Prof. Cícero
O sistema
prisional (penitenciário) no Brasil não recupera ninguém e uma grande indústria
que fará muitos dos deputados que votaram a redução da maioridade penal ou seus
correligionários ficarem mais ricos fornecendo suprimentos, material de apoio e
serviços terceirizados, a além de licitações fraudulentas para reformas de
velhas prisões e construção de novas universidades do crime onde os filhos
dos pobres pretos ou quase pretos irão ser enviados, e entraram infratores
mirins e saíram monstros revoltados com tudo e com todos. Os gestores estaduais
brasileiros do Oiapoque ao Chuí não conseguem oferecer segurança pública a
população de seus respetivos estados na atual realidade quanto mais com a nova
realidade que será criada com este ato anticonstitucional, incompetente,
bestial, insano e antipatriota visando garantir lucros. Transformaram o sistema prisional
(penitenciário) do Brasil em um grande mercado e nele foi criado em torno do
presidiário vários nichos de mercado que foram monopolizados por alguns
deputados, governadores, senadores, vereadores através de seus respetivos laranjas.
Alguns destes nichos são controlados por seus correligionários através de
licitações de cartas marcadas. Estes indivíduos movimentam muito mais grana que
o povo pode imaginar. Só o mercado de quentinhas servidas aos 715 mil presos no
Brasil (4º maior população carcerária do mundo) movimenta cerca de dois bilhões
de reais ao ano. Quando você vai conferir quais empresas fornecem essas
quentinhas, muitas delas são de políticos ou de parentes deles ou de correligionários,
como é o caso dos Perrela em Minas Gerais. Além do mais, essas empresas também
são financiadoras de campanhas eleitorais, os empresários que fornecem
alimentos e materiais de apoio e expediente. Além do mais, os trinta maiores
presídios brasileiros estão privatizados. Nesse sentido, cada preso é um
cliente. Portanto, presídios lotados são evidências de lucros, presídios vazios
são sinais de prejuízos, como em qualquer hotel. São verdadeiros campos de
concentração de pobres em sua grande maioria negros ou quase negros, os
chamados pardos. Não podemos esquecer é que cada preso em presídio privado é
pago com o dinheiro público. A Pastoral Carcerária estimou em R$ 3.000,00 o
custo de cada preso privado por mês para o Estado. Enquanto isso, um aluno da rede
pública custa de R$ 150,00 a R$ 227,00 por mês aos cofres públicos do Estado. Poderia
ser investido esse dinheiro gasto com construção de presídios na educação das
crianças brasileira. Mas nossos gestores e legisladores preferem investir em
presídios por ter um retorno maior para eles e seus generosos pseudos doadores
de campanhas (investidores) porque empresário não faz doações fazem
investimentos. Eduardo Cunha reduz a maioridade penal através de uma manobra peculiar
da velha direita brasileira. Votaram com ele o PMDB, o PSDB, o DEM e outros
partidos, gente da oposição e da tal “base aliada”. Sem dúvida nenhuma, A
indústria dos presídios foi priorizada e seu empresário está feliz com tal
vitória. Haverá mais clientes para suas empresas. Não haverá nenhuma redução da
violência no Brasil ao se reduzir a maioridade penal. Pelo contrário, vamos
fortalecer as facções que dominam os presídios em todo o Brasil. Ali o preso
não tem escolha, ou participa de alguma facção, ou ele e sua família estará marcado
para morrer. Portanto, nessa votação houve apenas interesses econômicos e
eleitoreiros, mas nenhum interesse na paz e na justiça. Haverá outra votação antes da decisão final, mas com tantas
manobras frutos dos interesses pessoais e partidários dos nossos venais
deputados já não acredito que o bem vencerá o mal. Menores de 18 ao cometer crimes hediondos, em casas de
ressocialização alguns são recuperáveis. Não é uma missão impossível, é uma
questão de vontade política. Nos sistema prisional (penitenciário), é algo
impossível. Os deputados sabem, mas por todos os motivos acima citados, preferiram
propiciar as condições para jogar os adolescentes pobres e em sua maioria
negros ou quase negros nos Cáceres para serem os novos clientes da indústria
das prisões.