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sábado, 27 de março de 2010
Saudade
Camĭnis
sexta-feira, 26 de março de 2010
Camĭnis
Poema do Menino Jesus
Num meio-dia de fim de Primavera Tive um sonho como uma fotografia. Vi Jesus Cristo descer à terra. Veio pela encosta de um monte Tornado outra vez menino, A correr e a rolar-se pela erva E a arrancar flores para as deitar fora E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu. Era nosso demais para fingir De segunda pessoa da Trindade. No céu tudo era falso, tudo em desacordo Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério E de vez em quando de se tornar outra vez homem E subir para a cruz, e estar sempre a morrer com uma coroa toda à roda de espinhos E os pés espetados por um prego com cabeça, E até com um trapo à roda da cintura Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe Como as outras crianças. O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro, E que não era pai dele; E o outro pai era uma pomba estúpida, A única pomba feia do mundo Porque nem era do mundo nem era pomba. E a sua mãe não tinha amado antes de o ter. Não era mulher: era uma mala Em que ele tinha vindo do céu. E queriam que ele, que só nascera da mãe, E que nunca tivera pai para amar com respeito, Pregasse a bondade e a justiça!
Um dia que Deus estava a dormir E o Espírito Santo andava a voar, Ele foi à caixa dos milagres e roubou três. Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido. Com o segundo criou-se eternamente humano e menino. Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz E deixou-o pregado na cruz que há no céu E serve de modelo às outras. Depois fugiu para o Sol E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo. É uma criança bonita de riso e natural. Limpa o nariz ao braço direito, Chapinha nas poças de água, Colhe as flores e gosta delas e esquece-as. Atira pedras aos burros, Rouba a fruta dos pomares E foge a chorar e a gritar dos cães. E, porque sabe que elas não gostam E que toda a gente acha graça, Corre atrás das raparigas Que vão em ranchos pelas estradas Com as bilhas às cabeças E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas Quando a gente as tem na mão E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus. Diz que ele é um velho estúpido e doente, Sempre a escarrar para o chão E a dizer indecências. A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia. E o Espírito Santo coça-se com o bico E empoleira-se nas cadeiras e suja-as. Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica. Diz-me que Deus não percebe nada Das coisas que criou - "Se é que ele as criou, do que duvido." - "Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória, Mas os seres não cantam nada. Se cantassem seriam cantores. Os seres existem e mais nada, E por isso se chamam seres." E depois, cansado de dizer mal de Deus, O Menino Jesus adormece nos meus braços E eu levo-o ao colo para casa.
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Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro. Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava. Ele é o humano que é natural. Ele é o divino que sorri e que brinca. E por isso é que eu sei com toda a certeza Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina É esta minha quotidiana vida de poeta, E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre. E que o meu mínimo olhar Me enche de sensação, E o mais pequeno som, seja do que for, Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo Dá-me uma mão a mim E outra a tudo que existe E assim vamos os três pelo caminho que houver, Saltando e cantando e rindo E gozando o nosso segredo comum Que é saber por toda a parte Que não há mistério no mundo E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre. A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado. O meu ouvido atento alegremente a todos os sons São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro Na companhia de tudo Que nunca pensamos um no outro, Mas vivemos juntos e dois Com um acordo íntimo Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas No degrau da porta de casa, Graves como convém a um deus e a um poeta, E como se cada pedra Fosse todo o universo E fosse por isso um grande perigo para ela Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens E ele sorri porque tudo é incrível. Ri dos reis e dos que não são reis, E tem pena de ouvir falar das guerras, E dos comércios, e dos navios Que ficam fumo no ar dos altos mares. Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade Que uma flor tem ao florescer E que anda com a luz do Sol A variar os montes e os vales E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o. Levo-o ao colo para dentro de casa E deito-o, despindo-o lentamente E como seguindo um ritual muito limpo E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma E às vezes acorda de noite E brinca com os meus sonhos. Vira uns de pernas para o ar, Põe uns em cima dos outros E bate palmas sozinho Sorrindo para o meu sono.
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Quando eu morrer, filhinho, Seja eu a criança, o mais pequeno. Pega-me tu ao colo E leva-me para dentro da tua casa. Despe o meu ser cansado e humano E deita-me na tua cama. E conta-me histórias, caso eu acorde, Para eu tornar a adormecer. E dá-me sonhos teus para eu brincar Até que nasça qualquer dia Que tu sabes qual é.
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Esta é a história do meu Menino Jesus. Por que razão que se perceba Não há-de ser ela mais verdadeira Que tudo quanto os filósofos pensam E tudo quanto as religiões ensinam ?
Alberto Caeiro
Camĭnis
PERDIDOS...
A penumbra as encobre
A clareira longínqua , um oásis
Passos lentos seguem abismados
O fim se aproxima
Eterno recomeço
Mudança , lei maior da vida
Resistir , um retrocesso
Olhos sem brilho me confrontam
Esperam uma saída
Perdido
Assim que me sinto
Busco a luz
A escuridão tomou conta de mim
Junto-me a eles
Lágrimas escorrem
Molham o corpo
Alívio momentâneo , repetitivo...
O peito se comprime
A dor cortante provoca um grito
Por quê ?
Por quê ?
Por quê ?
Respostas não chegam
Angústia e desespero fazem-me companhia
Esperança , mãe salvadora
Venha
Olhe por nós
Em súplicas desejo redenção
Almas sedentas a procura do Paraíso
Ilusão ?
Por ela vivo
Sem ao menos saber por que
A voz se perde no Espaço
Não encontra eco
Será ?
terça-feira, 23 de março de 2010
História regional
segunda-feira, 22 de março de 2010
Camĭnis
Atenção eleitor neste 3 de outubro próximo
Caro amigo eleitor
Eu sinto ser necessário
pedir a sua atenção
Ao escolher seus candidatos
na próxima eleição
Não se deixe enganar
por discursos dissimulados.
Estou ciente que você
Está cansado de ver
O nosso grande Estado
Sempre ser dilapidado
Entra governo e sai governo
E temos o mesmo resultado
De atraso e desgoverno.
Não sei se o eleitor amigo concorda
Com a minha opinião que termos que estar atentos
Para não repetirmos os erros
De outras eleições
Quando elegemos indivíduos
descompromissado com o povo.
Vamos ter muito cuidado
Ao votar nesta eleição que os rádios e os jornais
com sua desinformação
Procuraram nos levar
a elegermos de novo
Um inimigo do povo.
Até quando Rondônia
Será terra dos desmandos, da mentira e da corrupção.
Para não repetirmos os erros
De outras eleições
Devemos lembrar do passado
Dos que se propõe nos governar.
Até quando Rondônia
Será terra dos desmandos de forasteiros,
Vindos de outros Estados
Para esta terra explorar
E pela força e astúcia
Ao nosso povo dominar.
Neste 3 de outubro
Aos tais forasteiros,
Vamos dizer nas urnas
Que Rondônia não é terra de ninguém
Pois ela tem dono
O povo rondoniense cansado
De ser feito de otário.
sábado, 20 de março de 2010
Professores seguirão na miséria
Professor Cícero
Uma das constatações mais tristes que faço na vida é que as minhas professoras e meus professores passaram à vida inteira com um salário que não justificavam a rica contribuição que deram ao meu currículo(todos eles da rede pública Estadual), e hoje aposentados continuam num estado de penúria. Mesmo diante desta conjuntura nefasta, me apaixonei pela educação e procurei seguir os passos destes abnegados sofredores. Porém, nunca defendi que ser professor fosse um sacerdócio, um apostolado porque sempre tive a convicção que ser um professor é ser um profissional que deve ser respeitado e valorizando e acima de tudo bem remunerado. Diante de tal constatação eu deveria ter procurado seguir outra profissão, talvez quem ler este desabafo pense que é irracional seguirmos num caminho mesmo sabendo que iremos sofre e tendo outras opções a serem seguidas. Tudo bem, se fosse hoje. Teríamos outras opções. Mas nos idos anos oitenta não havia muitas opções para um jovem pobre filho de camponeses refugiados na cidade grande, a não ser, ser professor. Além do quê éramos uma geração utópica filha de uma geração revolucionaria, acreditávamos em mudanças conjunturais e estruturais capazes de produzires um país melhor não só para os educadores mas para todos os trabalhadores brasileiros. É muito triste! Constata que como os nossos pais continuaremos nos cortando em nossos cacos de sonhos, como nos lembrou sabiamente Alfredo Sirkis em seu livro os carbonários. Quarta-feira, 17 deste mês o meu Caríssimo amigo Professor Nazareno postou em seu blog Prof. Nazareno (Redação e Gramática) um artigo com o seguinte título “A corda sempre arrebenta do lado mais fraco!”, gostaria de falar que ele escreveu inverdades. Mas não posso, há verdade em suas palavras. E por isso, o endosso quando diz neste artigo que a culpa do estado de penúria dos professores não é apenas do nosso atual algoz, existiram outros antes deste e virão outros por aí. A culpa está em nossa falta de articulação, união, no nosso baixo grau de politização, falta de consciência de classe, em nossos comodismo, medos e covardia... Que já é algo notório, histórico e cultural. É em hora como esta que lembro o grande poeta português Fernando Pessoa: "Viver não é preciso, navegar é preciso", é preciso navegar nos mares da história, mas para isso se faz necessário se arriscar, está vivo sobre a carapaça da covardia não é tudo. Nós professores nos tornamos profissionais confusos em relação aquilo que realmente devemos objetivar em quanto profissionais e membro de uma classe social, somos massa de manobra nas mãos de governos, sindicatos e partidos. E o Governo do Estado Rondônia sabe disso. E este consciente que estamos em suas mãos como uma noz presa em um alicate de pressão, ele vem nos aperdando ao longo destes quase oito anos, e mesmo assim muitos se mantém resignados, por vários motivos superiores a nossa vontade que não convém comentar-los agora. Porém o nosso sindicato SINTERO sabedor disto, continua insistindo em ações não planejadas e pouco inteligentes. Diante do estado de penúria que se encontra os profissionais de educação do Estado de Rondônia, e o SINTERO já deveria ter criando um fundo de greve para dar suporte ao movimento grevista. Já mais direi que o meu sinticato está sem credibilidade porque é isso que o Sr. Ivo Cassol quer, mas a muito tempo que as direções executivas do nosso sindicato vem dando motivo para pensamos que somos massa de manobra e só prestamos para elegermos pseudo-companheiros. Mas até mesmos o nosso sindicato só chegou a esta realidade devido o nosso comodismo e a nossa covardia. Por isso, acredito que não podemos criticar-lo. Se não participamos, e se não fazemos nada para mudar-lo. Se continuarmos assim seguiremos até o fim de nossos dias na miséria.
Camĭnis: Le cas
Aléatoire
sa négligence
Dans notre scénario de
accident
m'a fait tomber en amour
Lorsque vous faites
peu d'attention de notre cas
cherché à oublier
mais par hasard
tu m'attire vers sa toile
et me tenir à nouveau
et par hasard
face à tant de négligence
Je t'ai épousé
le cas ...
Auteur José Cícero
quarta-feira, 17 de março de 2010
Profissão e vocação
quinta-feira, 11 de março de 2010
Realitate: RONDÔNIA: Arrecadação cresce 250% enquanto servidores acumulam perda salarial em 25%, diz CUT
ANO - ARRECADAÇÃO - % ANUAL - % ACUMULADO
2002- 662.379.783 -
2003- 944.169.917 - 42,54% - 42,54%
2004-1.174.699.567 - 24,42% - 77,35%
2005-1.411.262.494 - 20,14% - 113,06%
2006-1.519.639.609 - 7,68% - 129,42%
2007-1.704.535.778 - 12,17% - 157,34%
2008-2.143.634.298 - 25,76% - 223,63%
2009-2.320.541.766 - 8,25% - 250,33%
Arrecadação cresce mais 8% em janeiro e fevereiro 2010 A arrecadação continua crescendo este ano, pois o valor arrecadado em janeiro e fevereiro de 2009 foi de 345.828.335, enquanto que nos dois primeiros meses de 2010 a arrecadação totalizou 370.734.281; ou seja, um aumento de 8% sobre o mesmo período do ano anterior.
A não reposição de perdas e implantação de PCCs é má vontade de Cassol Para o presidente da CUT, Itamar Ferreira, o governador Ivo Cassol só não repõe todas as perdas acumuladas, durante o mandato dele, que são de aproximadamente 25% e não implanta os Planos de Carreiras Cargos e Salários da saúde, DETRAN e outros devido a uma crônica má-vontade para com os servidores públicos de Rondônia.
O sindicalista ressalta que o enorme crescimento da arrecadação, de mais de 250% em sete anos, possibilitou um equilíbrio fiscal invejável para qualquer outra unidade da Federação; onde o comprometimento da folha de pagamento em relação à arrecadação é de pouco mais de 30%; enquanto a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece um limite máximo de 49% ou um limite de 46%, chamado de prudencial. Se Cassol concedesse a reposição das perdas do governo dele e implantasse todos os PCCs, mesmo assim, a folha de pagamento não chegaria nem em 40% da arrecadação.
Itamar chama a atenção para o impacto extremamente positivo que a transposição de servidores para os quadros da União terá sobre o equilíbrio econômico-financeiro das contas do Estado. “Não há qualquer justificativa para o tratamento implacável dispensado pelo governador e a resposta dos servidores deverá ser uma grande mobilização neste início de ano”, conclama o presidente da Central Sindical.
Realitate: "Direitos Humanos"
Extraído de: Direito Ceará - 06 de Março de 2010
Direitos Humanos é o título do artigo que o advogado e memorialista João Barbosa escreveu (06/03/10) para a página de Opinião do O Povo e este portal de notícias jurídicas. Leia:
Direitos humanosJoão Barbosa
Não raro, assisto pela televisão e leio em jornais o empenho de alguns órgãos, chancelados por certos políticos, em defesa de assassinos, marginalizando as famílias indefesas das vítimas, isto é, quando são pobres.
Ora!, embora no fundo tenham boa intenção, demonstram que os delinquentes não merecem sofrer constrangimentos. Pelo que se raciocina, o constrangimento físico, material e psicológico pode assolar somente as vítimas e suas famílias, quando não perdem a vida no ato da violência.
Os bandidos, às vezes, tratados nas delegacias como cidadãos, são uns 'anjos`, intocáveis, uns 'santos` uns 'pobrezinhos` que, para trucidarem um bem intencionado e trabalhador pai-de-família, não pensam duas vezes. Que contradição e pobreza dos órgãos responsáveis. Ultimamente, até que a situação vem mudando um pouco. Os assaltantes são quem nos consideram 'vagabundos`, embora comprovados por câmeras e testemunhas, são, por enquanto, acusados ou suspeitos. Certo que, até então, mesmo com o flagrante, a lei não os tacha de culpados. Meu Deus! Até quando perdura este questionamento dos que nos deveriam proteger. As famílias das vítimas, carentes, continuam sufocadas, atemorizadas, à deriva pela falta de seu timoneiro; as crianças desorientadas, ao deus dará, e, quase sempre, esquecidas pelos órgãos por quem de direito. Nestas circunstâncias, que não seja pela televisão, por onde andam os Direitos Humanos? Será que as famílias das vítimas não são humanas? Os Direitos Humanos, na prática, demonstram ser sensíveis aos bandidos. Dá-nos a impressão de que não há refúgio mais aprazível do que o xilindró. Os marginais, ao ganharem, imerecidamente, a liberdade, logo motivam seu retorno. Aos contumazes delinquentes (homicidas, assaltantes, latrocidas ou apenas ladrão), a polícia faz o seu papel: prende-os. A justiça também tenta cumprir a sua parte, porém, acionada, devolve-lhes a liberdade. Voltam, portanto, os meliantes à sua periculosidade, por tais malfeitores não poderem sofrer constrangimentos. Aí continuam sorrindo de nós todos, confiantes na impunidade e morosidade da justiça pela burocracia interna. Não são desconhecidos o desprendimento e a exposição física ao combate aos fora-da-lei pelos policiais, mesmo mal remunerados, tanto quanto são também os professores: duas classes sociais das quais dependemos e mereciam ser mais bem valorizadas. Ambas convivem conosco e interferem na educação dos nossos descendentes, além da responsabilidade direta com seus filhos. Os professores são também as bases da formação da juventude contra os vícios e a criminalidade, principalmente àqueles desprovidos da orientação dos pais que já vivem à margem da sociedade organizada. http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2107460/joao-barbosa-advogado-e-memoralista-escreve-direitos-humanos
sábado, 6 de março de 2010
Camĭnis
Cora Coralina
Mulher da Vida, minha Irmã.
De todos os tempos. De todos os povos.
De todas as latitudes.
Ela vem do fundo imemorial das idades e
carrega a carga pesada dos mais torpes sinônimos,
apelidos e apodos: Mulher da zona,
Mulher da rua,
Mulher perdida,
Mulher à-toa.
Mulher da Vida,
minha irmã.
Pisadas,
espezinhadas,
ameaçadas.
Desprotegidas e exploradas.
Ignoradas da Lei,
da Justiça e do Direito.
Necessárias fisiologicamente.
Indestrutíveis.
Sobreviventes.
Possuídas e infamadas sempre por
aqueles que um dia as lançaram na vida.
Marcadas.
Contaminadas,
Escorchadas. Discriminadas.
Nenhum direito lhes assiste.
Nenhum estatuto ou norma as protege.
Sobrevivem como erva cativa dos caminhos,
pisadas, maltratadas e renascidas.
Flor sombria, sementeira espinhal
gerada nos viveiros da miséria,
da pobreza e do abandono,
enraizada em todos os quadrantes da Terra.
Um dia, numa cidade longínqua, essa
mulher corria perseguida pelos homens que
a tinham maculado. Aflita, ouvindo o
tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras,
ela encontrou-se com a Justiça.
A Justiça estendeu sua destra poderosa e
lançou o repto milenar:
“Aquele que estiver sem pecado
atire a primeira pedra”.
As pedras caíram
e os cobradores deram s costas.
O Justo falou então a palavra de eqüidade:
“Ninguém te condenou, mulher...
nem eu te condeno”.
A Justiça pesou a falta pelo peso
do sacrifício e este excedeu àquela.
Vilipendiada, esmagada.
Possuída e enxovalhada,
ela é a muralha que há milênios detém
as urgências brutais do homem para que
na sociedade possam coexistir a inocência,
a castidade e a virtude.
Na fragilidade de sua carne maculada
esbarra a exigência impiedosa do macho.
Sem cobertura de leis e sem proteção legal,
ela atravessa a vida ultrajada
e imprescindível, pisoteada, explorada,
nem a sociedade a dispensa
nem lhe reconhece direitos
nem lhe dá proteção.
E quem já alcançou o ideal dessa mulher,
que um homem a tome pela mão,
a levante, e diga: minha companheira.
Mulher da Vida, minha irmã.
No fim dos tempos.
No dia da Grande Justiça do Grande Juiz.
Serás remida e lavada de toda condenação.
E o juiz da Grande Justiça a vestirá de branco
em novo batismo de purificação.
Limpará as máculas de sua vida
humilhada e sacrificada
para que a Família Humana
possa subsistir sempre,
estrutura sólida e indestrurível
da sociedade,
de todos os povos,
de todos os tempos.
Mulher da Vida, minha irmã.
Declarou-lhe Jesus:
“Em verdade vos digo
que publicanos e meretrizes
vos precedem no Reino de Deus”.
Evangelho de São Mateus 21, ver.31.
Mulheres trabalham cinco horas semanais a mais que os homens
Postado por Edmilson Alves às em sexta-feira, 5 de março de 2010. Em http://edmilsonacre.blogspot.com/
O dia internacional da mulher
O Latuscultus abraça e homenageia nesta segunda-feira dia 8 de março de 2010, todas as mulheres. Sem dúvidas esta é uma data especial que, neste ano, se reveste de um simbolismo maior pelo seu centenário. Além de parabenizar, também, o latuscultus vem dizer que reconhece as lutas de todas as mulheres do mundo, na medida em que sua linha editorial defende uma sociedade livre de preconceitos e com direitos igualitários.
A macha feminina nas lutas libertadoras e reivindicatórias por amplos direitos, é uma caminhada vitoriosa, mérito que pertencer à todas as mulheres que sempre estiveram na fronte da luta, às que ficara nos anais da história como Clara Zetkin, Olympe de Gouges, Barbara Leigh Smith, Simone de Beauvoir, a bióloga e zoóloga brasileira Berta Lutz enfim e as anônimas do campo e da cidade em todo o mundo. Foi assim, com árduas batalhas no enfrentamento a um mundo machista, que avançaram firmemente na conquista de direitos, indo da conquista do voto em 1934, a alcançar índices maiores de escolaridade e uma crescente presença no mundo do trabalho a partir da segunda guerra mundial.
Parabéns por todas as lutas vitoriosas ou não, ao longo destes 100 anos. O latuscultus deseja um feliz dia internacional da mulher a todas as mulheres, de todas as raças, nações e credos.