Minha amada
Quando a vi pela primeira vez
Era tão apetitosa quanto
um caqui maduro suculento
Colhido no pé.
Mas tinha o sabor de manga rosa madura
Colhida no pé.
Com a simetria de suas curvas
Lembrando-me uma bela pera.
Tive naquele momento
um certo calor e um rubor
em meu corpo e um desejo
voluptuosos de colher e me labuzar
ao comer tal bela e doce
fruta dos trópicos.
Este apetite voraz já não sei se ainda tenho
Na pele quando toco sua pele.
Mas de uma coisa eu tenho certeza
O calor na pele e o rubor no rosto
eu ainda sinto e tenho
eu ainda sinto e tenho
E ela ainda tem o mesmo gosto de manga rosa
Colhida no pé e o doce de cana caiana no brejo
e ela está pra lá de madura mas ainda me sacia
e me apetece e me completa ainda
cada vez que meu olhos te vê desnuda
me dar um desejo de cravar os meus dentes
em sua poupa doce e macia.
me dar um desejo de cravar os meus dentes
em sua poupa doce e macia.
de J. Cícero Gomes