Vivemos atualmente uma
instabilidade política no ano em que o povo brasileiro deveria está
comemorando os 30 anos da redemocratização e do fim do famigerado regime
militar de 64, e não deveria está reproduzido o discurso dos seus verdadeiros
inimigos. A democracia brasileira não está consolidada, ela é frágil. No Brasil
o que temos é uma experiência política em que se tem uma série de garantias
democráticas, mas também se tem uma presença de força externas do espectro
político que interferem de maneira tal na aplicação das leis e que fazem não
termos uma democracia no sentido completo do termo. O Brasil é uma democracia
muito frágil que tem seus altos e baixos, seus avanços e recuos por vários
fatores de natureza sócio-política e econômica que produzem algumas mazelas que
são heranças históricas ramificadas como uma metástase que age lesando
diretamente no sene da política nacional destruindo o presente e o futuro do
povo brasileiro. Do final dos anos 1980 até hoje a nossa democracia não se
consolidou, e os seus problemas ficaram mais evidentes, como a baixa
participação popular na vida política partidária, sindical, estudantil e em
movimentos sociais. Há um processo de despolitização e alienação do povo
brasileiro onde é visível que o povo idiotiza-se a cada dia. Com isso não
pretendo afirmar que antes o povo brasileiro era consciente e politizado e hoje
não é, mas uma coisa é certa hoje nosso povo está muito mais vulnerável ao
controle social através dos novos e velhos instrumentos de alienação. Até
setores que nos anos 50 aos 80 foram mais esclarecidos, conscientes e
politizados hoje são ambientes que reproduzem o discurso dos antigos e novos
algozes. Não podemos esquecer que temos um sistema parlamentar que produz
distorções no sistema representativo que interferem no funcionamento do Estado
ao mesmo tempo em que legitima e perpetua velhos vícios e práticas nocivas que
tiram do povo brasileiro os direitos de direito que deveriam ser inalienáveis,
esta infâmia se dar tanto no Senado quanto na Câmara Federal. Nesse momento da
história temos um legislativo que atingiu máximo grau de corporativismo e
prostituição politica, as duas casas do legislativo federal não passa de um
antro de indivíduos venais, corruptos, corruptores e que se deixam corromper
com poucos indivíduos honestos malhando em ferro frio e tentando salvar o
sistema parlamentar e a própria frágil democracia brasileiro. A raiz das
ameaças iminentes à nossa frágil democracia, esta no modelo de construção
democrática adotado na chamada Nova República pós-ditadura militar na qual a
governabilidade era compreendida através da cooptação de uma parte da classe
política que se desenvolveu no seio do regime militar de 64, e da gestão de
toda essa massa fisiológica da política brasileira vinculada a interesses
econômicos do capitalismo nacional e estrangeiro. Foi assim no governo de
Fernando Henrique Cardoso, com apoio de Antônio Carlos Magalhães e do PFL, e
foi assim no governo Lula, quando esse teve o apoio do José Sarney um produto
da ditadura militar. Nos dois casos, o PMDB era o grande gestor da fisiologia
política. Alguns teóricos políticos dizem que este modelo se esgotou, mas ainda
não chegou o momento do seu fim. Mesmo com esta grande crise que do sistema
político nacional vem passado porque alguns tecnocratas, oligárquicas e pseudos
líderes populares das tais bancadas empresarial, ruralista, evangélica e outras
iram tentar manter vivo esse modelo político moribundo. A produção de grandes
atores políticos no senário politico nacional já não existe, partido como PT,
PSDB e PMDB já não possuem grandes lideranças nacionais. E o PSDB e o PT estão
desmoronando-se na base. Esses dois partidos estão esgotados. Ninguém mais
espera que o processo de reformas nacionais possa ser feito a partir de
propostas desses dois grupos partidários. Os dois já foram testados e
demonstraram limitações e ingerências. Ninguém vai conseguir fazer nada
continuando com este modelo falido.