
são tão vitimas quanto as 12 pessoas que morreram assassinados por eles no
semanário Charlie Hobde, quanto a policial assassinada ontem e quanto os quatro
reféns mortos hoje no mercado judaico. Não estou aqui justificando o terror
porque creio que um crime não justifica outro. E tenho certeza que tudo isto é
fruto da exclusão, exploração falta de humanidade, da ausência de respeito e
direitos no mundo neoliberal capitalista para os filhos e netos de imigrantes
árabes em país como a França e da nefasta formação fundamentalista radical e do
discurso jihadista muçulmano. A Al-qaeda e outras organizações islâmicas
terroristas se aproveitam do ódio e da revolta dos jovens excluídos e
abandonados para recrutá-los para sua pseuda guerra santa contra os infiéis ocidentais.
Não devemos esquecer que ódio e fanatismo religioso é nocivo e mata. É bom
lembramos também que nem todos os muçulmanos são terroristas e nem todos odeiam o
ocidente. Quando alguém generalizar está sendo preconceituoso e cruel e tão intolerante quanto os fanáticos fudamentalistas islâmicos.